O Garoto Tímido

01. Deus grego

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Boa leitura 😘

LISA CLARK

— Onde você está indo? — Pergunto olhando ao meu irmão mais velho que pega sua chave do carro rumo a porta da sala sem nem me olhar direito aos olhos.

— Não é da sua conta sua chata. — Disse e eu revirei meus olhos ainda sentada no sofá da sala.

— Vai buscar aquele nerdola do seu melhor amigo de infância, o sumido? — Brinco vendo sua expressão ficar rude.

Não posso nem brincar sobre esse nerdola. O protege com unhas e dentes seu amiguinho.

— Vai se foder Lisa, Gavin não é nerdola, apenas tímido. E mais, como sabe que estou indo buscar ele? — Perguntou esperando minha resposta com uma sobrancelha erguida.

— Bla, bla, bla. E foi mamãe que me contou. — Ouço ele cochichar um “fofoqueira”. — Posso ir junto? Estou no tédio aqui em casa. — Desligo a televisão da sala empolgada em sair de casa ao menos um pouquinho.

— Não mesmo, Gavin não gosta de muitas pessoas em cima dele. Ainda mais você que não controla essa sua língua grande.

— Que garoto chato, meu Deus. — Falo e novamente Nathan me olha bravo. — Desculpa, desculpa, só acho ele meio...sei lá.

— Você nem conhece ele direito Lisa, você só tinha oito anos quando ele se mudou e nunca mais nem viu o garoto. — Disse caminhando em direção a porta mas corri e entrei em sua frente ficando em frente a porta da saída e entre seu corpo. 

— Por favor, deixe eu ir, prometo nem falar com ele, apenas lhe comprimento e fico quieta na minha, com minha boquinha bem fechada. — Fiz um beiço e Nathan sorriu.

— Você não tem nada melhor para fazer não? Sair com suas amigas, sair com algum ficante, algo, sei lá.

— Não, e você sabe disso, briguei com a minha única amiga por sua causa e nem nós olhamos mais na cara, e a outra mora a mil quilômetros daqui. E ficante... nenhum me merece. — Sorrio. — Por favor maninho, eu vou me comportar bem, eu prometo. — Ele ficou calado, me olhou pensativo, respirou fundo e então respondeu.

— Tudo bem, vamos, mas não se esqueça...

— Nem vou olhar direito para Gavin, não vou fazer graça, e muito menos chamar ele de nerdola. Satisfeito? — Digo sorrindo e vejo o arrependimento de meu irmão assim que abriu a porta da sala e eu lhe segui até seu carro em frente a entrada de nossa casa sentando no banco do passageiro.

[...]

Entramos no aeroporto e então comecei a seguir meu irmão. Caminhamos em silêncio, eu apenas observava às pessoas ao meu redor.

Um pouco mais longe de onde estávamos indo, vejo um senhor de idade, com deficiência visual tentando procurar algo no chão, tateando com a mão por todo o lugar do chão. Sem dizer nada ao meu irmão que nem me viu sair de trás dele, segui até o senhor de idade e me abaixei ao chão junto dele.

— O que procura senhor? — Perguntei calmamente ao seu lado.

— Ah, muito obrigada mocinha, deixei meu passaporte cair, e sem querer chutei ele para algum lugar. — Falou e então olhei ao redor procurando o passaporte. — Não precisa se incomodar, eu consigo me virar sozinho. — Disse mas sorri vendo ele sorrir simpático.

— Não é incomodo nenhum, venha se levantar. Eu procuro para o senhor. — Levei o mesmo até uma cadeira ao lado e ele se sentou. — Já volto, não saia daí por favor. — Digo e ele concorda confiando fielmente em mim.