𝐃𝐚𝐯𝐢𝐝 𝐂𝐥𝐚𝐫𝐜𝐤
Vazio. Um quarto vazio, porém repleto de memórias e sentimentos. A casa qual fazia parte de sua infância e adolescencia inteira, estava vazia. Era quase como se estivesse algo incompleto, os cômodos silenciosos, apenas possível escutar os sons ao lado de fora, e os seus próprios pés subindo as escadas até seu quarto. Terminando de fechar a última caixa para a mudança, observava cada canto com cuidado, relembrando qualquer momento que viesse em mente, correndo, rindo, brincando... De repente, sem ao menos perceber, tudo tinha ficado para trás, junto ao seu pai.Era estranho, estranho ver que tudo havia sido mudado de forma drástica em tão pouco tempo. Todos permaneciam bem, por que só ele sentia como se tivesse ficado para trás?
Uma sensação estranha consumia o seu peito, um nó era formado em sua garganta, sentia-se sufocado, queimava de maneira quase insuportável, olhos ardendo em resposta. Não deixaria nenhum sequer suspiro escapar, ou tudo transbordaria.
Todos essas lembranças seriam deixadas junto a aquela casa. Sua linha de pensamento é quebrada ao escutar barulhos no andar abaixo. Uma voz feminina e famíliar o apelava.
- Querido, está tudo pronto? O caminhão já está lá fora para carregar as coisas, só falta as suas. -Sua mãe em frente a porta de seu quarto, por mais que não demonstrasse, era possível enxergar em seu olhar tudo o que ela pensava.
- Certo, é difícil ter que lidar com tudo isso, ocorreu mais rápido do que planejamos... Mas, pense nisso como um novo começo, ok? -Se aproximava de David, acariciando parte da face do mesmo, ele pôs a mão sobre a dela, apertando-a firmemente, ficando poucos segundos naquele momento.
Encarava pela última vez o espaço qual nunca mais veria, algo como um adeus ressoava em sua mente. Dá as costas, descendo ao andar de baixo, carregando suas coisas para o caminhão que transportaria tudo até a outra cidade.
Uma entediante e longa viagem se iniciaria, mas o pior de tudo era ter que ficar no mesmo carro com aquele homem. Só de pensar já lhe deixava tenso, o ser que o infernizava durante os últimos tempos, agora estava gentilmente trocando palavras consigo. Não aguentaria tudo isto sem seu fone de ouvido. David era um viciado em música, isso certamente se intensificou desde a entrada de Elyan em sua vida. Torcia para que caísse no sono, e não escutasse a voz dele durante esse meio tempo que rastejava lentamente, cada minuto era uma eternidade. A familiaridade das ruas que se afastavam lhe trazia uma sensação de perda, como se estivesse deixando uma parte de si mesmo, a parte que conhecia como lar, para trás.
O garoto afundou-se ainda mais no banco do carro, ajustando os fones de ouvido enquanto tentava ignorar o diálogo incessante ao seu redor. A música preenchia sua mente, cada nota musical parecia um pequeno refúgio, uma forma de se desconectar da realidade que o rodeava. Ele fechou os olhos, tentando se concentrar na letra da música, esperando que ela o envolvesse e o carregasse para longe daquele carro, daquele momento.
David sabia que essa viagem era inevitável, mas não podia evitar a sensação de que algo estaria por vir, algo que mudaria o curso de tudo. Uma inquietação crescia dentro de si, a preocupação de como seria essa nova fase, essa adaptação, como ele lidaria com tudo isso. E, no fundo, ele temia o que isso poderia significar.
Aos poucos, as ruas que conheciam desapareceram completamente, dando lugar a estradas desconhecidas. A cada batida que tocava, sentia seu corpo mais relaxado e eventualmente seus olhos pesarem, indicando que o sono havia chegado. Apagando.
***
Infelizmente o carro parava de se movimentar, estacionaram em frente à casa. A casa era um pouco maior que a antiga e mais aconchegante.
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𝙏𝙝𝙚 𝘽𝙤𝙮 𝙁𝙧𝙤𝙢 𝙎𝙩𝙧𝙚𝙚𝙩 𝘽𝙚𝙡𝙡𝙤𝙬
Romance𝑻𝒉𝒆 𝒃𝒐𝒚 𝒇𝒓𝒐𝒎 𝒔𝒕𝒓𝒆𝒆𝒕 𝒃𝒆𝒍𝒍𝒐𝒘 O colegial pode ser uma fábrica de sonhos e pesadelos para alguns mas para David Clarck era apenas sua forma de finalmente achar seu 𝘵𝘢𝘭𝘷𝘦𝘻. Quando em um momento de sua vida, seu pai acaba fal...