LIVRO 4 DE TRUE LUNA - TESSA LILLY

CAPÍTULO VINTE E NOVE - Vinte

Ponto de vista de Sofia
Eu estava nervoso como o inferno.
Continuei andando pela sala e roendo a pele ao redor das unhas.
Seus pais gostariam de mim? Eles me aprovariam? E se eles lhe dissessem para me rejeitar
por causa da minha escuridão? Ele mudaria de ideia? Ele os ouviria? E se ele acabasse me
rejeitando?
Meu coração estava a mil por hora. Minhas palmas suavam e minha respiração era curta e
rápida.
Não conseguir dormir ontem à noite não ajudou em nada. A escuridão era demais. Ele
continuou me provocando e tentando me fazer usá-lo. Houve uma sensação estranha no
meu estômago. Era como a fome, mas monótona e persistente. Não era o tipo de fome que
pudesse ser saciada com comida. Era uma fome de magia.
“Acalme-se, Fia,” Lex suspirou. "Você está me deixando louco."
Eu o ignorei completamente. Eu não conseguia parar de andar por aí. Minha magia sairia se
eu fizesse isso. Eu tive que continuar andando.
“Deusa, Fia, o que há de errado com você?” Lex me perguntou.
Eu o ignorei novamente.
Eu podia sentir meu coração batendo na minha garganta. Tentei engolir, mas não consegui.
Meus pulmões começaram a doer. Eu não conseguia colocar ar suficiente em meus
pulmões.
Eu era uma criatura sombria e perigosa. E se a família dele não me aceitasse? E se eles me
temessem? E se Hunter começasse a me temer também?
Eu podia sentir lágrimas nos cantos dos meus olhos.
Ele acabaria me rejeitando, não é? Ele me diria que mudou de ideia e que não poderia ficar
comigo. Ele me diria que eu era muito perigoso e imprevisível.
Ele encontraria outra companheira? Ele faria isso. Claro que ele faria isso. Ele encontraria
outra companheira. Ele a marcaria e ela seria sua Luna.
Eu podia sentir a escuridão se espalhando pelo meu coração. Estava frio e doeu. Meu peito
doeu.
Alguém agarrou meus ombros.
“Puta merda, Fia, o que há de errado?” Lex perguntou, ficando na minha cara.
Ele estudou meu rosto preocupado.
"Você está com dor de novo?" ele perguntou, apertando meus ombros com força. "O que
diabos está acontecendo?"
Balancei a cabeça porque não conseguia falar.
Eu estava com dor. A escuridão atingiu meu estômago e tive vontade de gritar.
“Porra,” Lex murmurou enquanto passava os braços em volta de mim.
Eu me inclinei para ele. Eu estava cansado. Eu não conseguia mais ficar de pé.
“Tente respirar fundo, Fia,” Lex disse suavemente enquanto beijava o topo da minha
cabeça. “Concentre-se em meus braços ao seu redor. Concentre-se no calor, ok? Tente
encontrar a luz.
Fechei os olhos e tentei fazer o que ele me disse. Já fizemos isso tantas vezes antes. Eu já
sabia o que precisava fazer, mas ainda precisava de sua voz suave para me guiar.
“Onde está a escuridão, Fia?” Lex perguntou suavemente enquanto esfregava minhas
costas.
“Meu peito,” consegui murmurar baixinho.
“Ok,” Lex murmurou enquanto continuava a esfregar minhas costas suavemente.
“Concentre-se em mim, Fia. Empurre-o de volta. Você consegue."
Eu podia ouvir passos atrás de mim, mas não conseguia me virar. Eu sabia que eram meus
pais.
Forcei-me a parar de pensar em como meu peito estava frio. Eu me forcei a focar em meu
irmão. Concentrei-me em seus braços ao meu redor. Concentrei-me em sua respiração
constante. Eu podia ouvir o batimento cardíaco dele também. Foi muito mais estável que o
meu. Foi muito mais lento que o meu. Cerrei os dentes e contei seus batimentos cardíacos.
Um.
Concentrei-me nas bordas da escuridão em meu peito. Ele se espalhou. Agora estava
encolhendo toda a parte superior do meu corpo.
Dois.
Comecei pela minha garganta. Empurrei um pouco para baixo para poder respirar.
Três.
Estava reagindo. Não queria ir embora. Não queria voltar.
Quatro.
Tentei engolir. Foi difícil. A escuridão ainda estava lá.
Cinco.
Mudou-se para o meu estômago. Eu precisava tirá-lo de lá porque a sensação no meu
estômago estava deixando meus joelhos fracos. Se Lex não estivesse me segurando, eu
certamente cairia. Foi uma sensação de desesperança e dor. Foi intenso e me assustou.
Seis.
A escuridão estava reagindo. Tentou se espalhar novamente.
Sete.
Eu não poderia deixar isso acontecer. Eu não poderia deixar isso vencer. Empurrei para
trás com mais força.
Oito.
“Você está indo muito bem, Fia,” Lex disse suavemente. "Só mais um pouquinho."
Nove.
Eu empurrei de volta. Eu tive que recuar. Hunter estaria aqui em breve. Eu não poderia
deixá-lo me ver naquele estado.
Dez.
“Respire fundo”, disse Lex. “Você pode fazer isso agora, Fia. Eu posso sentir isso."
Onze.
Eu o ouvi. Inspirei lentamente. Ainda era difícil, mas era mais fácil do que antes.
Doze.
“Lá vamos nós”, disse Lex. "Tudo vai dar certo. Respire fundo novamente.”
Treze.
Concentrei-me nas bordas novamente. A escuridão estava apenas em volta do meu peito
agora. Eu pude sentir uma pequena faísca da minha magia de luz. Usei-o para afastar a
escuridão.
Quatorze.
Respirei fundo novamente. Eu poderia fazer isso agora. Não foi tão difícil como antes.
Quinze.
Eu podia sentir minha frequência cardíaca desacelerar. O calor da pele de Lex foi
transferido para a minha. Eu não estava mais com tanto frio.
Dezesseis.
“Lá vamos nós,” Lex murmurou enquanto beijava minha têmpora. "Você fez isso. Estou tão
orgulhoso de ti."
Dezessete.
Agarrei a parte de trás do seu moletom com meus dedos congelados. Eu ainda podia sentir
um ponto escuro em meu peito.
Dezoito.
Ouvi passos se aproximando de nós. Senti os braços dos meus pais envolverem Lex e eu.
Dezenove.
“Oh, minha princesa,” meu pai murmurou enquanto beijava o topo da minha cabeça.
"Estamos aqui. Sua família está aqui. Você não está sozinho."
Vinte.
Abri os olhos e olhei para meu irmão. Ele sorriu para mim, mas pude ver a preocupação em
seus olhos. Senti os dedos da minha mãe em meu cabelo.
"O que aconteceu, querido?" minha mãe perguntou. “Para onde foi sua mente antes de
acontecer?”
Olhei para ela e engoli em seco. Eu não conseguia nem dizer isso em voz alta.
“Foi algo sobre Hunter?” minha mãe perguntou enquanto beijava minha bochecha.
Eu balancei a cabeça.
“Oh, princesa,” meu pai murmurou enquanto apertava seus braços em volta de mim.
Eu estava completamente envolvido em seus braços e fiquei muito grato por isso. Eu não
poderia fazer isso sozinho.
“Você sempre nos terá, Fia,” Lex murmurou baixinho. “Não importa o que aconteça com
Hunter, sempre estaremos aqui.”
Olhei para ele e sorri.
“Obrigado”, eu disse. "Eu amo muito todos vocês."
“Nós também amamos você, querido”, disse minha mãe enquanto acariciava minha
bochecha.
Meu pai deu outro beijo no topo da minha cabeça e Lex sorriu para mim.
Ouvi passos se aproximando da casa. Eu podia sentir o leve cheiro do meu companheiro.
Meu coração disparou novamente.