27/06/2015
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Dias são dias e normalmente vêm depois da noite. Tal como acontece diariamente, há a repetição de um ciclo - dia. Hoje não era diferente. Dormira muito mal e estava completamente cansada depois de arrumar todos os meus pertences. Sentei-me na cama que agora ara apenas constituída pela sua estrutura em madeira e o colchão, nada mais. Olhei à minha volta. As estantes estavam vazias e monótonas tal como o resto do quarto, tal como na primeira vez que ali entrara. Já havia colocado tudo nas minhas malas e alguns dos objetos tais como livros e cadernos cheios de palavras e cálculos sem significado encontravam-se em caixas de cartão. Um leve bater na porta fez-me acordar do transe intenso em que me encontrava recordando tudo o que naquele quarto passara. Caminhei até à porta abrindo-a de seguida.
"Pronta?" O homem alto de cabelos escuros e meio grisalhos perguntou a quem apenas assenti colocando a folha de papel escrevinhada sobre o edredão roxo macio da rapariga com quem havia vivido os últimos 3 anos. Ela sabia o quão odeio despedidas e com apenas uma carta diria tudo o que não seria capaz de dizer e seria muito mais fácil não ter de ver a loira chorar. Talvez nem nos voltaríamos a ver ou talvez ainda fosse daquelas amigas chatas que não te largam da mão por mais longe que estejas. Mas tudo é incerto, as pessoas num momento estão e noutro já não, são e deixam de ser. Agarrei as minhas malas e na pequena bolsa cheia de produtos de higiene, saindo assim daquele quarto para não mais voltar. A senhora de cabelos castanhos claros pegou nas chaves e fechou a porta.
"Vou entregá-las na secretaria, esperem por mim no carro." Os seus cabelos esvoaçaram de forma magnífica após rodopiar nos seus calcanhares caminhando na direção oposta à nossa.
Chegar ao carro não foi muito difícil e o percurso foi rápido, ainda assim foi das vezes que percorri aqueles corredores de forma mais lenta quase que deixando tudo para trás aos poucos e poucos. Enquanto que o homem a quem chamo pai colocava os meus pertences na bagageira, eu permaneci a olhar o edifício. Edifício ao qual chamei casa durante um bom tempo.
"Tu vais ficar bem." A sua voz grossa disse baixo. Voltei-me olhando para a figura paterna ao meu lado. "Sentimos muito a tua falta." Ele sorriu tristemente e abriu os braços na esperança de me lançar neles.
"Eu também." Sussurrei de forma inaudível. Deixei-me levar e encostei o meu corpo ao seu deixando a minha cabeça descansar no seu peito enquanto os seus braços me envolveram.
"Também quero um desses." A voz doce da minha mãe fez-se ouvir. O homem que me segurava puxou-a também. Foi doloroso... e estranho. Mas sabia que lá no fundo eu sentira saudades daquilo, sentira saudades da família que um dia havíamos sido. "Vamos para casa."
O carro deu a volta ao estacionamento e deixei a minha cabeça repousar no vidro enquanto que os meus olhos obtinham as últimas imagens daquele lugar. O carro cinzento que bem conhecia estava estacionado no seu lugar quase habitual. A loira olhava para mim com os seus olhos verdes a brilhar fortemente, quase inundados e espelhados. Ela acenou, o que me fez engolir em seco e acenar dolorosamente de volta. 'Eva não tornes isto mais difícil por favor.'
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A casa estava igual, a pintura havia sido renovada e o quintal limpo e arrumado. À frente do portão da garagem havia sido colocada uma tabela de basquetebol. A árvore estava igual tal como a casinha no seu topo. O meu olhar foi desviado quase que automaticamente tentando bloquear todas as memórias mas sem sucesso... Era tarde de mais e agora voltava a ser atormentada por aquilo que devia ter esquecido...
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Tree House
Любовные романыAli. Ali, tudo havia acontecido.O nosso primeiro abraço, o nosso primeiro beijo, a primeira vez que fizemos amor. Aquele lugar era o nosso cantinho, o nosso lar. Havíamos contado segredos um ao outro que apenas ali ficavam, por entre as fracas pared...