12. I wish you could be honest with me

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12. I wish you could be honest with me

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Roberto Nascimento

Fiquei sentado na mesa, esperando Heloísa voltar depois de pegar a sua comida. Batuquei meus dedos enquanto a olhava, perdido em meus pensamentos.

A olhei enquanto ela pesava e vinha na minha direção com um sorriso radiante. Ela se sentou na minha frente e eu quis rir com a variedade de comida em seu prato.

— Tinha tanta opção boa! Não consegui resistir! — ela se defendeu quando percebeu que eu havia olhado o seu prato.

Eu sorri e me levantei, indo me servir. Observei as opções e fui pegando um pouco de cada coisa que me chamava a atenção.

Me sentei na frente dela e comecei a comer, vez ou outra conversamos sobre alguma coisa ou roubava algo do prato dela quando ela estava distraída.

— Vai querer sobremesa? — perguntei enquanto limpava a minha boca com o guardanapo. Heloísa estava com as mãos na barriga, suspirando.

— Minha nossa, não. Tô cheia demais. — Eu sorri e me levantei.

— Vou pagar a conta e já venho.

Paguei rapidamente pela nossa refeição e estendi a mão para ela, que pegou e entrelaçou as nossas mãos.

Abri a porta do carro para ela e ela deu uma risadinha enquanto se ajustava dentro do carro. Liguei o carro e logo estava dirigindo para a minha casa.

Durante o caminho, ela foi me contando como a namorado do irmão dela estava meio fria com eles e que ela estava preocupada com o irmão, já que ele tinha uma aparência de cansado e ela não sabia como resolver.

Eu ia dando algumas sugestões, olhando para ela quando o trânsito permitia. Quando chegamos, peguei a bolsa dela e fomos de mãos dadas para o meu apartamento. 

— Liga a TV para nós, vou só por a sua bolsa no quarto e já venho. — eu falei, Helo se sentou no sofá, com o controle na mão.

Voltei para a sala e me sentei ao lado dela, pondo o meu braço em seus ombros e puxando ela para deitar a cabeça no meu peito.

Fiquei fazendo carinho em seus cabelos até sentir ela relaxar. Peguei o controle e fiquei vendo as opções para assistir enquanto escutava a respiração dela ficando estável.

Dei mudo na tv e olhei para ela, que dormia em meu peito. Fiquei observando ela dormir, a forma como a boca dela estava um pouco aberta, como as vezes ela respirava um pouco mais pesado como se estivesse roncando.

Sorri e beijei a testa dela, ainda fazendo carinho no seu cabelo.

Heloísa é uma mulher linda, inteligente, dedicada, engraçada, esperta, gentil e mentirosa.

Eu sei que ela esconde algo de mim e que aquela suposta denúncia da casa onde ela mora, era muito específica para ser um trote ou um engano.

E eu tinha sensação de que o que ela escondia, envolvia algo muito maior do que ter drogas na sua casa.

Começava pelo fato dela nunca dizer nada sobre o pai dela, até ontem a noite, ela só havia me dito que ela tinha o mesmo pai que os irmãos. Então, ontem ela disse que sabia que ele era alguém ruim mas que era difícil compreender o quão ruim podia ser.

E isso acendeu um alerta na minha cabeça sobre ela.

Com cuidado, deitei ela no sofá e peguei o seu celular do bolso traseiro dela.

Fiquei olhando para o aparelho em minhas mãos pensativo. Olhei para ela, que ainda dormia.

Por incrível que parecia, eu estava em um dilema.

Eu deveria mexer no celular dela e tentar descobrir quem era o seu pai e no que ele mexia ou eu devia apenas confiar nela?

Por mais que eu gostasse da companhia dela e de como me sentia bem quando ela estava por perto, a ideia de estar me envolvendo com alguém que poderia ser um risco para mim e para o meu filho, me aterrorizava.

Heloísa não parecia uma pessoa ruim. Mas eu sabia muito bem como as pessoas podiam enganar e mentir tão bem como se fossem atores.

Respirei fundo e olhei mais uma vez para ela, para verificar se dormia ainda. Completamente apagada.

Olhei para a tela e então a tela se acendeu, mostrando uma mensagem nova. Era da mãe dela.

Peguei o dedo indicador dela e com cuidado pressionei no sensor digital. O aparelho desbloqueou e eu fui ler a mensagem pela tela do ecrã.

Mãe
Oi filha, Jon me disse que está saindo com um novo cara
Espero que tudo certo com ele e que ele seja um bom rapaz para você
Amo você, se cuida.

Tomei minha decisão com a mensagem da mãe dela. Deixei o celular dela no bolso traseiro dela e passei a minha mão no meu rosto, respirando fundo.

Ia dar um voto de confiança a ela.

Me levantei e fui até o meu banheiro, decidindo tomar um banho para acalmar meus pensamentos e a minha ansiedade.

Fechei meus olhos e deixei a água cair nos meus ombros, relaxando o meu corpo depois de um dia inteiro tenso.

Quando voltei para a sala já vestido, Helo estava sentada no sofá, digitando no celular. Ela me olhou timidamente, dando um risinho sem graça.

— Oi, desculpa ter dormido, o almoço pesou o estômago e aí acabei apagando...

Eu sorri e me sentei ao lado dela, dando um selinho.

— Fica tranquila, que eu tirei uns cochilos também. Só acordei depois de tomar o banho.

Ela sorriu e se levantou, se espreguiçando.

— Vou tomar um banho também, já volto.

Ela saiu e deixou o celular na mesa de centro. Peguei o controle da TV e coloquei o som de novo, passei a procurar um filme para assistir com ela.

Peguei o meu celular e respondi algumas mensagens, logo Heloísa voltou para a sala usando uma camisola que fez todo o sangue do meu corpo ir para o meu pau.

Ela deu sorriso safado e se sentou ao meu lado. O perfume dela exalando e o seu corpo quente contra o meu me fez imaginar muitos cenários.

— Está tão quieto. — ela sussurrou no meu ouvido, e eu respirei fundo antes de puxar ela para o meu colo.

Passei minhas mãos pela coxa dela e sorri malicioso, beijando o pescoço dela.

— Então vou fazer alguns sons para você.

E mais uma vez, a ideia de assistir um filme foi por água a baixo.

Scary Love | Capitão Nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora