A Grande Marca Profunda da Dor

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"Era trollagem"

Essa foi a mensagem que apareceu diante de minha tela,era só um sábado comum para uma criança de 9 anos,o sofá era confiável e a felicidade era grande,o meu sorriso no rosto era grande,afinal era a coisa que eu mais queria não é?
Depois de ler essa mensagem eu tomei um choque,ele não foi pouco,mas eu senti uma facada no coração,como se tivessem violado meus sentimentos e emoções,sinti um vazio que uma criança como eu nunca tinha sentido antes,era algo detestável,que nova sensação era essa? tristeza?raiva? angústia?não,era a dor,a dor de ser enganado,a dor de ser exposto,ali foi a primeira vez que eu senti dor,uma criança com 9 anos de idade.
Eu me levantei do sofá,com essa vazio em minha mente,eu olhei para a porta, passei por ela,as palavras em minha garganta estavam travadas,eu fui pra varanda de minha casa,eu olhei para a bola no chão e decidi fazer algo,eu fui até a bola e chutei ela na parede,mas nada aconteceu,eu queria fugir desesperadamente dessa dor no meu coração,uma dor profunda que arranha a alma e queima a consciência,era ruim,eu chutei,chutei e chutei,mas nada adiantou,a dor não saia,parece que o joelho ralado sempre se curava quando eu chutava essa bola,mas por que dessa vez não funcionava?era uma sensação estranha,o clima era ótimo,um dia lindo,mas minha consciência estava pesada,era uma nova sensação,uma sensação que nunca experimentei antes, algo novo,quando eu tinha essa idade algo novo sempre era algo bom,mas agora esse presente teve uma armadilha.

"Trollagem não é?"

Eu repeti a mesma frase dela,ela,que por sua vez poderia estar rindo por trás daquela tela,não se manifestou dês do que disse,ela pediria desculpas?mas já era tarde pra pedir desculpas,a dor era algo que não era capaz de reverter mesmo com o arrependimento,ali,foi onde tudo começou,que história caótica,não?

(2 dias depois)

Era segunda feira,eu iria ir pra escola,eu coloco meu capuz,estava frio,eu saio de casa cedo,e vou caminhando até a escola,eu morava perto da escola então não era um problema eu ir sozinho,eu me sentia até melhor indo sozinho nesse dia,eu conversava comigo mesmo na rua,a rua estava vazia o dia era nublado,meus passos faziam barulho na rua silenciosa,eu não sorria,me sentia triste e angustiado pela marca da dor,chego até minha escola,ela era pública,era uma escola de alguns anos,estava um pouco desgastada e destruída,eu era pobre resumindo.
Entro na escola escondendo meu rosto com o capuz,eu inclino um pouco a cabeça e de canto de olho consigo ver ela junto de suas amigas,ela sorria e ria,como se eu fosse algo engraçado,ela deveria estar pensando "que criança ingênua,não?" Ela não era mais velha do que eu,mas eu parecia realmente uma criança naquele momento,uma criança que experimentou a dor pela primeira vez,eu não olho para ela e decido ignorar os meus próprios colegas rindo de mim,eu ignoro tudo,meu amigo que não sabia do que tava acontecendo vem até mim

"Ei mano,bora brincar de Beyblade?"

Era uma brincadeira que sempre fazíamos no início das aulas,eu aceito o pedido dele e sorrio de forma fraca,eu vou até a lata de lixão onde viravamos a tampa e jogamos nossos peões,era bem divertido, porém naquele dia,eu não estava me divertindo,a dor tinha criado uma marca profunda e eu conseguia sentir ela rir de minha ingenualidade,foi nesse momento que eu decidi,eu nunca mais teria contatos com garotas novamente,irei ser solteiro pro resto da minha vida.

Uma aleatória e curta história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora