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POV LEO
Entrei no carro e coloquei meus fones de ouvido, puxando um pouco o capuz da blusa escondendo minhas cicatrizes e meus olhos, por serem de cores diferentes. Deixo o volume no máximo, fechando os olhos, permanecendo assim toda a viagem.
Meu pai fica bravo comigo pela forma que me comporto, mas não tenho culpa se não superei a morte da minha mãe, mesmo que isso tenha sido há alguns anos. Safira ainda era praticamente um bebê, por isso não se lembra, porém eu já tinha idade suficiente pra entender as coisas.
Eu sofria, e ainda sofro bullying na escola e isso me metia em brigas todas as vezes, o que gerava expulsão. O máximo que eu consegui aguentar era dois meses, depois perdia a paciência e no fim era o único culpado de tudo.
Após algumas horas chegamos a nossa casa nova, peguei minhas coisas e desci do carro observando um pouco o local. Entrei sem falar com ninguém e segui para onde seria meu quarto, fechando a porta me jogando na cama.
Fiquei assim por um tempo, quase pegando no sono até alguém me cutucar, virei o rosto e vi que era Safira segurando seu ursinho de pelúcia.
- O que foi baixinha? - sentei na cama tirando um dos fones, olhando para ela.
- Papai saiu, então maninho quer brincar? - respondeu animada com um sorriso.
- Desculpa, mas agora não posso... Quero ficar sozinho, tá bom?! - disse bagunçando seu longo cabelo grisalho, diferente do meu que era castanho escuro.
Assim que recusei brincar com ela, ficou fazendo bico e saiu batendo o pé. Revirei os olhos, colocando o fone novamente e deitando na cama. Com certeza ela foi contar para a empregada, que não é nem um pouco boazinha, apenas engana ela e nosso pai, que é cego demais pra perceber.
Não demorou muito e logo Calista apareceu exigindo uma explicação, como se houvesse algo para dizer a essa intrometida. Ignorei a mesma revirando os olhos, aumentando o volume da música, mas senti ela puxar minha touca e arrancar meu fone quebrando-o no processo.
— Ei, qual é o seu problema!!? — levantei furioso.
— Você! Você é o meu problema, só sabe fazer gracinhas e atrapalhar meus planos — ela respondeu seriamente se aproximando — Seu pai será meu, você gostando ou não — sorriu colocando a mão no meu queixo.
— Me poupe dessa ladainha — disse segurando seu pulso e apertando — Meu pai apenas mantém você aqui porque era amiga da minha mãe, então se pensa que irá tomar o lugar dela, recomendo tirar seu cavalinho da chuva! — sorrio irônico.
— Olha como fala garoto, praticamente vi você e sua irmã crescerem, sua mamãezinha não estava aqui presente... — dei um empurrão nela ao falar da minha mãe.
— CALA BOCA! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR DELA!! — gritei ficando muito irritado, porém ela agarrou meu pescoço e começou a apertar.
— Pelo visto você se esqueceu da lição que te ensinei — logo ela me soltou, mas de repente surgem algumas correntes que prendem meus braços e pernas — Vamos ver se agora você aprende — sorriu maliciosa.
Tento me soltar, porém as correntes ficam mais apertadas a cada movimento. Observo Calista lançar um feitiço no quarto, trancando a porta e impedindo que os de fora ouvissem qualquer barulho.
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Além da Espécie
FantasíaApós se livrar de um relacionamento abusivo, Genki Allanide, decide manter-se afastada das pessoas achando que assim não passaria por tudo aquilo novamente. Mas às vezes podemos encontrar nosso caminho quando tentamos evitá-lo a todo custo. E o que...