Draco Malfoy and the Wheel of Hécate

Bartemius Crouch Jr.

Era deprimente, saber que Draco tinha Hogwarts praticamente só para si, com o conhecimento correspondente de que ele não tinha energia para tirar vantagem disso. Ele nem tinha energia para fazer sua visita planejada às cozinhas para cumprimentar Dobby.

Principalmente, ele dormia, comia e dormia de novo, até que Severus veio acordá-lo para o banquete de abertura. Severus o informou discretamente em sua curta caminhada que ele estava dizendo o nome de Potter em seu sono. Quando Severus pareceu não se impressionar com a mentira de Draco de que tinha sido um pesadelo, Draco alegremente atribuiu o resto da culpa a Severus por lhe dar poções de cura defeituosas.

Era uma sensação bizarra, sentar-se no final da mesa da Sonserina como o único aluno já presente. Ele podia sentir os professores olhando para ele de sua mesa alta, um Dumbledore de túnica verde era praticamente a última pessoa com quem ele queria arriscar contato visual. Era irônico, depois de quanto do ano passado ele passou fantasiando sobre a morte violenta de Lupin, quão aliviado Draco ficaria em vê-lo ali agora.

Ele pensou que teria um rosto amigável lá em cima em Hagrid, exceto que Hagrid estava transportando os primeiranistas.

Então ele apenas deixou seu rosto descansar na beirada da mesa, exausto demais por dentro para sequer aplicar o esforço de fazer de sua cabeça uma almofada com seus braços. Um pigarro alto da mesa alta removeu até mesmo esse conforto, enquanto Draco olhava para cima para ver Severus limpá-la novamente, dando um olhar que dizia: O que quer que tenha acontecido com você, não importa como esteja se sentindo, você é meu afilhado, e agirá como tal.

Estava chovendo lá fora, uma ventania da qual Draco não se lembrava, mas que sua mente supersticiosa de quatorze anos certamente havia tomado como um mau presságio. O teto encantado mostrava as nuvens escuras rodopiantes de fora, mas acrescentava apenas a visão e não o som ou a sensação de seu dilúvio. Quando os alunos começaram a chegar do hall de entrada, Draco teve a satisfação de observar que ele era praticamente o único que estava seco. Felizmente, nenhum dos associados de Draco estava entre os primeiros a entrar, sem rostos familiares no pequeno grupo de alunos cedo o suficiente para ver que Draco já estava lá e não apenas no primeiro grupo. Ele ficou de olho em Luna e nos grifinórios, e teve que segurar uma risada das coisas ímpias que a chuva tinha feito com o cabelo da pobre Hermione. Merlin, foi bom vê-la. Isso instantaneamente o fez se sentir mais ele mesmo.

Ron acenou entusiasticamente quando o viu. Isso elevou ainda mais o ânimo de Draco, tanto que ele teve que se advertir contra a possibilidade de ter se deixado afeiçoar a um Weasley. Ainda apenas seu segundo Weasley favorito, na melhor das hipóteses, ele se lembrou. Então, um Potter encharcado teve a ousadia de parecer ainda melhor molhado do que seco. Ele estava tremendo enquanto olhava para Draco, devolvendo o aceno de Draco com um olhar preocupado.

Draco não entendeu aquele rosto triste até que os alunos do quarto ano da Sonserina se juntaram a ele, com Theo lançando feitiços de secagem em cada um deles com um ar sofrido. Blaise o informou, com muitas sobrancelhas levantadas sugestivamente, da jornada de Potter para frente e para trás pelos compartimentos em busca de Draco. Parecia que Potter seria o único a achar a ausência de Draco mais preocupante. Sempre tão protetor.

Era como se ele pensasse que se não passasse tempo suficiente abrigando Draco, legando sua nobre influência por osmose, o insidioso Malfoy começaria a distribuir maçãs envenenadas para princesas locais ou algo assim.

"Nós também não vimos você", Vince disse desconfiado. "Algumas pessoas estavam dizendo que você foi expulso porque conjurou a Marca-" Ele captou o olhar de Draco e pareceu lembrar com quem estava falando. "Desculpe, Draco! Eu não acho! Nenhum de nós sabe. Nós só achamos que você deveria saber, sabe, que as pessoas estão dizendo isso, caso você queira ir e puni-las..."