Contos De Argomount

capitulo 1 - Primavera

O sol aos poucos surgia no horizonte e seu brilho percorria por uma extensa planície verde que era cortada por uma estrada de terra, uma brisa suave soprava sobre o lugar fazendo a grama balançar vagarosamente enquanto alguns pássaros voavam pelos céus ali cantando uma doce melodia que dava boas-vindas ao novo dia que se iniciava. Próxima a estrada que avançava de uma extremidade até a outra daquela planície, havia uma única árvore solitária, uma árvore relativamente grande que servia de local de descanso para um viajante que repousava ali encostado no tronco daquela árvore, o viajante usava roupas pretas cobrindo parcialmente o rosto com um capuz enquanto descansava, parecia estar adormecido a um tempo até que os primeiros raios de sol que passavam por entre as folhas da árvore atingem os seus olhos, assim despertando aquele que estava ali.

– ...Já... Manhã... – dizia o viajante com uma voz rouca de sono enquanto lentamente removia o capuz de seu manto da cabeça o que revelava seus cabelos prateados e com ondulações, seus olhos tinham um tom vermelho e algumas olheiras que indicavam noites mal dormidas juntamente de muita sujeira em seu rosto e mãos, era um pequeno garoto que aparentava ter no máximo oito anos de idade, ele possuía consigo uma pequena bolsa e uma lâmina coberta por uma bainha velha, mesmo após ter acordado a pouco tempo o garoto se levanta e começa a sacudir um pouco da terra em suas roupas, olhava para os lados um pouco antes de andar para longe da árvore onde seguia a estrada de terra.

Em passos constantes seguindo por aquele caminho com os olhos focados no que estava a sua frente, o pequeno garoto andava em direção a um destino até então desconhecido, por não possuir mapa ou algum tipo de guia o garoto apenas vagava por aquela estrada indo até o que quer que estivesse no seu aguardo, horas já haviam se passado e ele não demonstrava hesitação mesmo que sua expressão fosse de alguém exausto física e mentalmente, o garoto permanecia avançando sem parar logo podendo ver o início de uma floresta por onde a estrada passava. O garoto parou momentaneamente olhando para as árvores com certa cautela, parecia estar preocupado com as chances de ser atacado por monstros ao adentrar aquele lugar e não estava errado quanto a isso pois mesmo a distância já podia notar que havia seres ali que o estavam a observar. O garoto olhava para trás um tempo retirando a

lâmina de sua bainha assim revelando uma adaga velha e um pouco enferrujada, logo voltando a olhar para a floresta, o garoto se decidiu e caminha em direção aquele caminho estando pronto para lutar por sua vida, porém algo chega aos seus ouvidos, o som de rodas sobre a terra e passos rápidos que vinham por trás, assim após se virar para ver o que estava se aproximando o garoto avista uma carroça escoltada por dois guerreiros de armadura levemente reluzente.

– Ei criança! oque está fazendo sozinho aqui no meio do nada? – dizia um dos guerreiros se aproximando do garoto, a voz desse guerreiro era aguda e feminina, ele parou perto do garoto o olhando de cima a baixo e retirou o elmo que cobria sua cabeça e rosto, era uma mulher de cabelos esverdeados com algumas cicatrizes em no rosto e com um dos olhos fechados por uma antiga ferida de suas batalhas passadas, a mulher dava um leve sorriso para o garoto enquanto se abaixava um pouco para ver o rosto do mesmo, nisso notando alguns fios de cabelo prateados por baixo do manto que o pequeno usava

– Você... é um nobre perdido? – A mulher estendia lentamente mão em direção da cabeça do garoto que reagia a isso de forma rápida e cautelosa se afastando da guerreira e apontando a adaga para ela.

A reação do menino deixa a mulher um pouco curiosa sobre aquilo, porém logo sua curiosidade se dissipou ao ver as roupas do garoto e ao notar que o mesmo possuía uma força quase nula o que anulava sua teoria de nobreza, ela logo endireita sua postura se levantando ainda encarando o pequeno garoto com a adaga, nisso sorrio para o mesmo e apontou para a carroça.