Capítulo 11

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Kando

Eu dormi. Foi bom desligar e permitir que meu sistema de recuperação interna consertasse e atualizasse qualquer desgaste ou dano que meu sistema tenha sofrido nos últimos lumis. E, sinceramente, era bom deitar em uma cama quente e macia e desligar meu cérebro por um tempo. Foi ainda melhor fazer isso ao lado da forma adormecida de Brandy. Eu queria ficar acordado e saboreá-la, mas meus sistemas estavam me enviando avisos sobre a continuidade da consciência.

Meu corpo, tanto o metal quanto a carne, precisavam descansar, e foi difícil empurrar para trás, uma vez que meu sistema decidiu que não havia ameaça iminente e agora era a hora de dormir. Eu flutuei, ouvindo sua respiração, seus pequenos movimentos, a sensação quente e maravilhosa dela. Eu queria muito estender a mão e tocá-la, mas não o fiz. Eu não pude. O que eu já tinha feito com ela era demais. Eu nunca iria limpar o gosto inebriante de sua boceta, o cheiro de sua excitação. Eles estavam gravados em minha mente. E porque as memórias já haviam sido armazenadas em meus bancos de dados internos, eu teria que fazer um esforço para excluí-las. Não tinha sido sensato dar-lhe prazer como eu fazia, mas não podia negar a nenhum de nós.

Minhas necessidades de sono eram mínimas, então acordei com grande parte da vila ainda dormindo. Esses Morr-ta seguiam um esquema de sono-vigília, embora o mais velho me dissesse que eles precisavam de muito pouco descanso. Enquanto quase todo mundo ainda estava dormindo, incluindo Brandy, Grutan estava acordado. Eu o vi pela porta aberta de sua cabana. Ele se sentou em uma almofada e parecia estar meditando. Eu me movi silenciosamente e embora seus grandes olhos estivessem fechados, ele então soube que me aproximei.

Entre, Stryxian.

Aproximei-me silenciosamente do velho Morr-ta.

Precisamos ir embora, — eu disse. — Devo levar está mulher para a segurança de seu assentamento.

Os olhos de Grutan permaneceram fechados, mas sua testa azul e protuberante se ergueu.

Você não quer dizer 'minha'?

— Não. Ela não é minha.

Um som áspero de estalo saiu de sua garganta, que identifiquei como uma risada de Morr-ta.

Aquela fêmea pertence a você. Nenhum outro. Para Sempre. - Ele colocou a mão na testa e a tirou. — Eu vejo sua
alma brilhar por ela.

Eu balancei minha cabeça.

Impossível. Os ciborgues não têm malas, meu velho. Não podemos criar laços.

— Você pensa nessas regras que faz para você mesmo, Kando. Elas não servem a você. Apenas uma armadura que não protege ninguém. - Agora ele abriu os olhos e olhou para mim. — Eu tenho uma coisa para te dar. — Ele gesticulou para um console danificado, no canto.

Eu vi uma interface e fiz uma careta.

O que você quer que eu faça?

— Use isso. Baixe o mapa completo da nave-base para o seu banco de dados. Está tudo aí. Cada localização de recursos da força do regime.

Eu o encarei surpreso.

Tudo? Por que você está me dando isso?

O ancião suspirou.

Eu vivi muito tempo. Não posso ficar para sempre, sim? — Ele soltou outra daquelas risadas cortantes, mas está parecia cansada. — Você não usará esse conhecimento para nos prejudicar, se puder evitar. - Ele fechou os olhos. — Mas se devemos morrer para livrar a galáxia do flagelo do regime, que assim seja.

Saved by the Stryxian (LIVRO 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora