Capítulo 2.5 - Inferno de Metal

17 2 6
                                    


Sempre se perguntam se existe um inferno ou um céu. Mas... Não deveriam se perguntar se esse já não é o inferno? Tudo apenas piorou quando botaram os pés naquela floresta. Se a vida já estava ruim, agora está bem mais. O calor consome. O suor respinga. O vapor sobe. Já não está na hora de agir?

Depois daquele gás explodir e todos adormecerem, o plano daquele que observa entrou em ação. Christopher lentamente começou a acordar, seus olhos ofuscados, se concentrando para se adaptar a luz daquele local. Levou um tempo até que sua consciência se lembrasse de tudo que havia acontecido.

 Christopher tentou se erguer, mas simplesmente não conseguia. Seus pulsos estavam presos em uma maca dura feita de metal, mesma coisa com suas pernas, e até mesmo seu pescoço, apenas deixando o mesmo olhar com as pupilas ao arredor.

O ambiente era estranho, nada convencional. O teto, que era apenas o que enxergava, era feito de um metal preto suavemente cinza. Havia cabos traçando todo o teto, como uma iluminação. Os cabos pareciam transportar uma energia por todo o local. Suas cores alternavam entre roxo, azul claro, azul escuro e rosa. Christopher, em uma voz rouca e fraca disse:

_ Pessoal? Tem alguém ai? Mikael? Noah? Alguém?

... Silêncio. O único som que ele ouvia era da energia estranha passando pelos cabos. Um som irritante, repetitivo. Se isso existisse na idade média, com certeza seria algum tipo de tortura. Christopher tentou romper aquela coisa que te prendia, mas era forte demais para ele. Ele ficou em silêncio, sua mente perturbada e barulhenta. Até que o silêncio foi quebrado por uma voz familiar.

_ CARALHO MANÉ, METADE DO MEU CORPO QUEIMOU, QUE PORRA É ESSA?!

Era Mikael, gritando em uma voz desesperada e confusa. Assim que Christopher ouviu a voz do mesmo, ele abriu um sorriso, e gritou para ter certeza que o garoto iria ouvir: 

_ MIKAEL, É TU MEU NOBRE!? VOCÊ TA BEM?! 

_ SOU SIM... Onde a gente tá?

_ Não faço a mínima ideia. Consegue se mexer?

_ Nem um musculo, tô preso com alguma coisa.

Enquanto os dois pensavam em silêncio, outras vozes ecoaram pela sala, sendo elas de Han e Dylan. Os dois acordaram na mesma situação. Suas visões ofuscadas pela luz forte colorida, e suas orelhas de adaptando suavemente aos sons da sala.

_ Gente... Me prenderam na cama e nem me levaram a um jantar antes? _ Disse Han, em um tom de voz consideravelmente estranho.

_ Puta merda, acabo de acordar e ouço essa porra. Preferia não ter te conhecido, só ouço merda dessa tua boca. _ Disse Dylan, com uma voz rouca e baixa.

Durante esse tempo em que eles se ajeitavam e conversavam, todos perceberam uma coisa. Cadê a voz do Noah? Mas foi neste ponto que lembraram, o rapaz tem sono profundo, não acordaria tão cedo. Focando no barulho da sala, até ouviam ele roncando. Todos riram da situação. Podiam estar na merda, mas estavam na merda juntos. Até que, de repente, uma voz de timbre bem grosso disse:

_ Estão se divertindo crianças? _ Disse a voz misteriosa _ Vocês serão de extrema importância para mim. Agora que conhecem o paranormal, serão uma peça do meu jogo. Boa noite.

Ao terminar a frase, um botão pode ser ouvido, e então, um gás começou a sair das tubulações, fazendo todos tossirem novamente até desmaiar.  Mal tiveram tempo de falar. Tudo estava acontecendo tão rápido. Pensar era difícil.

Após bastante tempo desmaiados, novamente quem volta a consciência é Christopher. Mas dessa vez de uma forma forçada. Christopher estava suspenso a alguns centímetros do chão. Uma de suas mãos estavam algemadas em um tipo de cano. Sua visão foi lentamente se ajustando ao ambiente. Ele então viu, o balançando, um rapaz jovem, sua pele era negra e ele tinha cabelos do estilo "dread" bem comprido, com a parte de trás amarrada. Usava também um suéter verde claro, algumas partes queimadas e outras rasgadas.

O AcampamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora