Capítulo 2

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Impulso.

Lavava o resto da louça suja, ainda pensava sobre hoje cedo e a conversa que tive com Chopper na entrada da cozinha. Sério, se não foi a rena que mandou entregar os biscoitos para mim, então quer dizer que foi o..

-BOA NOITE, GALERAA! - meus pensamentos são afastados quando ouço berros vindo do convés. Era Luffy, nos desejando bons sonhos. Inocente, queria mesmo era ter uma boa noite de sono para poder responder a isso.

-Noite! - respondo no mesmo tom, agora desligando a água corrente, indo secar minhas mãos na toalha de louças.

Olho para o lado de fora pela janelinha, tendo vista ao mar e respiro fundo, sabendo que definitivamente eu não iria ter uma boa noite.

•••

(23:57)

Fechei meus olhos.

Hora de dormir.

Comecei suar frio, enquanto uma sensação ruim tomava conta dos meus pensamentos.

Me vi de volta onde passei minha infância. Eu era novamente uma criança, frágil e vulnerável, cercado por meus irmãos geneticamente modificados, que eram mais fortes, mais rápidos e mais cruéis. Eles me olhavam com desprezo, zombando friamente de mim. Seus risos ecoavam pelos corredores frios e metálicos do castelo, cada gargalhada um golpe fatal em meus sentimentos, como cortes.

Tentei me defender, mas minhas palavras eram abafadas pelos insultos e pelas agressões físicas. Meus irmãos me empurravam, me chutavam, e eu caía no chão, sentindo a dor e a humilhação. Olhei para cima e vi meu pai observando tudo com um olhar de desaprovação.

Me vi na cozinha do castelo, tentando preparar uma refeição para minha mãe. Eu sabia que ela estava doente e queria fazer algo especial para ela. No entanto, meus irmãos apareceram novamente, destruindo tudo o que eu havia preparado. Eles jogaram os pratos no chão, pisoteando a comida e rindo da minha tentativa inútil de ser útil. Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, mas não desisti. De repente, a cozinha se transformou em um campo de batalha. Eu estava cercado por soldados do Germa 66, todos prontos para me atacar. Tentei lutar, mas minhas pernas estavam pesadas, como se estivessem presas ao chão. Vi meus irmãos liderando o ataque, suas expressões cheias de ódio e desprezo. Tentei usar minhas habilidades de combate, mas cada movimento era lento e ineficaz. Senti os golpes dos soldados, a dor se espalhando pelo meu corpo, e caí de joelhos, impotente.

No meio do caos, ouvi a voz da minha mãe, chamando por mim. Olhei ao redor, tentando encontrá-la, mas tudo o que vi foram sombras e escuridão. A voz dela ficou mais fraca, e senti um desespero profundo. Queria salvá-la, queria protegê-la, mas não conseguia me mover. Gritei, mas nenhum som saiu da minha boca. A escuridão me envolveu, e senti como se estivesse me afogando em um mar de desespero e solidão.

Acordei com um sobressalto, ofegante, trêmulo e suando. Lágrimas quentes caiam sem parar dos meus olhos, eu estava com medo.

Sinto uma sensação estranha, como um algo impulsivo. Levantei-me rapidamente, minhas pernas estavam bambas feitas gelatinas, sentindo um impulso incontrolável. E quando me dei conta, eu estava fora do meu quarto. Precisava de ar, precisava de.. algo. Sem pensar muito, saí correndo pelo corredor.

Precisava de ajuda.

Enquanto corria, uma lembrança surgiu na minha mente. Apesar de todas as nossas brigas e provocações, lembro que senti uma estranha sensação de conforto quando adormeci ao lado de Zoro naquela noite. Minha mente estava acelerada, eu não consiga pensar em nada!

Madrugada impulsiva  | (Zosan/Sanzo) Onde histórias criam vida. Descubra agora