O ceifador

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         Esses atos não eram apenas perversões sádicas; eram, para ele, uma forma de controle absoluto. Cada corpo se tornava um troféu de valor inestimável, uma lembrança eterna da vulnerabilidade humana diante da sua visão doentia de justiça. As poses, cuidadosamente montadas, eram sua maneira de dizer ao mundo que ele não apenas tirava vidas - ele as transformava em símbolos de sua própria superioridade.
         Os 6 primeiros assassinatos do Ceifador, foram um marco no seu império de terror, dando início ao pânico mundial — Um homem encontrado morto, com um rádio de comunicação na mão como se estivesse preste a dar a próxima instrução para a entrega ilegal, seu corpo era coberto de tatuagens como os dos restantes. O segundo, um hacker, morto em sua sala de tecnologia, cercado por múltiplos monitores. Ele estava caído sobre o teclado, com códigos incompletos nas telas, sugerindo que estava no meio de um ataque cibernético quando foi abordado. O terceiro em meio a um mar de armas como se escolhendo qual dentre essas seria a mais poderosa, o quarto um, falsificador morto em seu esconderijo repleto de documentos falsos. Ele estava sentado em frente a uma mesa cheia de passaportes e dinheiro falso, com uma caneta ainda na mão, como se estivesse finalizando sua última criação. O quarto, um extorsionário, conhecido por ameaçar comerciantes, foi encontrado de noite em uma loja vazia, segurando uma nota de alto valor manchada de sangue. Seu corpo estava jogado ao lado da caixa registradora, como se estivesse coletando o último pagamento. O quinto, um gerente de cassino especialista em lavagem de dinheiro, encontrado morto em uma sala vazia, sentado em um luxuoso sofá da sala VIP do cassino, cercado por fichas de pôquer e cartas de baralho. Ele estava em frente a mesa com uma mão segurando um royal flush de cartas ensanguentadas, como se estivesse prestes a jogar sua última mão. E o sexto e último, o chefe de uma máfia, foi encontrado em sua sala de reunião luxuosa, sentado em uma cadeira de couro imponente, como se estivesse liderando uma reunião de seus subordinados. Ele tinha uma mão sobre um charuto e a outra segurando uma taça de vinho caro, ambos manchados de sangue. Sua expressão era de autoridade, como se mesmo na morte, ainda mantivesse o controle, reforçando o poder e a influência que tinha sobre seus homens. E após essas primeiras mortes, o Ceifador iniciou a marcação de novas vidas, condenadas ao abismo de seu terror.
         A cidade constantemente em alerta. A polícia, desesperada para capturar o Serial, se deparava com enigmas cada vez mais complicados. Ceifador era um mestre em criar identidades falsas, cada vez que uma nova pista surgia, ele se movia para uma nova indentidade, criando um labirinto sem fim de mentiras, que dificultava a investigação. As autoridades lutavam para encontrar qualquer evidência concreta que pudesse levá-lo a justiça, mas Ceifador era sempre um passo a frente, e assim era a perseguição de gato e rato.
       Ceifador continuava a se esconder atrás de sua fachada de normalidade, sorriso doce, olhos calmos e brilhantes, uma aparência e personalidade cativante que desarmava até os mais reservados e desconfiados.

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