O ceifador

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As cidades estavam estranhamente mais frias nos últimos anos, envolvida em um manto de silêncio tenso, as ruas normalmente vibrantes e cheias de vidas, agora eram vazias, com poucas pessoas reunindo coragem para sair na rua e a maioria acompanhada de alguém, mas aquilo era meio inútil, afinal...O "ceifador" a qual todos os dias eram ouvidos murmúrios de conversa referindo-se a ele, não via problemas em tirar a vida de até grupos de pessoas. Ele era muito habilidoso, sua mão girava e manuseava uma faca tão rápido quanto uma máquina empacotando coisas, e sua mão apertava o gatilho fazendo uma verdadeira aula de destreza com armas, tão rápido quanto a luz reflete, com uma precisão quase sobrenatural que parecia desafiar o tempo e a realidade, sua arma não era apenas o metal frio de um revólver ou o fio afiado de uma lâmina. Era sua capacidade de dobrar a mente humana, de transformar medo em aceitação, dor em redenção, tornando as vítimas apenas meros expectadores, e eventualmente cedente em aceitar sua visão de mundo distorcida. Tudo isso fazia a cidade entender bem o preço da da segurança e confiança, no entanto ninguém nunca estava preparado para o terror que se escondia sob o disfarce de bondade, tudo bem ali, diante dos seus olhos.
     Aparência fofa, gentil, educado, doações a centros de caridade, ações de solidariedade. Quem desconfiaria do disfarce perfeito? De um homem cuja presença parecia ser inofensiva e até benéfica. Mas lá no fundo estava ele, a verdadeira face do ceifador, só esperando o momento certo para agir, como um predador observando cada passo das suas vítima
     O ceifador não tinha um padrão fixo para suas vítimas, mas sabia exatamente como escolher, geralmente suas vítimas eram as mais boas e puras. "Observação de escolhas, análise de rotinas", partes da sua estratégias de predador, não era preciso muita coisa, nem muito tempo, pois Ceifador era muito inteligente. Cada detalhe era meticulosamente e facilmente planejado. Sua maneira de operar não seguia um roteiro previsível, era uma série de movimentos calculados, destinados a garantir que sua indentidade permanecesse oculta e suas ações impunes.
      O ritual do Ceifador era tanto macabro quanto calculado. Ele utilizava uma pequena caixinha de música que tocava uma suave música de ninar. Para a maioria das pessoas, a melodia não passava de uma música nostálgica, aquelas que gostavam de ouvir quando criança, mas para suas vítimas, era o prenúncio de um destino sombrio, a própria morte falando. O ceifador abordava suas vítimas com uma combinação de doçura e engano conduzindo a pessoa por uma trilha que começa com simpatia e terminava no abismo da morte, fazendo a vítima acreditar que o Serial realmente estava fazendo o certo, suas palavras eram enganosamente doces enquanto persudiava a vítima a aceitar seu destino terrível, e então sem lutar a pessoa se rendia a escuridão da morte acreditando que ele era seu salvador e estava fazendo o certo, além disso Ceifador falava para a pessoa sorrir pois ela estava sendo salva, e essa era a marca registrada dos crimes do Ceifador, "o sorriso".
     O Ceifador não via seus crimes apenas como simples execuções; para ele, cada morte era uma obra de arte macabra, uma maneira de mostrar ao mundo sua visão distorcida e controle, mesmo que a última opção fosse totalmente contra suas visões já que ele queria ser considerado bom mesmo com seu atos horrendos. Ele escolhia cuidadosamente suas vítimas, não só pela pureza que elas carregavam, mas também pelo que representavam. Depois de cada assassinato, ele as colocava em poses que refletiam suas vidas, seus trabalhos, ou aquilo que mais amavam.
Para ele, não era suficiente simplesmente tirar a vida delas. Ele precisava deixar uma marca, algo que fizesse a sociedade se lembrar de que, independentemente de quem fossem ou do que fizessem, todos estavam à sua mercê. Se a vítima era uma modelo, ele a deixava em uma pose elegante, com os lábios pintados em um sorriso falso e os olhos abertos, como se ainda estivesse posando para uma foto. Um médico era encontrado com o estetoscópio em mãos, como se estivesse no meio de uma consulta, congelado no tempo. A cozinheira, com utensílios cuidadosamente dispostos ao seu redor, parecia estar preparando uma refeição final.

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