Toledo, Ohio
O barulho da porta sendo aberta foi o que despertou minha mente, então meus olhos que estavam marejados e com hematomas, tentavam se abrir com dificuldade, visto que havia alguns horas que eles não viam a luz.
A sombra de um homem usando terno era apercebida pela minha olhadela, o mesmo se aproximava cada vez em que eu piscava, meu coração se acelerava pois já tinha ciência do que ele iria fazer. Enquanto eu tentava observar o de terno, minha cabeça girava, prejudicando minha vista sobre ele.
— Nastya, minha querida, mais uma vez vamos tentar. Por favor, diga-nos onde está Owen ou teremos que encontrar uma maneira mais difícil de lidar com você. - Ele tirou uma faca do bolso interno de seu paletó, enquanto outros homens entravam no quarto e me cercavam.
— Imaginei que já tinham adotado "a maneira mais difícil de lidar comigo", uma vez que estou completamente ferida. - Eles trocaram olhares e o primeiro homem me deu um tapa na cara, fazendo-me gemer enquanto minha cabeça se virava como um flash para o lado.
— Pode não ser complicado trabalhar com você, Nastya, você apenas tem que me dizer onde está Owen Pavlova. - Os homens se aproximavam pouco a pouco mais de mim, enquanto me mediam de cima a baixo.
— Eu já falei e repito, eu não sei quem é Owen Pavlova e não sei onde ele se encontra.
— Bom, parece que vamos ter que fazer você pagar da pior forma. Rapazes! - ele ordenou e os homens que me mediam também tiravam facas de seus bolsos.
— Ante umbram spiritus mei cadat nigrae animae inferni et igne caliginoso ardeat. - joguei o feitiço rapidamente para que não desse tempo de me machucarem, assim fazendo eles queimarem em uma sombra negra que gerou uma pior escuridão no quarto.
Logo que o corpo deles virou pó, consegui quebrar os braços da cadeira onde eu estava amarrada, e me levantei em um embaraço devido aos machucados.
Mancando eu caminhei me retirando daquele quarto. Olhei para os lados certificando de que não havia mais nenhum demônio, e não tinha, então dei um suspiro de alívio.
Eu sabia exatamente quem era Owen, mas não sabia onde ele estava. Compreendia também que embora eu não quisesse, eu precisaria de ajuda para encontrá-lo, e sabia exatamente quem eu poderia pedir ajuda, entretanto, tinha certeza de que se recusaria ajudar.
Não tenho nenhuma outra opção, porém meu ego é maior que a necessidade, então é claro que eu procuraria outro jeito.
——
Assim que cheguei no hotel onde estava hospedadas antes de ser sequestrada, fui rapidamente tomar banho para ir jantar, posso ser um demônio mas mereço jantar limpa.
Momento em que terminei de banhar, me sequei e coloquei um dos vestidos azul que estava pendurado na maçaneta da porta do banheiro, passei uma máscara de cílios, um gloss e parti.
A lanchonete onde fui estava bem cheia, provavelmente por ser a única com comida de ótima qualidade da cidade.
Demorei um pouco mas logo achei um lugar vazio para me sentar. Foi então que eu passei o olhar no lugar pra chamar a garçonete, e reconheci dois rostos nada estranhos. Sam e Dean Winchester.Ao mesmo tempo que eu não queria que eles me vissem e viesem com todo aquele papo de caçador, questionários e suspeitas de estar seguindo eles, eu pensava que talvez isso fosse um sinal, que eu deveria pedir a ajuda deles e tentar pela primeira vez ignorar meu ego.
Com toda a vontade de tentar achar Owen, me coloquei em passar por talvez a pior situação da minha vida por ele.
Levantei-me sem muita disposição e segui em passos lentos, na esperança de reconsiderar minha decisão e, quem sabe, tomar outro caminho, contudo, já era tarde e Dean havia me avistado. Assim, apenas exibi um sorriso forçado e segui em direção aos irmãos com uma postura mais firme.
— Olá Winchesters. - sorri de forma sarcástica e me apoiei no balcão próximo a eles enquanto Sam se voltava e me observava.
Pude ver o rosto de Dean ficar sério e o olhar curioso de Sam virar um olhar severo.
— O que você está fazendo aqui, Nastya. - Sam colocou a mão no quadril, ameaçando tirar uma arma.
— Relaxa, você não vai precisar disso. Apenas quero conversar com vocês! - peguei na mão do mais alto, que estava preparada para reagir, e retirei do quadril.
— Conversar? Tenho certeza de que está envolvida no caso da Bloody Mary. - Dean acusou e eu revirei os olhos.
— Sim, e você é a nova bola de cristal né? - Zombei da queixa dele, rapidamente o loiro se irritou e tocou no quadril, mas foi interrompido por Sam.
— Olha Nastya, não temos nada pra conversar, então se você não está envolvida nesse caso e nem encontrou o Azazel, vai embora! - Sam virou para se retirar puxando o braço de Dean já que ele ainda estava me encarando.
— Espera! - Fiz os dois pararem de andar. - Preciso... da ajuda de... vocês. - me contorci ao terminar a frase.
Os Winchesters se olharam como se comunicassem por telepatia, o que me deixava com raiva.
— Olha, Morena Vadia, eu acho que já foi demais nós aceitarmos não matar Azazel para você, agora chega de pedidos. - Dean reclamou e começou a dar passos para trás junto com Sam.
— Eu sei! Mas é meu irmão... - Quando revelei os dois olharam para mim novamente, e franziram a testa. - Eu preciso achar Owen antes que os demônios de Azazel achem ele, vão matar ele!
Sam colocou uma das mãos na cintura e passou a mão na boca de modo pensativo, assim o loiro olhou para ele como se já não concordasse com qualquer coisa que Sam estivesse pensando.
Depois de 3 minutos se olhando, Sam finalmente falou algo.
— Vamos te ajudar. Mas com uma condição. Vai ter que ser do nosso jeito e nada de matar pessoas! E vai ter que ajudar a gente nesse caso. - Os cantos da minha boca de transformaram rapidamente, logo, concordei com a cabeça.
— Ótimo, vamos logo antes que eu desista dessa decisão péssima. - Dean resmungou e saímos da lanchonete atrás dele.
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𝐍𝐎𝐓𝐇𝐈𝐍𝐆 𝐄𝐋𝐒𝐄 𝐌𝐀𝐓𝐓𝐄𝐑𝐒; 𝘚𝘢𝘮 𝘞𝘪𝘯𝘤𝘩𝘦𝘴𝘵𝘦𝘳
FanfictionA vida é complicada para todos nós. Mesmo as melhores vidas, das melhores pessoas, a vida sempre te surpreende de alguma forma, e as vezes a vida pode ser até injusta. Imagina você ser uma nobre garota, gentil e empática, e quando está prestes a dor...