Sentimento Enigmático

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Se em mim desmorona a ordem dos dias,
É porque se ergue muros de silêncio
E me roubam as horas, uma a uma,
Como ladrões na noite eterna e fria.

Neste labirinto de ausências,
Onde o mundo se dobra e se fragmenta,
Procuro nos reflexos um sentido,
Um nome que dissolva as distâncias.

O que resta quando tudo se parte?
Um coração que pulsa descompassado,
Buscando nas linhas tortas do destino
A promessa de uma paz inalcançada.

Deus desceu, olhou-me nos olhos,
Mas não reconheci sua face,
A linha tênue da divindade,
Se desfaz em meus dedos trêmulos.

Minhas noites abraçadas por memórias vermelhas,
São labirintos de pensamentos inacabados.
A sanidade, um fio tênue,
Balança à beira de abismos internos.

Flutuo entre verdades doloridas,
Cicatrizes que narram minhas batalhas,
Cada confronto com a essência
Me deixa à deriva, perdido em mim mesmo.

Perdoe-me, universo sem nome,
Por desmoronar em sua vastidão,
Por buscar em tua imensidão
As respostas que me destroem.

Na dualidade do existir,
Sou fragmento e totalidade,
Uma busca incessante
Pela paz em um mar de caos.

Assim, deslizo entre as horas,
Suspenso no vazio, esperando
Que a vida, com a sua complexidade infinita,
Me revele, enfim, meu verdadeiro ser.

Sussuros de SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora