cap 3

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Eu sei que você e manipulador
E um mentiroso compulsivo também
Mas não conte mentiras sobre mim
E eu não contarei verdades sobre você

TELL ME LIES - aesteria, odetari

ᴹᵃᵗᵗᵉᵒ
ᴱᵁᴬ; ᴾʰᵒᵉⁿᶦˣ
²¹ ᵃⁿᵒˢ
[

...]

As luzes piscando e o cheiro de álcool pairando no local, as pessoas estranhas em volta de mim observando os modelos desfilando na passarela.

Homens e mulheres andando com as peças que eu mesmo desenhei era maravilhoso, mesmo estando nesse ramo a 2 anos eu nunca me canso.

Sou bem sucedido, todos compram minhas roupas. Um dos estilistas mas bem sucedidos dos EUA, local onde moro, não vou mentir que sinto falta dos meus pais que ainda residem no Brasil, mas aqui é maravilhoso, não tanto quanto meu país mas ainda sim é bom.

Inclusive minha mãe ta insistindo para arrumar alguma namorada ou até mesmo um namorado, ela tá tanto faz só não me quer ver encalhado e eu até concordaria, se eu já não estivesse namorando. O problema é que ela nunca aceitaria ele por causa do seu trabalho.

Depois de tanta insistência da parte da minha mãe eu falei que estava namorando e daqui há um mês ela vem me visitar, e até viria mais cedo mas não tinha passagem esse mês.

Tô tentando pensar em uma forma dela não conhecer o meu namorado.

Voltei minha atenção nos modelos a minha frente, preciso urgentemente mudar a agência de modelos, quando acabar esse desfile vou demiti-los.

Me indicaram a Radiant Runway, ela tem um bom histórico no mundo da moda, ainda tenho que ir em casa ver o Bryan.

O desfile prossegue, e eu mal conseguia me concentrar direito. Meu pensamento estava dividido entre as críticas que precisava anotar mentalmente e a questão incômoda com a minha mãe. Ela viria do Brasil com toda aquela expectativa de conhecer alguém "decente", alguém que ela poderia imaginar como parte da nossa família.

Mas Bryan... Ele é especial. Desde o primeiro momento, algo nele me cativou. Claro, o fato de seu trabalho talvez não fosse o que minha mãe esperava para mim. Ela queria algo mais "tradicional", talvez alguém com uma carreira mais formal. Eu sabia que ela tinha o melhor dos interesses, mas o mundo que imaginava era tão distante do meu.

As luzes piscavam mais intensamente conforme os últimos modelos caminhavam pela passarela. Eu fingi interesse, mas minha mente estava a quilômetros de distância. Bryan, com seu sorriso fácil e senso de humor afiado, era tudo o que eu não sabia que precisava até encontrá-lo. Ele apoiava cada escolha minha, mesmo aquelas que não faziam sentido para o mundo. E isso, por si só, já valia tanto.

Assim que o desfile terminou, fui direto para os bastidores. Cumprimentei os modelos, agradeci os profissionais e conferi rapidamente as reações nas redes sociais. Parecia que o desfile tinha sido um sucesso. Mesmo assim, a angústia persistia. Estava na hora de resolver as pendências com a agência de modelos.

Peguei o telefone e entrei em contato com a Radiant Runway. Eles eram bem recomendados e tinham aquele toque inovador que eu procurava. Marcamos uma reunião para a próxima semana. Tinha que fazer isso funcionar.

Quando finalmente consegui escapar do trabalho, segui direto para casa. Bryan estaria lá, provavelmente preparando algo para nós dois. Ele sempre fazia isso quando sabia que eu estava em um daqueles dias estressantes. Mas, ao contrário do que uma vida comum poderia sugerir, nossa relação tinha camadas que poucas pessoas poderiam entender, ou até mesmo aceitar.

Quando finalmente cheguei em casa, algo estava diferente. Abri a porta e encontrei Bryan na cozinha, mexendo distraidamente em seu telefone, como de costume. Ao me ver, ele sorriu, mas havia algo naquela expressão que eu conhecia bem uma tensão que jamais desaparecia, uma camada invisível de inquietação que sempre nos cercava.

- Como foi o desfile? - ele perguntou, colocando o celular de lado e vindo me abraçar. Seu abraço era reconfortante, mas havia uma possessividade sutil nele, algo que me deixava sempre um pouco alerta, ainda que eu não quisesse admitir isso.

Soltei um suspiro e me forcei a relaxar.

_Foi bom - murmurei contra seu ombro, mas meus pensamentos estavam a mil, principalmente sobre a visita iminente da minha mãe. O peso do que eu havia contado a ela, que estava namorando, não parava de crescer na minha cabeça.

Me afastei de Bryan, tentando manter a conversa leve.

_Minha mãe vem no próximo mês... Eu contei a ela sobre nós.

Sua expressão endureceu, o sorriso desaparecendo rapidamente.

_Você contou sobre nós? - ele repetiu, o tom de voz ficando mais sombrio. Ele não precisava dizer mais nada para que entendesse o que isso significava. Ele odiava qualquer forma de exposição, mesmo que fosse apenas para a minha família. Era uma das regras não ditas do nosso relacionamento. Eu sabia disso, mas, mesmo assim, me arrisquei.

_ Eu disse que estou namorando, só isso. - falei rapidamente, tentando aliviar a situação. -Ela quer te conhecer, mas não sabe... Nada além disso.

Ele riu, mas era um riso frio.

_Ela quer me conhecer? E o que você vai dizer? Que o seu namorado ganha a vida vendendo drogas? Que você está com alguém que a qualquer momento pode desaparecer por meses, ou pior?

Fiquei em silêncio, o estômago se revirando. Essa era a dinâmica entre nós, sempre uma dança delicada entre o amor e o controle. Bryan sabia como manipular minhas emoções, como fazer com que eu me sentisse culpado por tentar manter uma conexão com minha família. E, em parte, eu sabia que ele estava certo. Minha mãe jamais aceitaria nossa relação se soubesse a verdade.

_Você não entende - ele continuou, a voz mais baixa agora, mas carregada de um tom ameaçador. - Você não pode simplesmente trazer ela para o nosso mundo. Não é seguro. E você sabe disso.

Era sempre assim. Bryan usava o argumento da segurança para me manter sob controle. Ele dizia que estava me protegendo, mas, no fundo, eu sabia que parte disso era sobre poder. Ele não queria perder o controle sobre mim, e essa era sua maneira de garantir que eu ficasse exatamente onde ele queria.

Eu sabia que nossa relação era tóxica. Havia momentos em que me sentia sufocado, preso em um ciclo de amor intenso e brigas silenciosas. Ele me dizia o que eu podia ou não fazer, com quem eu podia ou não me relacionar. Tudo sempre disfarçado como preocupação com o meu bem-estar.

_ Bryan... - comecei, tentando encontrar as palavras certas, mas ele me interrompeu, segurando meu rosto com firmeza.

_ Você vai resolver isso, entendeu? Ela não pode saber quem eu sou, e você vai fazer o que for necessário para garantir isso.

Assenti devagar, o coração pesado. Por mais que eu quisesse lutar, havia algo em Bryan que sempre me fazia recuar. Uma parte de mim ainda estava presa à ideia de que ele estava apenas tentando nos proteger. Mas, ao mesmo tempo, eu não podia ignorar o quanto isso estava me destruindo por dentro.

_Eu vou resolver, - murmurei, tentando afastar a sensação de desespero que me envolvia. Ele sorriu, satisfeito com a resposta, e me puxou para mais perto, como se tudo estivesse resolvido agora.

Mas eu sabia que o problema era muito mais profundo do que apenas minha mãe vindo me visitar. Era o nosso relacionamento inteiro.

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Oioii, fiquei sem criatividade por uns 4 dias por isso eu demorei .
Como hoje eu tava inspirada consegui fazer isso tudo hoje então ficou um pouco pequeno.
Eu queria fazer mais só que eu to sem um pingo de criatividade mas eu JURO que tento postar o 4 amanhã pra compensar o tempo que fiquei fora.

Bjoo 😘
Até próximo cap

Ass: Lari

Intertwined LivesOnde histórias criam vida. Descubra agora