Eu não me aguento de ansiedade
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O primeiro raio de sol atravessou a cortina do pequeno apartamento de Orm Kornnaphat, banhando o espaço com uma luz suave e dourada. Orm piscou algumas vezes, ajustando-se à claridade matinal. Sua rotina era quase sempre a mesma, mas havia algo de reconfortante na previsibilidade daqueles momentos. Levantou-se lentamente da cama, espreguiçando-se para aliviar a tensão nos músculos, e dirigiu-se à cozinha.
O aroma do café fresco preenchia o ar enquanto ela preparava sua dose diária de energia líquida. Orm era uma mulher de hábitos simples: uma xícara de café preto, sem açúcar, enquanto revisava mentalmente as tarefas do dia. Hoje, porém, sentia-se um pouco mais leve, um bom humor inexplicável se instalando em seu peito.
Ela pegou sua jaqueta de couro favorita, que já havia passado por tantas tempestades quanto ela própria, e saiu de casa, o copo de café ainda quente em mãos. As ruas de Bangkok já começavam a se agitar com o frenesi matinal, mas Orm encontrou conforto no caos controlado da cidade.
Chegando à delegacia, Orm sorriu para alguns colegas ao passar pelos corredores, o bom humor refletido em seus passos decididos. Entrou na sala principal, onde as vozes e risos ecoavam como em qualquer outro dia.
"O que temos para hoje?" - Orm perguntou ao entrar na sala de briefing.
"Bom dia, Orm!" - Prig Khing cumprimentou, seu rosto iluminado pela energia matinal. - "Temos uma briga de trânsito para resolver. Você está a fim?"
"Claro, Prig, vamos lá!" - Orm respondeu animada.
Enquanto Orm guiava a viatura pelas ruas movimentadas de Bangkok, o som constante do tráfego e o burburinho da cidade serviam como pano de fundo para sua conversa. Prig, sempre a faladora, conversava com Orm sobre as últimas notícias, filmes e até sobre um novo restaurante que havia aberto na cidade.
"Você deveria tentar algum dia," - disse Prig, referindo-se ao restaurante. - "Ouvi dizer que o pad thai deles é imbatível."
Ao chegarem ao local da briga, Orm e Prig encontraram dois motoristas discutindo intensamente. Um deles, um homem com expressão irritada, estava gesticulando furiosamente.
"Eu disse que ele bateu no meu carro e não quer pagar pelos danos!" - o homem gritou.
"Calma aí," - Orm interveio, aproximando-se com uma expressão serena. - "Vamos resolver isso. O que aconteceu exatamente?"
O outro motorista, visivelmente frustrado, explicou sua versão. - "Eu estava dirigindo quando ele me cortou. A batida não foi grave, mas ele não quer assumir a responsabilidade."
Prig, com um tom amigável, começou a analisar a situação. - "Vamos verificar os danos e ver o que podemos fazer para resolver isso sem mais brigas."
Após uma inspeção cuidadosa e uma discussão razoável, Orm e Prig conseguiram mediar a situação. Ambos os motoristas concordaram em preencher os relatórios necessários e seguir com os procedimentos de seguro.
"Bom trabalho" - Orm disse a Prig ao retornarem à delegacia. - "Vamos ver se o restante do dia dá uma animada."
Enquanto isso, no suburbio de Bangkok, o ambiente estava carregado de tensão. As paredes do apartamento abandonado onde servia para venda de drogas eram frias e úmidas, com pouca luz filtrando pelas janelas quebradas. Heng estava de pé, seu olhar fixo no traficante que estava encostado em uma pilha de caixas, com um sorriso de deboche nos lábios.
O rapaz cruzou os braços, mantendo uma postura calma, mas sua voz era fria como o aço. - "Você sabe por que estou aqui, certo? Chegou a hora de acertar as contas."

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O Jogo da Sombra | LingOrm
FanficEm meio ao caos vibrante e caótico de Bangkok, Lingling Kwong, uma astuta e poderosa líder mafiosa, comanda seu império com uma mistura letal de charme e crueldade. Sua presença é uma sombra constante na cidade, temida por uns e admirada por outros...