too sweet | rosamaria montibeller

enchanted

Oi, gente! Tive a ideia pra essa fic tem um tempinho já mas fiquei meio hesitante de postar porque não sabia se alguém ia querer ler, mas se eu não tentasse não ia saber nunca, né.
Só queria dizer antes de começar que eu tomei a liberdade poética de fanficar que as olimpíadas duram mais de 15 dias, porque duas semanas é muito rápido pra desenvolver alguma coisa KKKKKKKKK. Então tenham em mente que aqui vai durar um tempo indefinido e abracem a ideia, é isso
Espero muito que vocês gostem e, se puderem, comentem bastante porque motiva muito a continuar :)
Boa leitura pra vocês <3
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all i can say is i was
enchanted to meet you

Camila analisou o próprio reflexo na vitrine pela décima vez seguida, seus grandes olhos castanhos percorrendo sua imagem de cima abaixo como se procurassem qualquer mínimo defeito que pudesse ter passado despercebido nas últimas nove inspeções. Com os lábios levemente projetados em um biquinho, ela pousou as mãos na saia do vestido - branco, acinturado, com uma saia de caimento leve que tremulava até a metade de suas coxas -, ajeitando vincas inexistentes antes de levá-las aos fios castanhos, correndo os dedos pelas ondas quase instintivamente, jogando o cabelo por cima dos ombros. Suspirando, ela desviou o olhar. Era hora de ir.

Tirando o celular da bolsa, ela checou a localização de Júlia pela última vez só para ter certeza, olhando do pontinho vermelho na tela para a padaria bonita da rua da frente, com portas grandes de vidro e a fachada cor de rosa. Não evitou o sorriso que lhe vinha tão naturalmente no momento. Fazia tanto tempo que não encontrava sua melhor amiga que apenas a ideia de poder abraçá-la de novo já esquentava seu coração. Estava morrendo de saudades.

Camila sabia que, se dissessem para a Camila e a Júlia da infância que elas passariam mais de dois anos sem conseguirem se encontrar, elas teriam rido na cara de quem quer que houvesse ousado dizer tamanha bobagem. Elas costumavam ser praticamente grudadas pelo quadril, onde uma ia, a outra também, e elas não acreditavam que poderia ser diferente.

Entretanto, com a vida adulta, as coisas começaram a se complicar. Camila tinha uma rotina de estudos intensa para a faculdade e a carreira em ascensão de Júlia acabou tomando novos rumos que muitas vezes precisavam que ela estivesse longe. Era mais difícil, é claro, mas mesmo que em países diferentes, elas nunca deixariam aquela amizade morrer, conversando sempre que possível e atualizando uma a outra com a certeza de que o reencontro, por mais distante que estivesse, era inevitável.

E, no fim das contas, ele havia chegado. Com a notícia da greve na faculdade, Camila havia pulado de alegria e feito planos imediatamente. Seria a estreia de Júlia nas olimpíadas e ela estava exultante por poder estar lá. A surpresa era apenas a cereja do bolo: mal podia esperar pela reação da ruiva ao vê-la ali depois de tanto tempo.

Discretamente, ela abriu a porta da padaria, seus olhos castanhos passeando pelo espaço em busca da cabeleira alaranjada que ela conhecia tão bem e que não demorou a achar. Ela estava de costas, felizmente, mas também estava acompanhada. Camila mordeu o lábio inferior, sentindo um nervosismo familiar começar a se apossar de si ao perceber quem eram as garotas ao redor de sua amiga. Só a seleção feminina de vôlei, nada demais.

Okay, não a seleção inteira, mas três delas era mais do que o suficiente para deixar a morena nervosa. É claro que Camila havia considerado que conhecer as jogadoras seria algo que ela faria eventualmente - afinal, Júlia fazia parte do time -, mas não tinha pensado que aconteceria em suas primeiras horas em Paris. Respirando fundo, ela fechou os olhos por alguns segundos, tentando se acalmar. Ela conseguia lidar com Gabi, Carolana e Rosamaria, certo?