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— Amor? – ouço a voz da minha noiva soando leve pelo corredor.
— Estou no escritório – respondo-a enquanto terminava de por as pequenas embalagens de tinta dentro da caixa.
Segundos depois foi possível ouvir os seus passos ainda mais perto.
— Vai pintar mais uma vez? – ela perguntou baixinho e senti seus pequenos braços rodeando a minha cintura.
— Eu acordei bastante inspirada hoje e você sabe que tenho aquela galeria para enviar algumas de minhas obras – digo e viro meu corpo de frente para o seu.
Seus olhinhos de gato brilhavam ainda mais naquela manhã de sábado, seu rosto um pouco corado deixava-a com um aspecto muito lindo, seus lábios vermelhos chamavam a minha atenção e a forma delicada em que ela passou a língua por eles foi matadora. Jennie Kim Manoban era realmente uma verdadeira obra de arte, a minha obra de arte. Nos conhecemos na época da faculdade, para ser mais específica em uma das calouradas, ela fazia odontologia e seu curso era conhecido por proporcionar as melhores festas, então não seria eu a perder uma oportunidade dessas.
Apesar da festa nos proporcionar conhecer uma a outra o motivo não foi nada legal, acontece que havia um veterano babaca dando em cima dela e após receber um não se demonstrou extremamente irritado. Eu estava perto quando ele chegou a empurra-la com força e se não fosse por mim ela teria caído feio no chão. Não estava entendendo nada no começo apenas lhe ajudei e perguntei se estava bem, mas foi quando seu olhar assustado se voltou para uma figura atrás de mim. Eu já havia sacado o que tinha acontecido e por esse motivo tasquei um soco no rosto daquele otário, obviamente que após a comoção algumas pessoas vieram retirar aquele babaca da festa.
Resumindo os próximos passos, Jennie se sentiu culpada pelo machucado em minha mão devido ao soco e me levou para o hospital. Naquela mesma noite eu descobri que havia machucado meu pulso e que precisaria imobiliza-lo, acho que o soco que deferi não foi tão certo, porém no final de tudo mantemos contato e começamos a sair para nos conhecer melhor.
— Você está linda – murmurei com os olhos presos em seu rosto e por um milissegundos a vi corando.
— Lili...– diz manhosa enquanto escondia o rosto na curva do meu pescoço.
— Estou apenas dizendo a verdade, meu bem – deixo um beijo em sua cabeça e olho para a porta do escritório assim que ela abriu.
— Mama, estou com fome – Ella diz passando a mão na barriga e caminha até nós.
— Bom dia, minha princesinha – a pego no colo e a ponho sob a mesa atrás de mim.
Ella Kim Manoban foi o maior presente que minha noiva pode me dar. Minha filha era o meu maior orgulho e em breve completaria seus cinco anos de idade. Meu bebê é super inteligente e por esse motivo entrou na escola cedo, Ella já anda direitinho e se deixar fala pelos cotovelos.
