CAP-2 rotina

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"Querido Diário...
Mais um dia se iniciou, fazem três anos que trabalho na casa de dona Vanessa, ela é uma mulher muito gente boa e graças a Deus me trata não só como babá mas como uma amiga.
Ainda são 5:00 eu já me levantei para ir caminhar pela Rodovia, como sempre comprimento meus vizinhos e quando volto para casa faço um café bem reforçado para o povo de casa.
Tomo meu banho e dou uma geral na sala das crianças.

- bom dia seu Jurandir - falo lhe entregando uma xícara de café, - já de plantão? - ele é um senhor que cuida do jardim e dirige o carro da casa.

- ahm ?Ah... Sim, sim garota. Já vou águar aqui as planta. - respondeu pegando a xícara e acordando de seu cochilo. - seu café minha filha tem igual não. - diz tirando o cabelo grisalho do rosto.

- oh, deixa dona Maria ouvir isso não, capaz dela ficar com ciúmes. - dei uma risada.

- CHEGUEI PESSOAS! - diz, quer dizer grita ,Luan.

- bom dia calopsita, - faz careta com o apelido novo. - não é esse o pássaro que vive gritando? - mostra língua para mim.

- ahm?..Ah é, é, é mesmo. - fala seu Jurandir.

- obrigado por serem tão gentis. - fala com deboche.

- disponha querido.

- os babys já acordaram? - pergunta ao deixar sua mochila no quartinho da limpeza.

- se tivessem acordado acha que eu taria aqui falando com você santana?- ele me olha feio pelo apelido.

- já falei pra.... - para de falar ao escutarmos dona Vanessa descer as escadas.

Assim vou para a cozinha arrumar o café da manhã na mesa, quando dona Vanessa aparece para comer está tudo pronto.

- bom dia querida como dormiu? - sorriu de maneira carinhosa, ela estava de maneira impecável como sempre , já que era dona da própria empresa de cosméticos e produtos de beleza.

- muito bem senhora, aliás hoje eu fiz as suas panquecas favoritas, de nozes. - ela abriu um sorriso.

- você é uma benção querida. Uma benção. Eu vou vir mais cedo hoje para cuidar da Gabi, tenho que aproveitar essa fase. – concordei com a cabeça e vi que já era 7:00 e fui acordar os babies.

Chegando no quarto das crianças encontrei Lucas e Mariah dormiam preguiçosos. Dava até dó de acorda-los . Eles eram gêmeos e são as coisinhas mais lindinhas.

– bom diaaa o sol já nasceu lá na fazendinha...– cantei sentando na cama Mariah. – ...acorda o gêmeos da família– Lucas o mais energético sentou na cama com cara de sono, tão fofoooo.

– bom.. Bom dia Ceci. – assim ele pulou no meu colo e rodeou meu pescoço com seus bracinhos.

– bom dia meu pequeno.– quando olhou para a irmã dormindo fez uma careta de quem vai aprontar.

Assim ele tirou a coberta dela e fez cócegas nela.

– ah... Pa-para Lu... Lucas! – gargalhou alto. Assim Lucas parou e sentou em meu colo. Fazendo ciúmes na irmã.

– bom dia Mari como dormiu? – peguei ela no colo também.

– poderia ter acordado vem se não fosse esse pestinha. – apontou para o irmão que lhe mostrou língua.

– brincadeiras a parte vamos que a mãe de vocês estão lá embaixo. – pularam do meu colo e foram para o banheiro.

– ai Lucas!! .... - silêncio. – sai daqui manoo. – bufou irritada.

– sai você encosto.

– parem de brigar crianças. – eles só tinham 6 anos e já brigavam como adolescentes de 16 , Como eles crescem rápido.

Lembro que quando vim morar aqui com meu paizinho eles eram tão Pitchucos que nem falavam direito, agora estão assim trocando farpas. Sempre gostei de cuidar deles no tempo livre, porém na minha escola integral mal sobrava tempo pra nada.

– já titia!! – falaram juntos ao saírem se empurrando do banheiro.

– ai Lucas vô te dá um soco no meio dá.... – a olhei em repreensão antes de terminar a frase. – que foi? – ela me olhou dando de ombros.

– Lucas... – chamei após vê-lo colocar a pasta de dente no cabelo da irmã.

– oi titia! – jogou a pasta na pia e desceu as escada correndo.

Essas crianças ainda vão me matar.

[... ]

Eles já estavam na mesa com a mãe e o pai enquanto eu cuidava de Gabriele a bebê da casa, ela era tão calminha que até mesmo seus castanhos avelã transmitiam essa paz.

– bom dia pras ruas princesas dessa casa. – falou dona Maria a cozinheira.
Me entregou a mamadeira.

– bom dia pra nossa rainha – rimos e fomos para o jardim pegar um sol.

– e ai querida? Conseguiu a vaga da faculdade? – pergunta acariciando o rosto da bebê.

– na verdade não, eu vou tentar o curso parece mais barato e fácil. Não tenho tanto tempo como antes. –coloquei a baby para arrotar. – aliás tenho muitas crianças para cuidar. – ri como se as crianças fosse a minha vida.

– mas essa crianças... – pegou a bebê. – não são os seus filhos. – sorriu para Gab. Dei um suspiro, realmente não eram mas eu dava tudo de mim como se fossem. Eu amava demais essa família.

– eu vou fazer esse curso e vai dar tudo certo. – disse convencida entrando na casa com o babie.

– se Deus quiser minha filha.

......... .・。.・゜✭・.・✫・゜・...........

– papai. – bati na porta de casa. – paii abre aqui. – estava com as sacolas de compras nas mãos.

Meu pai saiu da casa da patroa quando acabou a pandemia, eu me formei e acabei indo trabalhar lá como professora particular e babá. Porém dona Vanessa já tinha planos de colocar os gêmeos na escolinha, eu amava trabalhar lá, já que Vanessa sempre foi uma segunda mãe pra mim. Então eu sempre me dedico nas coisas que faço pra ela, e esse é um dos motivos que ela  ama tudo o que eu faço.

– JÁ VOUUUU. – meu pai grita, o jeitinho normal de fazer as coisas.

Escutei um barulho de coisas caindo e já fiquei preocupada. Meu pai era um senhor de setenta anos de idade e vivia numa casinha cheia de planta.

– OI MINHA FILHA COMO VOCÊ TÁ. LEMBROU DO PAI. – falou de seu jeito dramático.

– nunca te esqueci pai. – entrei em casa e deixei as coisas na cozinha. E lhe dei um abraço.

– AHM? EU NÃO ESCUTO. – falou alto se sentando na poltrona da sala. Onde passava nacional geographic.

Aquele cheirinho de casa ou melhor. De comida que meu pai havia feito em cima da mesa, café, pão caseiro e tudo que há de bom com o melhor homem que já conheci. Era assim que eu amava passar minhas tardes de sábado. "

o diário de uma babáOnde histórias criam vida. Descubra agora