Capítulo 5

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Ana se espreguiçou, abrindo os olhos devagar, teve a brilhante vista da janela que cobria do chão ao teto e mostrava o jardim verde e bonito, tão espaçoso que sentia que poderia estar dormindo naquela grama e não teria problemas. Tentou se mover, sorrindo, querendo se virar mais para a vista e apreciar, mas seu corpo estava pesado porque...

Bem, porque tinha o corpo de Jordan em cima.
Alguém era muito, muito espaçoso.

Ela não se lembrava de quando dormiu exatamente, mas sabia que foi em meio a alguma conversa com Jordan.

Nunca havia dormido enquanto conversava com alguém, e também nunca havia dormido tão bem em toda a sua vida. Queria dizer que foi pelo cansaço, e por isso apagou a noite toda, mas ela vivia cansada e sempre dormia mal.

Era a casa, claro. Um lugar bonito e arejado como aquele, o silêncio só sendo interrompido pelos cantos de passarinhos.

Porque ela com certeza não dormiu bem em ter
Jordan todo embolado em cima de seu corpo.

O homem era muito maior que ela, dez ou quinze centímetros, e era pesado também, e estava ali com a cabeça sobre seu peito, a perna sobre as suas e ainda tinha o braço por cima de sua cintura.

Ele ressonava baixinho, tinha um biquinho nos lábios, e o rosto relaxado, a boca entreaberta causava certa ansiedade em Ana porque ele tocava na parte de cima de seu seio, onde a blusa estava toda embolada acima da barriga e esticada demais na frente, um decote generoso havia se formado.

Mas também era fofo.

Jordan parecia ser um homem - garoto - de vinte e poucos anos, sem a sensação do mundo em suas costas e todas as responsabilidades que tinha. Era tão bonito.

Com a mão coçando de vontade, Ana a levou até seu cabelo, acariciando os fios macios e bagunçados, a sensação quente e sensível, os dedos revalescendo.
Há uma semana nunca havia sequer tocado na mão de Jordan, o máximo que tiveram foi um laço de braços quando o acompanhou em um evento. Mas agora estava ali, havia acabado de de dormir uma noite inteira na cama com ele, tiveram conversas que não foi sobre o trabalho, conheceu sua família, e agora era sua noiva falsa... e estava acariciando seu cabelo.

Seu coração bateu rápido de repente e sua respiração descompassou.

O que tudo aquilo significava?

Ana era uma leitora nata, ela não sabia dividir as coisas, tudo era um romance. Precisava proteger sua mente e seu coração, ou sairia muito, muito ferrada daquela situação. E Jordan era o tipo de homem que insuperável.

Ele mexeu a cabeça, como um cachorro, se esfregando no peito de Ana com a bochecha enquanto acordava, e ela tirou rapidamente a mão de seu cabelo, ficando paralisada.

Ele quem invadiu seu espaço, ela não fizera nada!

_Bom dia - a voz rouca e baixa fez todos os pelinhos de Ana se arrepiarem, e quando o outro levantou a cabeça e apoiou o queixo em seu peito, o rosto amassado e os lábios vermelhos e meio inchados do sono... meu Deus.

_Está me tocando - foi a primeira coisa que disse, nervosa demais. Engoliu em seco. - Passou dos limites da barreira e está me tocando - acusou.

Jordan olhou para baixo, descarado, admirando o decote "vulgar" de Ana, e então apoiou as mãos ao lado de seu corpo. Ana ofegou. Ele estava literalmente em cima dela agora, o rosto tão perto, tudo... e o cheiro de seu perfume, ou sabonete, ela não sabia, mas era Jordan, totalmente Jordan, só dele, e estava lá, tão maravilhosamente bom, nublando sua mente e seu coração.

Ela deveria se proteger. Sabia que deveria.
Mas suspirou um pouco porque era difícil pensar em qualquer coisa coerente naquele momento.

Jordan sem camisa era uma coisa bonita. Em cima dela ele era uma cosia perfeita.

 𝐀 𝐆𝐀𝐑𝐎𝐓𝐀 𝐏𝐄𝐑𝐅𝐄𝐈𝐓𝐀, 𝖩𝗈𝗋𝖽𝖺𝗇 𝖯𝗈𝗐𝖾𝗅𝗅Onde histórias criam vida. Descubra agora