alguém para amar

cap2 pag5

— Lembra-se — perguntou Elizabeth, rindo, quase duas horas depois —
daqueles deliciosos campeonatos de brincadeira que havia nas festas de
aniversário da família de Mary Ellen?
— Nunca vou me esquecer — concordou Alex, sorrindo com as
lembranças.
— Você sempre me derrubava do cavalo quando competíamos na justa —
disse Elizabeth.
— Sim, mas você ganhava todos os torneios de tiro. Pelo menos até seus
pais descobrirem e decretarem que você já era crescida e refinada demais para
continuar participando das festas... — Alex ficou séria. — Sentimos muito sua
falta depois disso.
— Não tanto quanto senti a de vocês. Sempre sabia os dias em que as
competições iriam acontecer e ficava andando por aqui, desanimada,
imaginando como vocês estariam se divertindo. Então, Robert e eu decidimos
começar nossos próprios torneios. Obrigávamos todos os criados a participar
— riu Elizabeth, recordando-se de si mesma e do meio-irmão naqueles dias
distantes.
Depois de um instante, o sorriso de Alex desapareceu.
— Onde está Robert? Você ainda não me falou sobre ele.
— Ele... — Elizabeth hesitou, sabendo que não poderia falar sobre o
desaparecimento do irmão sem revelar todos os fatos que o precederam. Por
outro lado, havia algo nos olhos solidários de Alexandra que a fez se
perguntar, relutante, se a amiga já saberia de toda a terrível história.
Pragmática, completou: — Robert desapareceu há um ano e meio. Imagino
que tenha algo a ver com... dívidas. Mas não vamos falar sobre isso —
acrescentou, impaciente.
— Muito bem — concordou Alex, o sorriso agora falsamente animado. —
Então, sobre o que vamos falar?
— De você — respondeu Elizabeth, prontamente.
Alex era mais velha que Elizabeth, e o tempo voou enquanto lhe contava
sobre o casamento e o marido, a quem, obviamente, adorava. Elizabeth ouvia
com atenção as descrições dos maravilhosos lugares que a amiga conhecera