Em busca da liberdade

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Evelyn S Blake

Lá estava eu, sobrevivendo a mais um dia cansativo. Tinha acabado de sair de uma reunião com alguns sócios, e tudo saiu exatamente como planejado. Consegui fechar mais um contrato esta manhã. Me formei em Direito há alguns anos e, hoje, sou uma das melhores advogadas criminalistas de Nova York. Trabalho na Blake & O'Connel e Associados, o escritório de advocacia mais prestigiado da cidade. Meu amigo e sócio, Edward-ou Ed, como prefiro chamá-lo-é a pessoa que sempre esteve ao meu lado, tanto nos piores quanto nos melhores momentos.

Mas, deixarei minha história para outra hora.

Saí do escritório mais cedo; já estava no final da tarde. Peguei meu carro e fui dirigindo para casa. Porém, senti um pouco de fome. Meus dias são tão monótonos que senti a necessidade de frequentar lugares diferentes. Ao passar por uma cafeteria, "Lawson's Coffee", um aroma de pães frescos e assados chamou minha atenção.

Entrei no lugar e escolhi um canto mais reservado para me sentar. Peguei o livro que estava começando a ler e o deixei sobre a mesa, esperando que alguém viesse me atender.

- Boa tarde, o que a senhorita deseja? - perguntou uma moça com uma expressão adorável. Ela tinha pele clara, cabelos loiros ondulados e os olhos verdes mais lindos que já vi. Parecia ser bem simpática.

- Vou querer essa torta de limão, por favor - respondi, tentando soar o mais simpática possível, mas pareceu que ela percebeu o meu olhar sem vida.

- Está tudo bem? - perguntou, e eu apenas assenti, sem conseguir formular uma palavra. Somente Ed costuma perguntar se estou bem.

Ela não insistiu e logo se retirou para buscar meu pedido. Quando voltou, trazia um pedaço de torta de limão que parecia delicioso.

- Aqui está - disse a moça, que se sentou à minha frente, sem ser convidada, mas sem parecer invasiva. Eu a encarei, arqueando uma sobrancelha. - Sabe, sempre me disseram que uma boa torta de limão pode curar qualquer coisa - comentou, com um sorriso encantador, olhando fixamente para mim.

- Então, vou pedir mais alguns pedaços dessa torta de limão, porque há muitas coisas que precisam ser curadas - respondi, e ela me olhou com um ar melancólico.

- O que precisa ser curado? - perguntou.

- Muitas coisas... - foi tudo o que consegui dizer.

- Hmm, temos aqui uma moça de poucas palavras e enigmática - ela sorriu, o que me fez dar um leve sorriso.

- É, talvez eu seja alguém de poucas palavras e um pouco careta - retruquei.

- Adorável - ela disse, fazendo uma expressão triste. - Bom, tenho que voltar ao trabalho.

- Bom trabalho - disse, levando o pedaço de torta à boca.

Ela assentiu, sorriu e voltou para dentro.

Narrador On

Depois que Evelyn terminou sua torta e foi pagar, levou mais uma fatia para viagem. Ela não viu mais a moça que a atendeu e nem sequer lembrou de perguntar seu nome. Logo, recebeu uma ligação de Ed, chamando-a para jantar mais tarde. Evelyn saiu do estabelecimento e foi embora com seu carro.

Rosie estava na cozinha, ajudando a lavar os talheres, quando voltou para o salão, procurando a moça ruiva que estava comendo a torta de limão.

- Ralph, você viu a ruiva que estava naquela mesa? - perguntou Rosie a um colega de trabalho.

- Ah, ela foi embora já faz uns 10 minutos - respondeu Ralph, fazendo a amiga suspirar, triste.

- Droga, nem perguntei o nome dela - disse Rosie, sentindo uma conexão inexplicável com aquela moça ruiva.

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