capítulo treze

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BangChan encarou a janela do consultório que visitava havia pouco mais de uma semana e acompanhou uma única gota de chuva que escorreu pela janela.

- Ainda se sente desconfortável de falar sobre ele?

Seu terapeuta, o senhor Oh, perguntou com a mesma voz calma e melosa que fazia os nervos de BangChan se exaltarem. O australiano finalmente se virou para ele, negando e se sentando no divã preto.

- Quem é ele, BangChan? Sei que você veio até aqui por conta disso, mas se ficarmos nesse impasse, não poderei te ajudar e você sabe disso.

BangChan se manteve em silêncio. Ele ainda podia ouvir a voz de Minho dizendo que era loucura, mas BangChan não queria voltar atrás. Sabia que a terapia era o caminho certo e foi difícil tomar essa decisão. Afinal, teve que admitir que estava errado, mas precisava colocar sua mente em ordem e esquecer aquela loucura.

- O senhor acredita que amar também é deixar ir?

O senhor Oh arqueou as sobrancelhas. Para o velho homem, BangChan era uma incógnita difícil de ser decifrado. Por trás daqueles olhos verdes, havia uma grade de prisões que mantinham.

- Sim, acredito. - Uma pausa. BangChan assentiu. - Foi Minho quem lhe disse isso?

- Minho me daria um tapa se me ouvisse agora.

Senhor Oh sabia que o Senhor Lee Minho era o melhor amigo do incógnita à sua frente, a única pessoa sobre quem ele falou e que lhe dizia o que os pais de seus pacientes adolescentes geralmente concordavam: era uma perda de tempo.

- Minho não pode lhe ouvir agora, BangChan. O que quer me dizer?

- Nada.

O velho senhor suspirou. Ele sabia que teria que ter muita paciência e fazer seu caminho para dentro da mente de BangChan, mas o australiano parecia conhecer cada um de seus truques.

- O que você faz, BangChan?

BangChan o encarou sem expressão, como se ele fosse o psicólogo e estivesse lhe analisando. O senhor Oh se mexeu desconfortável.

- Sou professor do ensino médio.

- E gosta dos seus alunos?

Um sorriso irônico surgiu nos lábios do australiano e ele encostou no divã, dando de ombros.

- Não sei se vai gostar da resposta pouco educada que darei.

- Certo. Ele falou receoso. - Mas todo professor tem seu aluno favorito. O senhor com certeza não é excessão.

- Não acho que será necessário falar desse assunto.

- O que Minho-

- Minho não tem nada a ver com isso.

Algo na postura de BangChan fez com que o senhor Oh ficasse desconfiado.

- O que pode me dizer sobre sua rotina no trabalho, BangChan?

- É normal. - Ele deu de ombros. - Adolecentes idiotas, colegas de trabalho burros, alunas tentando conseguir outros meios de passar, suborno dos pais para que seus filhos não sejam reprovados para não manchrem a reputação da família.

- Considera isso normal? tanto estupefato. Perguntou um

- É Seul, o senhor não via disso quando estava na escola?

Senhor Oh limpou a garganta. Era difícil tratar de alguém que a fazia se sentir intimidado e interrogado. BangChan sabia usar seu poder de intimidação para fugir do que não lhe agradava.

- Continue falando do seu trabalho, BangChan.

- Por que quer falar tanto do meu trabalho?

- Porque foi a única coisa que se abriu comigo.

- Não me abri. É algo que o senhor facilmente faz dando uma olhada nas minhas redes sociais.

- Não tem informações nas suas-

A senhora imediatamente se calou, mordendo os lábios. Bangchan arqueou as sobrancelhas, um certo olhar de malícia em seus olhos.

- Viu? - Sorriu com escárnio enquanto a terapeuta ruborizava. - o senhor já sabia.

- Como eu disse, você não se abre.

- Achei que cada pessoa tivesse seu tempo e era o dever da sua profissão esperar.

- Então deixemos de ser hipócritas. Quem é o menino que você segue?

A expressão divertida sumiu do rosto de BangChan imediatamente. Ele encarou o velho senhor com cuidado e lentamente começou a estalar seus dedos.

- Por que quer saber de Seungmin?

- Bem, ele é a única pessoa que o senhor segue. Nem mesmo seu melhor amigo-

- Repito o que lhe disse alguns segundos atrás sobre tempo.

- Repito o que lhe disse no início da sessão sobre te ajudar.

- Talvez ter vindo aqui tenha sido perca de tempo.

Enquanto o australiano se levantava e pegava sua bolsa, a mente de anos do senhor Oh começou a funcionar e as peças se encaixaram como um quebra cabeças digital. Assim que BangChan se virou para colocar o dinheiro da consulta em sua mesa, a mão enrugada do terapeuta segurou com delicadeza o pulso dele Erguendo as sobrancelhas, Bang Chan o encarou seriamente.

- BangChan, Seungmin é o menino que está apaixonada, não é?

Silêncio. O Bang apenas o encarou, dando-lhe uma certeza muda.

- É ele, não é? O senhorito não quer falar sobre isso porque está apaixonado por um aluno.

BangChan soltou sua mão com brutalidade e desviou o olhar.

- Por isso Minho acha que é loucura o que está fazendo? Ele ainda não tem 18 anos? Pelo que eu vi no perfil, está próximo.

O australiano se virou, possivelmente envergonhado. Suspirando, o velho senhor se levantou e caminhou até ele, pondo a mão em seu ombro.

- Olhe, sigilo confidencial existe e não sou juíz, eu estou aqui para lhe ajudar e julgamentos não estão inclusos. - Ele  apertou seu ombro e se preparou para virá-lo. - Por favor, se abra comigo.

Para sua surpresa, quando o virou, viu aquele gande e poderoso e imponente homem em um estado que não esperaria ver nem em mais de 10 sessões de terapia. Christopher estava longe de estar como estava há cerca de 2 minutos atrás.

Para sua surpresa, Christopher Bang estava chorando.

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Votem nos capítulos!!!!!!!

Até mês que v- 😶

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