Corte de Luz e Sombras - Livro 1 - Fanfic ACOTAR

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Azriel

A escuridão que sempre me envolvia no sono era um consolo.

Um lugar onde meus pensamentos, meus segredos mais profundos, ficavam enterrados. Mas naquela noite, o sono não me trouxe a paz habitual. Em vez disso, encontrei-me em um lugar muito mais vívido, real demais para ser apenas um sonho.

Surya estava diante de mim, sua pele pálida brilhando como a lua contra a escuridão ao nosso redor. Seus cabelos prateados, tão brilhantes quanto o gelo das montanhas da Corte Invernal, caíam em cascata ao redor de seus ombros, contrastando com os olhos que me prendiam como correntes – uma mistura hipnótica de tons de dourado como os raios de sol. Eu estava encantado, incapaz de desviar o olhar.

Ela se aproximou de mim, seus passos silenciosos sobre o chão de mármore branco. A sala ao nosso redor era feita de gelo cristalino, e cada respiração que eu tomava fazia com que o ar gelado queimasse meus pulmões. Mas a presença dela aquecia tudo. O calor irradiava de seu corpo, como se a própria luz do sol estivesse capturada em sua pele:

— Azriel... — sua voz sussurrou, suave como o vento que sopra através das montanhas.

Meu nome em seus lábios era como um feitiço. Ela estava tão perto agora que eu podia sentir o calor de sua respiração contra meu rosto. Meu desejo por ela explodiu em chamas. As sombras dentro de mim se contorciam, tentando encontrar o controle, mas falhando miseravelmente:

— Surya... — Respondi, minha voz rouca de emoção.

Ela sorriu, um sorriso caloroso. Sem dizer uma palavra, ela se aproximou mais, seus dedos roçando minha pele. O toque dela era quente, suave, e eu me senti como se estivesse derretendo sob seu olhar, perdendo a batalha contra o controle que sempre me orgulhei de ter.

No sonho, não havia dúvidas. Não havia incertezas. Eu a desejava. Precisava dela. Meu corpo ardia com essa necessidade, e parecia que ela compartilhava do mesmo desejo. Seus olhos brilhavam com uma intensidade feroz enquanto suas mãos corriam por meus braços, subindo pelo meu pescoço, até que seus dedos delicados se entrelaçaram em meus cabelos:

— Eu pertenço a você — ela sussurrou, seus lábios tão perto dos meus que eu podia sentir o calor que irradiava deles.

Essas palavras me destruíram e me reconstruíram ao mesmo tempo. Eu a puxei para mais perto, nossas bocas finalmente se encontrando em um beijo faminto. Era como se toda a tensão, todo o desejo que eu segurara por tanto tempo, fosse liberado de uma só vez. O beijo era fogo e gelo, uma mistura de necessidade e paixão, de desejo e reverência.

Suas mãos estavam em meu peito agora, desfazendo as fivelas de meu casaco, e eu deixei, sem resistir, sem hesitar. Eu queria senti-la, queria que não houvesse mais barreiras entre nós. E então, em um movimento suave, ela se entregou a mim. Seus lábios, seus toques, seu corpo, tudo era uma oferta, um presente que eu não sabia que precisava tanto.

Meus lábios encontraram o caminho pela sua pele, explorando cada centímetro. O gosto dela, doce e salgado, era algo que eu sabia que jamais esqueceria. E quando nossos corpos se uniram, foi como se o mundo ao nosso redor desaparecesse, deixando apenas nós dois, em um lugar onde o tempo e as obrigações não existiam.

Mas então, no ápice do desejo, quando eu estava prestes a me perder completamente nela, algo mudou. As sombras ao meu redor começaram a se agitar, e a escuridão começou a tomar conta. As paredes de gelo da Corte Invernal começaram a rachar, e o calor de Surya começou a desaparecer, deixando um vazio gelado em seu lugar.

Eu acordei abruptamente, meu coração disparado, minha pele coberta de suor frio. O quarto estava escuro, o silêncio apenas interrompido pelo som da minha respiração pesada. Por um momento, ainda podia sentir o toque dela, o calor de seu corpo contra o meu. Mas então a realidade se estabeleceu. Era apenas um sonho. Apenas um reflexo distorcido dos desejos que eu mantinha escondidos, trancados nas profundezas do meu ser.