Capítulo 2: Aventura Cheia de Sangue

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 O caminho à frente se dividia em duas direções, formando uma bifurcação traiçoeira. Era difícil dizer qual delas seria a escolha correta, mas a trajetória da pedra que descia furiosamente da montanha indicava, sem sombra de dúvida, que seguiria pelo caminho à direita, bloqueando-o completamente. Anny, com as mãos firmemente segurando as rédeas, não hesitou. Com um comando decidido, ela fez o cavalo acelerar, forçando-o a passar de um trote rápido a uma corrida desesperada contra o tempo.

Apolo, ainda montado, sentia sua mente fervilhar com mil possibilidades, nenhuma delas ideal. A pedra era rápida, imensa, e seus poderes de fogo seriam inúteis para detê-la. Ele sabia que não conseguiria desacelerá-la, nem evitar o desastre. Desesperado, pensou em saltar do cavalo, acreditando que talvez, sem o peso extra, o animal pudesse correr mais rápido e alcançar um lugar seguro. Ele respirou fundo, preparando-se para o salto, mas ao tentar se lançar para longe, sua perna direita se enredou no estribo. O movimento falhou miseravelmente. Apolo caiu desajeitadamente, aterrissando a pouco mais de um metro do cavalo, mas por sorte, longe o suficiente para não ser atropelado pela carruagem que vinha logo atrás.

Dentro da carruagem, Kushin percebeu o pânico nos olhos da jovem. Ela estava paralisada pelo terror, e ele sabia que não havia tempo a perder. Com um impulso decidido, segurou a garota nos braços, tentando levantá-la. Contudo, ela era mais pesada do que ele esperava; já não era mais uma criança, e o adolescente não tinha força suficiente para erguê-la completamente. Envergonhado, mas determinado, ele a incentivou:

— Pula no lago, agora!

— Certo, eu vou! — respondeu ela, sem hesitar.

Kushin não esperou por mais nada. Ele se lançou para fora da carruagem e mergulhou nas águas geladas do lago, rompendo a tranquilidade que até então refletia o céu azul. A jovem, seguindo seu exemplo, saltou logo em seguida, caindo na água ao lado de Kushin, com um estrondo que ecoou pela paisagem.

Anny, percebendo que todos haviam abandonado a carruagem, sentiu um calafrio. Com a carga aliviada, a carruagem parecia ganhar velocidade, mas por um momento ela perdeu o controle, distraída pelo medo de estar sendo deixada para trás. Ela conseguiu se recompor rapidamente, porém, e, com um puxão determinado, virou a carruagem para o caminho da esquerda, tentando escapar do destino fatal que a perseguia.

Apolo, ainda se recuperando da queda, correu em direção ao lago. Em seu desespero, saltou com toda a força, como se estivesse competindo em um salto olímpico. Mas, no ar, lembrou-se de sua situação e se arrependeu amargamente de seu impulso. Ele caiu de forma desajeitada na água fria, um contraste com sua habitual confiança.

Dentro da carruagem, Anny mergulhou em uma melancolia profunda. O som da pedra rolando ecoava em sua mente, preenchendo-a com um terror sufocante. Ela estava desesperada, sua mente repetindo a mesma frase: "Alguém me ajude." Ela se sentia presa, incapaz de abandonar a carruagem, o único meio de salvar os suprimentos vitais do povo de Pidra. Mas ao mesmo tempo, ela não queria morrer. O peso da responsabilidade era esmagador. Se ao menos fosse mais hábil na condução, mais forte... Mas nada disso importava agora. A pedra esmagaria tudo que havia sido prometido, e a culpa seria inteiramente dela. Talvez fosse melhor simplesmente aceitar o destino, deixar-se ser soterrada junto com os sonhos de todos. Talvez morrer ali fosse a única saída.

De repente, um lampejo de luz brilhou em seus olhos. O que ela estava pensando? Aquilo não era o fim. Ela não podia se render! Levantou-se com uma determinação renovada, limpando as lágrimas que escorriam pelo rosto. Com uma última inspiração profunda, ela saltou da carruagem, rolando para a segurança do caminho à esquerda.

A imponente pedra continuou seu curso destrutivo, sem hesitação. Ela esmagou a carruagem com força brutal, reduzindo os suprimentos preciosos do povo de Pidra a fragmentos irreconhecíveis. Em seguida, passou pelo cavalo, que explodiu em uma cena horrível de sangue e carne, espalhando pedaços mutilados por toda a estrada. Anny, que testemunhou a carnificina, sentiu seu estômago revirar. Se tivesse hesitado por mais alguns segundos, teria se tornado apenas mais uma mancha vermelha no chão.

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⏰ Última atualização: Aug 21 ⏰

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