Capítulo 1

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Lá vem a chuva novamente
Caindo em minha cabeça como uma lembrança
Caindo em minha cabeça como uma nova emoção
Quero caminhar com o vento aberto
Quero beijar como os amantes fazem
Quero mergulhar em seu oceano
Está chovendo para você?
Caminhe comigo
Como os amantes fazem
Fale comigo
Como os amantes fazem
Eurythmics - Here comes the rain again

.

— Expelliarmus! — Potter grita, seu rosto vermelho e suado pelo esforço. Severus desvia de sua maldição com um passo rápido para o lado e zomba dele.

— Sério, Potter?

— Confringo — Potter grunhe e, embora o movimento de sua varinha seja desleixado na melhor das hipóteses, a maldição bate na parede atrás de Severus com uma força assustadora, errando-o apenas por um palmo. Poeira sobe no ar enquanto parte do gesso se desintegra.

Severus move rapidamente o pulso e envia um Incarcerous na direção de Potter. Ele se esquiva, mas uma ponta da corda se prende em seu tornozelo e se enrola em sua panturrilha.

— Muito lento — Severus zomba, dando dois passos rápidos em sua direção.

— Locomotor mortis — ele grita no momento em que Potter coloca seu escudo no lugar. O feitiço ricocheteia nele e atinge o teto acima deles, enviando outra chuva de gesso para baixo. Potter está de pé, com o peito erguido, as duas mãos estendidas diante de si enquanto segura o escudo.

— Impressionante — Severus concorda. Os lábios de Potter formam um sorriso relutante.

— Você também não é nada mal — ele diz, acrescentando um astuto — Professor — após alguma consideração. Severus inclina a cabeça e dá mais um passo em sua direção, toca a ponta da varinha em seu escudo, ainda brilhante e forte entre eles. A magia de Potter vibra através de sua varinha por todo o caminho contra sua palma, até o cotovelo de Severus. É um zumbido baixo e profundo e, de alguma forma, Severus não sabe por quê, parece dourado.

Ele guarda sua varinha e pressiona ambas as palmas contra o escudo de Potter. A magia parece pequenas picadas de alfinete em sua pele, não muito mais que uma cócega, suave demais para machucar. Severus tenta sentir, seus olhos fixos no olhar verde de Potter. Então ele empurra.

O escudo começa a tremer diante dele, recusando-se a ceder, mas Severus continua empurrando, canaliza sua magia até senti-la atrás de cada batida de seu coração. O escudo de Potter estremece mais uma vez, oscila e então se dissipa em um redemoinho de ouro.

Severus lhe lança um olhar de triunfo.

— Você vai precisar trabalhar nisso — ele diz a Potter.

O rosto do jovem fica irritado e suas bochechas ficam vermelhas.

— Não é como se eu deixasse alguém se aproximar tanto assim no campo de batalha — diz ele, com ardor.

— Você me deixou agora mesmo — diz Severus.

— Sim, deixei — murmura Potter, depois dá de ombros e enfia a varinha no cós da calça.

— Espero que você tenha aprendido sua lição — Severus rosna, já se virando para voltar para sua mesa e terminar a aula. Mas então ele quase cambaleia, porque enquanto a voz de Potter é muito baixa, Severus consegue ouvi-lo muito bem.

— Definitivamente não.

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Severus não esperava que Potter voltasse. Quando em setembro, com as reformas do castelo quase concluídas, Potter entrou no Grande Salão, Severus quase engasgou com seu hidromel e então lançou um olhar furioso para Minerva.

Like Lovers Do | SnarryWhere stories live. Discover now