BEATRIZ BORTIOLI
- ANDA LOGO, BEATRIZ - Otávio gritou batendo na porta do banheiro.
- JÁ VAI CAPETA - gritei de volta.
Me enrolei no roupão e abri a porta do banheiro, Otávio quase caiu para trás já que estava encostado na porta, eu olhei para ele e dei risada.
- Finalmente, pensei que iria morar no banheiro - fala entrando no banheiro e fechando a porta.
Fui para o meu quarto e fechei a porta. Abri meu guarda-roupa e peguei uma calça jeans skinny clara e a camisa do uniforme. Me vesti, coloquei minha meia e depois meu vans.
Depois de me vestir, desenrolei meu cabelo da toalha e penteei, não daria tempo de secar ele, então apenas passei um óleo nas pontas e desci para tomar meu café da manhã.
- Bom dia, mãe - digo dando um beijo na bochecha da mais velha.
- Bom dia, meu amor, dormiu bem? - pergunta fazendo carinho na minha cabeça.
- Teria dormido melhor se o Otávio não tivesse ficado a noite jogando e gritando - respondo olhando para meu irmão que descia as escadas.
- Otávio, oque eu já te disse? Sem barulho a noite, sua irmã precisa dormir para ficar bem para a escola - minha mãe repreendeu ele.
- Foi mal, mãe, eu esqueci que ela tinha aula hoje - responde servindo café em uma xícara.
Me sentei em uma cadeira, peguei um copo e coloquei leite e Nescau, fiz um pão de margarina com queijo para mim e comecei a comer.
Depois de comer, deixei meu copo na pia e subi para o andar de cima, fui para o banheiro e escovei meus dentes. Fui para o meu quarto, peguei minha mochila, coloquei meu fone e deixei tocando "Nova Era" no fone.
Já estava pronta para sair e Otávio abriu a porta do meu quarto, olhei para ele esperando ele dizer oque queria.
- O cabelo lambido ta te esperando - diz com voz de tédio.
- Deu meu horário, bye bye - digo mandando beijo no ar para ele.
Sai de casa e Nicolas estava na frente de casa me esperando.
- Oii, Triz - ele sorriu para mim.
- Oii, Nic, como cê ta? - abracei ele de lado.
- Tô bem e você? - questiona.
- Mal né, tô indo pra escola - respondo desanimada.
- Você se faz, chega lá e não para de rir um minuto - fala e eu dou risada, até porque era verdade.
Eu e Nicolas começamos a fazer o caminho até a escola, como faziamos todos os dias desde que viramos amigos.
Chegando na escola, eu e Nicolas subimos direto para a sala, fomos para as últimas cadeiras da parede, eu sentava na última cadeira e ele sentava na da frente.
Emprestei um lado do meu fone para ele e nós pegamos os materiais necessários para a primeira aula que era de Português.
- Cocota feia pra caralho, vou bater punheta mas não vou quebrar teu galho - eu e Nicolas cantavamos juntos, aproveitando que não tinha ninguém na sala e podiamos ser estranhos a vontade.
O sinal bateu e pessoas foram entrando na sala, depois de minutos o professor entrou na sala fazendo todo mundo soltar um "ah" de desânimo, todos nós odiavamos esse professor.
- Bom dia turma, espero que tenham estudado bastante no fim de semana - diz enquanto mexe em alguns papéis - Hoje nós vamos ter uma prova surpresa de quinze questões e sem consulta.
Que velho filho da puta.
Nicolas olhou para trás e nós nos encaramos com o famoso olhar de: fudeu tudo.
- Professor, pode dupla? - um dos meninos do fundo questiona.
- Pode, você e o seu cerebro, se você tiver um - responde, que desaforado.
- Eita ignorancia - falo baixo para só o Nicolas escutar.
[...]
Acabei a prova e guardei meus materiais, coloquei a mochila nas costas e me levantei levando a prova até a mesa do professor, entreguei a prova e sai da sala indo para o pátio.
Chegando no pátio, procurei por Nicolas, ele estava no banco que nós sempre ficavamos sentados.
- Eu odeio esse professor - digo me sentando no banco e deixando a minha mochila de lado.
- Maldito, certeza que a mulher dele não deu pra ele, por isso ele passou o diabo dessa prova hoje - Nicolas reclamou.
- Que raiva véi - abri minha mochila pegando uma trakinas e um toddynho.
- Ainda bem que depois do recreio é educação física - diz e eu concordo.
- Vou falar que tô com cólica e vou ficar sentada - falei dando um gole no meu toddynho.
- Mulheres - fala e revira os olhos.
- Homens - falo e reviro os olhos também.
Ficamos conversando e comendo até que o sinal bateu, ficamos uns dez minutos passeando pelo pátio até que decidimos ir para o ginásio.
Chegamos e levamos uma bronca do professor, eu dei um migué dizendo que estava com cólica e Nicolas foi me ajudar, depois disso o professor me deu uma bolsa de água quente e me deixou ficar sentada na arquibancada.
[...]
Eu e Nicolas estávamos indo embora juntos, ele iria almoçar na minha casa porque minha mãe convidou ele para ir.
- Amo a comida da sua mãe - comenta, ajeitando o cabelo para o lado.
- Ela é master chef né, fazer oque - dou de ombros de forma irônica.
Fechamos em casa e eu deixei a minha mochila no sofá, Nicolas fez o mesmo e nós fomos para a cozinha aonde minha mãe e Otávio já estavam, eles só estavam esperando por nós.
- Graças a Deus vocês chegaram, já tô desnutrido aqui - meu irmão fala.
Eu e Nicolas lavamos as mãos e sentamos junto do meu irmão e da minha mãe. Servi meu prato com arroz, strogonoff e batata palha, no meu copo eu servi Guaraná e comecei a comer.
A comida da minha mãe estava tão boa que eu repeti quatro vezes. Depois de comer, deixei o prato e o copo na pia e subi para o andar de cima com meu melhor amigo.
Peguei um short legging preto e uma blusa branca da tropa da vents, fui para o banheiro e me troquei, quando voltei para o quarto, Nicolas estava deitado na cama mexendo no celular.
Me deitei ao lado dele e comecei a mexer no celular também, não tinhamos oque fazer pela tarde, mas era melhor fazer nada acompanhada, doque fazer nada sozinha, deprimida dentro do quarto.
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𝙇𝙊𝙑𝙀 - 𝙉𝙄𝘾𝙊𝙇𝘼𝙎 𝙈𝘾
Romance𝑳𝑶𝑽𝑬 | 𝑨𝑴𝑶𝑹 Onde Beatriz Bortioli se apaixona por seu melhor amigo, mas oque ela não sabe é que ele também é apaixonado por ela.