Caro leitor,
Sou eu novamente, desta vez para contar-lhe sobre o meu maior medo, porém, como posso escrever sobre o meu maior medo quando tenho uma infinidade de medos disputando seu poder e sua superioridade na minha cabeça? É uma questão que, infelizmente, eu acho que tenho a resposta todos os dias.
Quando criança, eu acreditava que meu maior medo era de altura, mas isso mudou quando me posicionei à beira de um penhasco desejando acabar com tudo, com todos os medos e sensações que me impedisse de sentir o oxigênio sendo filtrado em meus pulmões.
Hoje, tenho medo de enlouquecer completamente, enlouquecer a ponto de estar viva sem estar vivendo, sem me sentir viva. Tenho medo de que o medo me leve a extremos em que nem eu, nem as pessoas que amo possam me reconhecer. Tenho medo de estar em vida e nunca saber o que é viver. Tenho medo de causar medo às pessoas.
No entanto, há um conflito interno na minha cabeça em que o medo possa ser de fato um bicho-papão insuperável que me cause arrepios, pesadelos, pensamentos intrusivos ou apenas um divertidamente me prevenindo de me machucar e de machucar outras pessoas, um sentimento que possa me transformar em uma pessoa mais corajosa, mais sã. Talvez eu só vá ter essas respostas, enfrentando e vivendo.
Atenciosamente,
BlueSky.
