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ANNE BARATHEON TEVE SONHOS RECORRENTES COM A MESMA FÚRIA DO MAR, em luto por um ente querido. Deuses enfurecidos, notícias de morte no mar: o maior cemitério do mundo. Sonhos como este sempre acompanham de péssimas notícias, a menina sempre temeu a fúria do mar.
Quando o enorme dragão cortou o céu anoitecido de Ponta Tempestade, a menina sabia que logo ela e suas irmãos seriam chamadas por seu senhor pai. Eles estavam hospedando um convidado estimado, se o longo vestido vermelho carmesim de veludo com bordado com fios de cor de ouro indicassem o suficiente, logo, o rugido do dragão encerrou quaisquer dúvidas.
Florian, sua amada irmã mais velha, empalideceu-se ao ver a magnitude da besta nos domínios do castelo beira mar. Junto a ela, as outras meninas Baratheon tiveram a mesma reação. Anne encosta o ombro contra a pilastra, ligeiramente afastada do grupo de meninas amontoadas na janela. Ela observa com um olhar intenso a enorme besta alada, uma que apenas foi apreciada em histórias antes de dormir, nunca tão viva.
“Ela é enorme...” Uma das mais novas murmura, segurando ambas as mãos contra o peito. Os longos cabelos castanhos escuros foram preso em um penteado cima da cabeça, que não lhe favorecia de maneira alguma.
Como duas bolas de grama, Anne desvia o olhar. Ela apoia a cabeça contra a pilastras, não ouvindo o alarme e burburinho de suas irmãs e apenas se concentra naquele enorme dragão. Um dragão significa poder, poder indica Targaryen.
O estimado convidado de seu senhor pai, é um Targaryen. E o unico Targaryen que possui um dragão imenso como aquele, apenas poderia ser o Príncipe Rebelde ou o Príncipe Caolho, Aemond Targaryen.
Pelo que Anne Baratheon se recorda, o tão falado dragão de Daemon Targaryen é rubro, vermelho como o sangue. Tão vermelho quanto o vestido que ela veste, Anne supõe. E aquele dragão nas terras do Baratheon não é rubro, mas a menina julga que pode cheirar a sangue.
Depois de serem guiadas até o enorme salão, que ainda aguardava a vinda do senhor de Ponta Tempestade e o estimado convidado, as meninas se colocaram em fila ao lado esquerdo do trono de seu senhor pai. Anne ficou entre uma filha do meio, Elisa, e a segunda filha mais nova, Sarah. Nenhum filho homem estava entre crianças da tempestade, para a decepção do senhor de Ponta Tempestade.
