Um começo sem muito sentido

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Um dia comum, cheio de pessoas comuns, que andam por ruas comuns com suas vidas comuns e do nada: BUM! Algo nada comum vem à sua frente no meio de todas essas coisas comuns e sem graça, e de repente, você está ali, suspirando... como um(a) idiota, estúpido (a). Apaixonado(a).

Quando alguém se apaixona, sente aquelas malditas borboletas voando e fazendo aquelas reviravoltas dentro de si. É agonizantemente bom sentir essas borboletas e o que elas fazem dentro de nós: a falta de ar, o coração batendo rápido, o desespero e o medo de saber se está ou não com uma boa aparência...

Bom, quem nunca se apaixonou, não é?

Ao amanhecer, todos nós levantamos, colocamos nossas roupas confortáveis (ou continuamos de pijama, vai saber), tomamos nosso café da manhã (ou não, no meu caso, não como nada), saímos de casa para a vida não tão emocionante que todos temos e fica por isso mesmo. Um quase eterno, porém reconfortante até, estado de puro tédio físico e psicológico.

Na escola ou em qualquer outro lugar, se sua vida é um tédio, você automaticamente passa a focar em algo que goste, seja uma pessoa (ou mais de uma pessoa), ou um simples objeto inanimado ou orgânico (refiro-me à comida).
Você se agarra à qualquer coisa que supostamente te faça feliz.

As horas começam a passar de forma mais prazerosa, lentas, porém rápidas o suficiente para que deixem um gostinho de quero mais. Tão poucas, tão longas, tão finitas, tão boas horas essas, que, sem percebermos, arrancam suspiros de saudades e satisfação sem a menor percepção de nossos olhos.
Entramos no modo automático, para ser mais exata.

Olhadelas aqui, suspiros ali, coração descompassado por aqui e viradas de pescoço iguais as da menina do Exorcista por tantos outros lugares por ali. O medo de ser pega em flagra, ou de se perder em algum canto e perder o que se gosta de vista. O medo de perder para qualquer outra pessoa ou para qualquer outro ser (alienígenas estão por todo lugar!), ou até mesmo para qualquer outra coisa. Tipo comida. Comida conquista até o Papa. Sério gente, não é brincadeira não!

O ciúmes descomunal que se instala por não poder ter a atenção desejada e o ímpeto desejo de expor os sentimentos que rapidamente é oprimido pelo mesmo medo de sempre: o da rejeição.

Em toda a minha vida, posso contabilizar as rejeições que sofri por deixar o medo de lado nesse momento único de coragem, e posso afirmar, com total (ou quase) certeza, que não me arrependo de nada que fiz. Isso inclui os micos, que contarei depois, mas isso não vem ao caso agora.

Vejam bem, eu não sou uma escritora profissional. Estou aqui, escrevendo isso, numa forma mais puxada para o diálogo com vocês. Este é um livro de compartilhamento de histórias vividas por eu mesma, por vocês e por qualquer outro ser que queira compartilhá-las (senhores e senhoras alienígenas, estou a disposição para ouvir vocês, okay?).

Este livro só terá fim quando o amor não existir mais, seja da forma que ele for.

Mas enfim, continuando, irei contar um pouco de mim para vocês, de forma vaga, claro, e espero conhecer um pouco de cada um de vocês também.

Minha assinatura como escritora é Nemo, e não, não sou o Nemo da Disney e meu nome mesmo é Helena. Sou uma adolescente (estou fazendo 17 anos, basicamente, mas falo como se tivesse o dobro) quieta e sou a única pessoa da minha cidade que tem cabelos arco-íris (bitches, please, I'm fabulous). Não faço muitas coisas na vida. Minha rotina se resume a escrever, ler, ver gameplays do Alan (ElectronicDesireGE) e do Tio Zangs, desenhar, ver séries nos fins de semana, treinar taekwondo, ver filmes, animes e procurar academias de natação aqui onde moro porque preciso disso na minha vida. Tenho uma certa obsessão por sereias (eu as amo demais) e pelo mar (tanto que quero trabalhar nele pelo resto da vida, mas, novamente, isso não vem ao caso agora).

Desde pequena sou um serzinho muito estranho, admito.

Mas o que é ser estranho né? Ninguém se importa até que isso interfira na vida de alguém, então, se não interfere, ninguém continuará se importando. Eu ser estranha é um exemplo disso: ninguém ainda se importa (ou se importa tanto) simplesmente porque isso não afetou ninguém (ou quase ninguém).

Estou divagando. Costumo fazer muito isso, desculpem. Continuemos.

Como eu acabei de "dizer", sempre fui muito estranha, tanto fisicamente quanto psicologicamente.

Eu era a típica nerd com roupas de vovó (eu usava mesmo roupas de vovó, não é exagero), que tinha amigos e basicamente nenhuma amiga, pois é. Ter amigos homens era até legal, é ainda, mas era meio estranho não ter ninguém para conversar sobre coisas de garotas... Divaguei novamente, droga, enfim, tudo era bom e lindo até eu me ver gostando de um desses amigos.

Gostar de um(a) amigo(a) é uma completa porcaria.

Venhamos e convenhamos, né?

É uma total porcaria sim, a não ser que seja correspondido, o que, não tão claramente, não é o caso em questão.

Para mim, na época, ele era perfeito: mesmo com as espinhas nas bochechas, com o vocabulário pouco extenso, com o jeito bobo e descontraído de falar e o jeito irritante de achar que sabia de tudo. Mesmo assim, com esses defeitos pequenos (que considero gigantes agora, não que eu seja uma pessoa maravilhosa, mas vocês me entenderam), ele era perfeito.

Tão perfeito que me deu um fora no meio da sala de aula com todo mundo olhando.

Normal. Quem nunca passou por isso, não é?

Mas, como era de se esperar de mim, eu me vinguei (coloquem uma música épica, por favor, e entrem no clima :v).

Ele tinha as maiores notas da sala e do conjunto das séries de mesmo número que a nossa, e meu Deus, ele gostava tanto disso quanto gostava de futebol (ele era um viciado em futebol), e o que eu fiz?

Tirei notas perfeitas. Melhores que as dele.

Ele ficou com raiva de mim e nunca mais falou comigo.

Foi uma vingança leve, mas me fez muito bem.

Eu estava contente, com aquela sensação boba de: "TOMA ESSA, SEU BABACA OTÁRIO DE MERDA!".

Sensação maravilhosa, diga-se de passagem.

Para o fim desse nada comum prólogo, venho dizer apenas uma coisa: vai ter personagens sim, mas só depois, e o motivo vai estar explícito mais abaixo!

Bom, para finalizarmos, gostaria de perguntar: vocês já se apaixonaram por algum amigo ou amiga de vocês?

Foram correspondidos ou rejeitados?

Como lidaram com isso?

Tenho um planejamento para essa história, cuja a mesma será interativa nessa primeira fase. Sim, interativa. Sim, primeira fase. Gosto de interagir com as pessoas que leem o que escrevo antes de escrever de fato.

Ou quase.

Até o décimo capítulo, falarei coisas aleatórias que passamos quando nos apaixonamos (tanto por pessoas, quanto por qualquer coisa inanimada ou orgânica, como eu disse lá em cima), e a partir deste décimo capítulo, começarei a história verdadeira. Com os personagens propriamente criados e formulados.

Conforme for, estenderei esses dez capítulos. Vai depender da minha interação com vocês e com as confissões que irei receber. Até esse período de interação acabar, essa forma de escrita puxada para o diálogo irá, obviamente, permanecer. Depois disso, adotarei algo mais propício para a história.

Espero que gostem e que interajam comigo.

Atenciosamente,

Srta. Nemo (ou tia Helena).

Como NÃO se apaixonar se apaixonandoOnde histórias criam vida. Descubra agora