Parte 1

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Boa leitura!

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Meu nome é Sasuke Uchiha e tenho 23 anos.

Toda a minha vida, por mais breve que tenha sido, foi dedicada aos caminhos do Senhor. Meus pais, fervorosamente religiosos, me ensinaram desde muito jovem a servir a Deus com devoção. Do ensino fundamental à universidade, todas as instituições que frequentei eram religiosas. Recentemente, me formei em teologia, após cinco anos estudando as Escrituras sagradas.

Desde que nasci, minha missão sempre foi clara: servir a Deus e viver uma vida de adoração. Graças à minha grande devoção, fé inabalável, e ao conhecimento profundo da Bíblia adquirido em inúmeros seminários, a igreja me concedeu a honra de me tornar diácono, mesmo com minha pouca idade. Foi uma grande conquista, mas eu queria mais. Eu queria estar o mais próximo possível de Deus. Eu queria ser padre.

No entanto, não importava quantas pregações conduzisse, quantos batismos realizasse, ou quantos casais unisse em santo matrimônio, o bispo parecia não ter a intenção de me ordenar padre. Após seis meses como diácono e inúmeros seminários, minha aspiração continuava fora de alcance. Então, após muita oração em busca de uma solução, decidi mudar de igreja. Pesquisei igrejas e templos que precisavam de diáconos como sacerdotes assistentes, e encontrei uma pequena igreja paroquial fora da cidade, conhecida por transformar diáconos em padres.

O padre que dirigia essa igreja se chamava Uzumaki Naruto. Um jovem servo do Senhor, com apenas 29 anos, ele já havia treinado vários diáconos que se tornaram padres em suas próprias igrejas. Sua igreja, frequentemente visitada por bispos da região, era exatamente o que eu precisava. Recebi a aceitação do padre Naruto e, em dois dias, arrumei minhas malas e me mudei para a igreja fora da cidade.

No início, tudo estava ótimo. Padre Naruto parecia um anjo caído do céu: humilde, gentil, engraçado e um excelente professor. Seu amor por Deus e pelas Escrituras brilhava em seus olhos durante os sermões. Ele era amado pela congregação e admirado por nós, que desejávamos ser metade do que ele era. Mas esse era o problema... Acho que passei a admirá-lo demais.

Nas últimas semanas, me peguei pensando mais do que deveria em meu professor. Descobri-me tentando estar ao seu lado o máximo possível, olhando para ele de forma diferente... Para seus lábios macios demais. As coisas pioraram quando fomos forçados a usar roupas casuais para um passeio pela paróquia. Ver o padre Naruto sem sua batina habitual, vestindo jeans justos que destacavam suas pernas esguias e fortes, adornados com um cinto de couro preto que envolvia seus quadris, e uma camisa que expunha sua cintura estreita, mudou algo em mim.

Tudo o que sempre quis foi servir a Deus, mas agora outros desejos começavam a surgir dentro de mim. Desejos proibidos pelas Escrituras, que iam além da simples admiração e respeito. Desejos que me arrastariam para o pecado e me condenaram. Tentei criar distância, trancar-me no quarto, evitar aulas extras e aumentar minhas horas de oração, mas nada adiantou. Não conseguia tirar Uzumaki Naruto da cabeça: seus olhos azuis perfeitos, suas bochechas, seus lábios carnudos, seu nariz pequeno, seu cabelo loiro, sua voz doce e harmoniosa, seu corpo esguio.

Estava começando a afundar em um dos sete pecados capitais. Nem jejum, orações de joelhos à noite ou pedidos de perdão poderiam me salvar. Até sonhei com nós dois na cama, nus e cobertos de suor... Isso estava me deixando louco.

Agora, durante o jantar, rodeado por meus companheiros, meus olhos buscavam ansiosamente por Naruto. Quando não o encontrei, uma careta se formou em meu rosto. Isso estava fora de controle. Faltavam apenas algumas semanas para a visita do bispo. Eu só precisava aguentar mais um pouco para ser ordenado e ter minha própria paróquia. Embora eu não soubesse mais se merecia.

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