Laços de Sangue

O Enterro Valaraniano

O céu estava cinzento e carregado de nuvens, refletindo o luto que pairava sobre o Red Keep. O enterro de Viserys era um evento que marcava o fim de uma era, e a sensação de perda era palpável entre os presentes.

Os corredores do Red Keep estavam silenciosos, apenas quebrados pelo som das botas dos guardas e pelo murmúrio dos servos. A família real, enlutada, caminhava em direção ao cemitério Valaraniano, onde Viserys seria enterrado. O cortejo fúnebre era simples, mas imponente, com o caixão coberto com o estandarte da Casa Targaryen.

Alicent estava de pé ao lado de seus filhos, o rosto pálido e os olhos fixos no chão. A ausência de tristeza visível em seu rosto era um reflexo da complexidade de suas emoções. Apesar da dor e do arrependimento, havia uma sensação de alívio por finalmente encerrar um capítulo tumultuado.

Aegon, que há muito havia perdido a conexão com o pai, lutava para encontrar um sentimento autêntico de luto. Ele se sentia desconectado, sua mente preenchida com memórias dolorosas e a culpa por não sentir mais tristeza. Ele trocou olhares com Helena, que também estava tentando encontrar um sentido para a situação.

Helena se aproximou de Aegon e, com uma voz suave, ofereceu palavras de consolo. “A dor não é uma fórmula exata. Cada um de nós reage de maneira diferente, e está tudo bem. Às vezes, o que sentimos não corresponde às expectativas dos outros.”

Aegon tentou absorver as palavras da irmã. “Eu entendo isso racionalmente, mas parece que algo está faltando. Sinto-me como se estivesse desconectado de tudo.”

O momento mais comovente foi quando o caixão de Viserys foi colocado na sepultura, e o som da terra sendo jogada sobre ele parecia simbolizar o peso dos arrependimentos e das expectativas não cumpridas. Enquanto a cerimônia prosseguia, o luto coletivo parecia ser um reflexo de uma perda mais profunda – não apenas da vida de Viserys, mas de todas as oportunidades e esperanças que ele representava.