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MARINA, 2009.
Tinha alguém viajando no tempo comigo e Anita. E não era de um jeito legal, tipo "Ah, deixa eu ajudar vocês a resolver isso!", como foi com o Joel. Era alguém que fazia tudo sozinho e quando logava, fazia com que Anita e eu fôssemos juntos. Eu deveria ter previsto isso, tenho certeza de que o Floguinho não escolheu magicamente apenas Anita e eu para ser viajantes do tempo.
— Desculpa interromper o almoço de vocês, mas eu tenho um anúncio a fazer. Hoje à noite, vai rolar a festa na República das Imperatrizes!
Anita anunciou em alto e bom som, a cacheada havia subido em uma das mesas do refeitório e todas as moradoras da república estavam a sua volta, incentivando e batendo palmas. Acontece que as garotas tiveram a ideia da festa e eu pensei que seria uma boa ter todos na república, seria mais fácil encontrar o nosso viajante desse jeito.
— Esperamos todos vocês lá! — gritei, ajudando Carol a entregar os panfletos.
Os alunos bateram palmas e comemoraram o anúncio. Parece que todos estavam desejando uma festa nesses últimos dias. De repente, ouvi o som de algo parecido com uma fanfarra, virei rapidamente para a entrada do refeitório e meus olhos reviram ao ver Fabrício e os garotos da sua república.
—Alguém falou em festa, é isso? Porque nenhuma festa vai ser mais épica do que a noite insana da República Tcheca!
Fabrício sorriu na minha direção e eu ergui o dedo do meio para ele. República Tcheca? Quanta originalidade.
— É sério que vocês vão fazer a festa no mesmo dia que a gente?
— Mas vocês tão todas convidadas pra nossa! — Joel disse com deboche, balançando o megafone na frente do meu rosto.
Agarrei o megafone de sua mão e virei para os alunos.
— Na nossa festa, vai ter cerveja barata! — Todos aplaudiram e eu sorri vitoriosa.
— A nossa festa vai ter cerveja de graça! — Fabrício retrucou e os aplausos aumentaram — É melhor do que barata, pô!
Soltei um suspiro, aceitando a derrota. Joel passou ao meu e deixou um aperto na minha bochecha, sorrindo todo convencido. Entalei um palavrão na minha garganta e forcei um sorriso para ele. Fabrício por sua vez, parou ao meu lado e me lançou um de seus sorrisos irritantes.
— Vejo você mais tarde, ruivinha — ele piscou pra mim, seguindo seu caminho.
— Eu ainda mato ele. Murmurei, Anita acenou em concordância e Joel abriu uma gargalhada.
— Festa é coisa séria, meninas. Não fiquem triste não — Joel brincou — Balinha?
— Não — negou Anita.
O garoto deu de ombros, levando as balinhas até a sua boca. Fiz uma careta para ele, aposto que se o Joel se lembrasse das nossas viagens, estaria do nosso lado e seriamos um trio novamente.