capitulo 7 : Dor

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Os amigos de Hinata se reuniram ao redor dela, com expressões de preocupação estampadas em seus rostos. Sasuke, ainda ofegante após o confronto com Hiashi, segurava delicadamente o corpo inconsciente de Hinata. Sakura, que havia corrido para ajudar, se agachou ao lado deles, seu coração apertado ao ver a amiga tão machucada.

— Hinata, por favor, acorde! — Sakura implorou, passando as mãos suavemente pelo rosto da amiga. Ela sentia que a dor que Hinata estava passando não era apenas física; era uma dor emocional profunda, resultado do confronto com seu próprio pai.

Naruto estava ao lado de Sakura, seus olhos cheios de determinação. Ele não conseguia entender como Hiashi poderia fazer algo tão cruel com a própria filha. A raiva fervia dentro dele.

— Isso não pode ficar assim! — ele exclamou. — Precisamos fazer algo para ajudar a Hinata e parar Hiashi!

Sasuke olhou para Naruto, percebendo a intensidade em seus olhos. Ele sabia que Naruto tinha um bom coração e que sua determinação era forte. Mas naquele momento, eles precisavam agir com cautela.

— Primeiro precisamos garantir que a Hinata esteja bem — Sasuke disse, olhando novamente para o rosto pálido da garota. — Se continuarmos assim, podemos acabar colocando mais pessoas em perigo.

Sakura assentiu, já começando a fazer um exame rápido no corpo da amiga. As amarras estavam apertadas e deixavam marcas profundas nos pulsos de Hinata. Com cuidado, ela começou a soltar os nós.

— Isso vai doer um pouco… — avisou Sakura antes de começar a puxar as cordas. A expressão de Hinata permaneceu serena enquanto ela permanecia inconsciente, mas as marcas em sua pele contavam uma história de sofrimento.

Naruto observava ansiosamente enquanto Sasuke mantinha uma vigilância constante ao redor deles. Ele sabia que Hiashi poderia voltar a qualquer momento e eles não estavam prontos para um novo confronto.

— Precisamos levar a Hinata para um lugar seguro — disse Naruto, olhando para Sakura e Sasuke. — Se Hiashi voltar…

— Eu não deixarei isso acontecer — Sasuke interrompeu. — Vou ficar aqui e garantir que ele não se aproxime dela novamente.

Sakura finalmente conseguiu soltar os últimos nós e as cordas caíram no chão. Ela respirou fundo e colocou a mão gentilmente sobre o peito de Hinata, sentindo seu coração pulsar fraco porém constante.

— Ela ainda está viva… isso é bom — disse Sakura aliviada.

Naruto se aproximou mais e pegou uma toalha do bolso da jaqueta para cobrir Hinata, tentando protegê-la do frio e da sensação de vulnerabilidade que ela estava enfrentando ali exposta.

— O que podemos fazer agora? — perguntou Naruto, olhando para os amigos em busca de soluções.

— Precisamos levá-la para casa… ou para o hospital — sugeriu Sakura. — Mas precisamos ser rápidos e discretos.

Sasuke concordou com um aceno de cabeça. Ele sabia que quanto mais tempo ficassem ali expostos à possibilidade de Hiashi retornar, mais perigosas as coisas poderiam ficar.

Com muito cuidado, Sasuke pegou Hinata nos braços e começou a caminhar rapidamente em direção à saída da praça central de Konoha. Naruto e Sakura seguiram logo atrás dele, mantendo os olhos abertos para qualquer sinal de perigo.

Enquanto caminhavam pelas ruas movimentadas da vila, o olhar preocupado dos moradores os acompanhava. Muitos deles conheciam Hinata como uma jovem gentil e amável; ver sua condição atual deixava todos inquietos. Murmúrios começaram a surgir entre as pessoas: “O que aconteceu?”, “Por que ela está assim?”; mas os amigos estavam focados em levar Hinata para um lugar seguro.

Finalmente chegaram à casa dos Hyuga – ou pelo menos ao portão dela – onde Sasuke parou por um momento para observar os arredores antes de entrar. Ele sabia que Hiashi poderia estar esperando por eles dentro ou poderia ter algum tipo de armadilha preparada.

— Eu vou na frente — disse ele decidido. — Fiquem aqui e estejam prontos para agir se precisar.

Sakura assentiu enquanto Naruto segurava firme no punho da jaqueta dele em nervosismo. Eles observavam enquanto Sasuke empurrava lentamente o portão do jardim e entrava na propriedade silenciosa.

O interior estava escuro e quieto; uma atmosfera pesada pairava no ar como se o próprio lugar estivesse ciente do sofrimento que havia ocorrido ali recentemente. Sasuke foi até o sofá da sala principal e cuidadosamente colocou Hinata nele, cobrindo-a com um cobertor macio que encontrou próximo dali.

— Agora precisamos cuidar dela — disse ele enquanto olhava para as feridas visíveis em seu corpo, sentindo-se culpado por não ter chegado antes.

Sakura entrou logo depois e começou a procurar por algum tipo de kit médico na casa dos Hyuga. Ela sempre soube onde estavam as coisas quando treinavam juntos; agora era hora de colocar esse conhecimento em prática.

Enquanto isso, Naruto permaneceu perto de Hinata, segurando sua mão delicadamente como se tentasse transmitir força através do toque. Ele não tinha certeza do que fazer; tudo o que conseguia pensar era sobre como eles precisavam proteger sua amiga desse sofrimento interminável causado pela figura autoritária em sua vida.

Depois de alguns minutos procurando pelo kit médico e tratando das feridas superficiais da amiga, Sakura finalmente olhou nos olhos preocupados dos dois garotos:

— As feridas físicas vão cicatrizar… mas precisamos ajudá-la emocionalmente também — ela disse com sinceridade na voz.

Naruto assentiu gravemente:

— Vamos ficar aqui até ela acordar! Não vamos deixar ela sozinha!

E assim passaram horas esperando ao lado dela na sala silenciosa – três amigos unidos pela dor da amiga em comum – determinados a dar todo apoio necessário quando ela finalmente acordasse daquele pesadelo vivido nas mãos do pai.

A noite caiu sobre Konoha enquanto eles permaneciam vigilantes; cada ruído na casa fazia seus corações dispararem na esperança de ver Hinata abrir os olhos novamente e encontrar conforto na presença deles.

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