Jenna e SN

Cap 6: Reflexões Confusas

POV: Jenna

Jenna estava sentada no sofá do apartamento, encarando o teto com uma expressão pensativa e um leve franzir de sobrancelhas. Finn, seu fiel companheiro, estava deitado ao lado dela, cochilando despreocupado. A televisão estava ligada em algum canal aleatório, mas Jenna não prestava atenção. Seus pensamentos estavam longe dali, fixados em alguém que ela conhecia havia menos de uma semana. Alguém que, inexplicavelmente, havia mexido com seu coração de uma forma que ela não esperava.

"Eu estou ficando maluca?", ela pensou, passando as mãos pelo rosto. "Isso não faz sentido... Como é que eu posso estar me sentindo assim? Eu conheço ela há o quê... quatro, cinco dias?"

O rosto de SN, com seu sorriso tímido e aqueles olhos curiosos, surgia em sua mente como uma memória teimosa que se recusava a desaparecer. Jenna lembrou-se do jeito que SN mexia no cabelo quando estava nervosa, das piadas desastradas que a faziam rir de verdade, e de como ela se sentia estranhamente tranquila ao seu lado, como se a fama e o caos do mundo pudessem simplesmente desaparecer.

"Será que eu devo ligar para ela?", Jenna perguntou em voz alta, como se esperasse que Finn tivesse a resposta. O cachorro levantou uma orelha, mas permaneceu imóvel, ignorando completamente o dilema interno de sua dona.

Jenna suspirou, se levantando do sofá e caminhando até a cozinha, onde começou a preparar um chá, tentando organizar os pensamentos. O que ela sentia por SN era diferente de qualquer outra coisa. Não era só atração; havia algo mais, algo mais profundo que a deixava inquieta. E o pior de tudo é que isso estava crescendo mais rápido do que ela achava que era possível.

"Mas e se eu estiver confundindo tudo?", ela se perguntou, pegando a chaleira e colocando água para ferver. "E se isso for só uma... amizade? Talvez eu esteja exagerando. Ela me vê como amiga, não vê? E se eu a chamar para sair e ela achar estranho?"

A chaleira apitou, mas Jenna estava tão absorta nos próprios pensamentos que mal percebeu. Ela se recostou contra o balcão da cozinha, com os braços cruzados, olhando pela janela para as luzes da cidade lá fora.

"Por que é tão complicado?", murmurou, balançando a cabeça. "Quer dizer, o que eu faço? Ligo? Mando mensagem? Pergunto se ela quer sair de novo?"

Uma risada nervosa escapou de seus lábios ao pensar em convidar SN para um encontro. Ela se imaginou digitando uma mensagem e apagando várias vezes antes de conseguir algo que não soasse forçado ou desesperado. A ideia de SN recusando era um medo que ela não conseguia evitar. Jenna era confiante em muitas áreas da sua vida, mas quando se tratava de sentimentos, era diferente.

"E se ela me vê como só uma amiga?", perguntou novamente em voz alta, dessa vez com mais preocupação na voz. "E se eu estragar tudo com um convite desajeitado?"

As perguntas ficavam rodando em sua cabeça, como um ciclo interminável. O tempo que passaram juntas parecia pouco, mas intenso. A conexão era algo palpável, mas e se fosse unilateral? E se fosse apenas ela que sentia aquilo? O pensamento fez seu estômago revirar.

Jenna serviu o chá, mas continuou parada, absorta. A última noite, o toque acidental de seus dedos enquanto jogavam boliche, o riso fácil, a leveza do momento... tudo isso parecia indicar algo mais. Mas será que SN sentia o mesmo? Será que aquela timidez escondia uma reciprocidade, ou era apenas o jeito natural de SN?

"Eu nunca conheci ninguém como ela", confessou para si mesma em um sussurro. "Ela é diferente... De um jeito que eu não consigo explicar."

Jenna passou a mão pelos cabelos, frustrada com o próprio coração. Por um lado, queria correr atrás desse sentimento, descobrir o que aquilo poderia ser, mas por outro... o medo de perder SN completamente a paralisava. Decisões como essas não eram fáceis, mesmo para alguém acostumada aos holofotes e à pressão.

"Talvez eu só deva... deixar fluir", decidiu por fim, tentando convencer a si mesma. "Ver no que dá. Se for pra ser, vai ser, não é? Mas será que ela pensa em mim como eu penso nela?"

Jenna pegou o celular, o polegar pairando sobre o nome de SN na lista de contatos. Hesitou, mordeu o lábio inferior, e então fechou os olhos por um segundo, sentindo seu coração batendo mais rápido só de pensar em ouvi-la do outro lado da linha.

"Será que ligo?"

Um suspiro escapou, e então, com um sorriso trêmulo e o coração acelerado, ela apertou o botão de chamada, torcendo para que a voz de SN, do outro lado, fosse a resposta que ela tanto procurava.