Deixa Eu Ficar Na Tua Vida | Narol

Capítulo 1 | Não Tem Certeza Que Sim

Oie, gente!  Como vocês estão?

Não sei ao certo quantos capítulos essa história terá, mas já adianto que não será muito longa.

Atualização toda segunda, mas se eu vacilar podem cobrar!

Beijo, boa leitura e espero que gostem <3

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Até se sentar naquela mesa Carolina não tinha se dado conta de que havia perdido o controle de sua vida, muito menos o quanto se sentia cansada por isso. Sua mente parecia presa em um looping onde só se passava as questões que não conseguia elaborar. Ester estava tentando se reaproximar e não sabia como agir, a pesquisa que passou tanto tempo se dedicando estava chegando às etapas finais e por puro nervosismo aceitou o pedido de casamento do Ulisses, sendo que não faz nem um ano que estão juntos.

Como se a confusão em sua mente não fosse o suficiente, ainda tinha que esperar a cerimonialista, terrivelmente atrasada, que sua mãe e Adriana insistiram ser necessário para planejar o casamento. Carol não tinha ideia de onde começar a planejar um casamento, mas a ansiedade de esperar uma pessoa desconhecida aparecer a fez se arrepender um pouco de marcar aquele encontro.

– Olá, Ana Carolina, certo? – Uma mulher alta e muito bonita perguntou interrompendo o momento de introspecção.

– Eu mesma, mas pode me chamar só de Carol. – Sorriu timidamente.

– Prazer, sou Natália Cardoso. Mil desculpas pelo o atraso, o trânsito estava uma loucura.

– Sem problemas, imprevistos acontecem.

– Acontecem, mas esperar é uma chatice. – Não sabia se pelo jeito de falar ou pela careta que Natália fez, porém Carol não pode evitar de deixar uma risada escapar. – Não vai querer pedir nada ou estava me esperando mesmo?

– Para falar a verdade não sei.

– Certo, vou ali pedir um café e um pão de queijo. Você quer alguma coisa?

– Acho que quero um suco de laranja.

– Tudo bem, volto já e o suco vai ser por minha conta para te recompensar por ter ficado plantada me esperando. – Disse e saiu em direção ao balcão de atendimento antes que Carol pudesse protestar.

Entre goladas no café expresso sem açúcar e mordidas no pão de queijo recheado, Natália começou a explicar para Carolina sobre os elementos que precisavam ser decididos para o evento, frisando que não tinha necessidade de ser naquele momento, e que poderia discutir em conjunto com o noivo. Entretanto, antes de chegar na metade do que tinha para falar, Natália percebeu que a mulher sentada à sua frente mal havia bebido seu suco e muito menos parecia ter prestado atenção no que tinha dito.

– Carol. – Chamou encostando suavemente no antebraço alvo e macio. – Está tudo bem?

– Oi, Natália. – Se sentiu constrangida e acolhida pelo toque quente em sua pele. – Me desculpa pela distração, são muitos detalhes a se pensar né. – Disse tentando soar interessada, mas seu olhar vago não passou despercebido do olhar treinado em captar expressões da fotógrafa.

– Não tenho experiência pessoal nessa coisa de casar, mas já vi muitas noivas na minha vida e você não está parecendo em nada com elas. Casar era uma vontade sua antes do pedido? – Assim que terminou de perguntar Natália percebeu que talvez sua costumeira falta de trava social soasse de maneira rude e direta demais, podendo fazer a amiga da, quase namorada de Helena, sua melhor amiga, se irritar e preferir outra pessoa cuidando de seu casamento ou escolhesse outra empresa, contudo, ela estava genuinamente intrigada com a evidente apatia estampada nos olhos verde mar de Carolina.

– Sendo bem honesta nunca tinha pensado seriamente sobre casar. – Respondeu encarando o copo quase cheio após alguns minutos de um silêncio carregado de constrangimento. – Não tive muitos exemplos de pessoas casadas na minha vida e geralmente só penso em trabalho, mas um dia Ulisses chegou de surpresa no apartamento com uma garrafa de vinho e esse anel. – Apontou para a própria mão. – E aceitei por impulso, mesmo sem saber se quero ou não. Porém nem acho que o pior seja eu não saber se quero casar, eu não sei se amo ou pelo menos gosto dele o suficiente para ligar nossas vidas dessa maneira. – Passou as mão pelo rosto tentando espantar a frustração pelas suas incertezas. – Você veio me explicar as coisas, mas no fim eu nem prestei muita atenção e ainda te fiz ouvir meu desabafo.

– Não tem nada pelo que se desculpar, eu que fui intrometida e te perguntei.

– Mesmo sendo meio estranho me sentir confortável para falar sobre isso com alguém que mal conheço, agradeço por você ter tido o interesse em me ouvir. Faz dias que essas incertezas rondam minha cabeça e a única pessoa com que falaria isso anda muito feliz para que eu jogasse isso tudo nela.

– Essa pessoa seria a Adriana? Porque ela e Helena quase tem me deixado diabética de tanta melação.

– Exatamente ela.

– Você é importante para alguém que é importante para uma das pessoas mais importantes da minha vida, então agora você tem outro alguém com quem falar sobre o que te incomoda. Não sou psicóloga, mas espero que meus longos anos em terapia possam servir para te ajudar a compreender o que você está sentindo.

– É muito legal da sua parte, mas não quero te dar tanto trabalho, Natália.

– Não está dando, trabalho nenhum, Carol. Eu estou me oferecendo a te ajudar e de quebra ainda podemos ir decidindo as coisas do casamento, caso você ainda queira casar né.

– Tem certeza sobre isso? Você deve ter outros eventos com os quais se preocupar.

– Não tenho não. Geralmente eu só gerencio as equipes de fotografia e filmagem ou trabalho em projetos individuais, ser sua cerimonialista foi um pedido da Helena então sou inteirinha sua.

– Certo, como faremos isso então?

– Vamos nos encontrar toda semana para conversar ou decidir algo do casamento e te faço alguma pergunta espinhosa.

– Como assim espinhosa?

– Uma daquelas coisas que a gente lê em rede social, às vezes é até meio boba, mas bate lá no fundinho da alma e parece que esfolou metade do nosso ser, sabe?

– Acho que já estou me arrependendo disso. – Caíram na risada juntas.

– Tarde demais, sei que já estou no seu coração. – Natália respondeu em um falso tom esnobe.

Você disse que não sabe se não

Mas também não tem certeza que sim

Quer saber? Quando é assim

Deixa vir do coração

Se | Djavan

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O que acharam?