PETULÂNCIA

51 5 1
                                    

PETULÂNCIA

No interior luxuoso da BMW de Minjeong, as luzes suaves da cidade passavam pela janela, criando um ambiente acolhedor, mas carregado de uma tensão sutil.

Jimin estava sentada no banco do passageiro, tentando disfarçar o nervosismo que sentia com a situação. A ideia de dormir no apartamento de Minjeong era tanto intrigante quanto desconcertante, e ela ainda estava processando tudo.

Minjeong, por outro lado, estava calma e satisfeita por ter conseguido convencer Jimin a acompanhá-la. O silêncio no carro era confortável, mas ela decidiu quebrá-lo para aliviar a tensão.

"Eu vou fazer o possível para que seu rosto não fique com hematomas!" disse Minjeong com um tom firme, mas gentil. "Mas preciso que você coopere comigo e pare de ser teimosa."

Jimin, surpreendida pela preocupação de Minjeong, sorriu suavemente e respondeu com carinho: "Não quero te ocupar com isso. Já estou bem, de verdade! Não precisa se preocupar tanto."

Minjeong lançou um olhar rápido para Jimin, seus olhos transmitindo uma determinação suave. "Você não está me ocupando, Jimin. Eu quero cuidar disso, cuidar de você. Não é um incômodo, é o que eu quero fazer."

Jimin sentiu uma onda de calor em seu peito, algo entre gratidão e algo mais profundo que ela ainda não sabia como nomear. Ela soltou um suspiro resignado, sabendo que não adiantaria discutir com Minjeong, especialmente quando a jovem estava tão determinada.

"Tudo bem, você venceu!" Jimin disse, relaxando um pouco mais no assento. "Vou deixar você cuidar de mim, mas só porque sei que você não vai desistir tão fácil."

Minjeong sorriu, satisfeita, e continuou dirigindo em silêncio, o carro deslizando suavemente pelas ruas enquanto ambas refletiam sobre o que aquela noite ainda reservava.

O restante do caminho foi preenchido por um silêncio reflexivo.

Jimin não conseguia evitar uma risada interna ao lembrar do "showzinho" que Jaehyun havia dado mais cedo. A ironia de toda a situação era quase cômica para ela, enquanto Minjeong, por outro lado, mal conseguia conter a raiva que sentia.

Ela o xingava mentalmente de todos os nomes possíveis, irritada não apenas pela cena que ele causou, mas principalmente por ele ter interrompido algo que estava prestes a acontecer no trocador. Minjeong não sabia ao certo o que era, mas sentia que algo importante tinha sido perdido naquele momento.

Quando finalmente chegaram ao prédio de Minjeong, as duas subiram em silêncio até a cobertura. Ao entrarem, Jimin retirou os sapatos na entrada, imitando a dona da casa, e a seguiu pelo espaço elegantemente decorado. Minjeong, depois de deixar o casaco no sofá, virou-se para encontrar Jimin aguardando-a com uma expressão curiosa.

Minjeong aproximou-se lentamente, seus passos suaves quase não fazendo barulho no chão. Quando estava próxima o suficiente, levou a mão delicadamente ao rosto de Jimin, tocando de leve o local onde o curativo estava. Seus dedos eram frios contra a pele aquecida de Jimin.

"Como você está se sentindo?" perguntou Minjeong, a voz suave, mas carregada de preocupação genuína.

Jimin sentiu um arrepio percorrer sua espinha com o toque de Minjeong. Um gesto tão simples, mas tão íntimo ao mesmo tempo. Ela olhou para a mais nova e sorriu, tentando dissipar a tensão.

"Estou bem!" respondeu Jimin, a voz calma, mas com um tom que não conseguiu esconder completamente a emoção que sentia. "Você fez um bom trabalho com o curativo." Jimin falou, apontando a bochecha que Minjeong ainda tocava.

Soloist - WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora