Suspirando, o mais velho encontrava-se sentado na escura cadeira em sua sala. Seus dois dedos massageando sua têmpora no intuito de tranquilizar a própria mente, contudo, as falácias de sua ex esposa ainda martelam sua cabeça.
Toda pauta da discussão foi sobre o trabalho dele ter sido novamente um empecilho no final de semana que deveria ser dele com seu único filho, Rafael. Mas, porra, o que ele poderia fazer? Não era como se o mesmo estivesse fugindo de seu filho, afinal ele o amava ao extremo.
Havia tanta coisa em jogo que o trazia questionamentos sobre suas escolhas, assuntos que deveriam ter ficado no tapete ao invés de sempre sair á tona.
Pegando seu aparelho celular virado sobre a grande mesa esbranquiçada, abriu seus contatos e logo apertou o número que era de seu filho.
Aguardou alguns segundos até finalmente ouvir o resmungando vindo do outro lado da linha, indicando que o garoto acabará de acordar.
Não iria brigar ou algo do tipo, entendia que era final de semana e é óbvio que o menino merecia descansar. Lembrava vagamente de Roseane dizer que Rafael estava em semana estressante de prova.
─ pai? ─ Rafael perguntou baixo, coçando os olhos como se tentasse acordar. Ah, como era bom ouvir a voz do filho.
─ desculpa te acordar, amigão. ─ era possível ouvir o remexer do rapaz na cama, indicando que o mesmo estava tentando acordar ou entender que horas eram.
─ não tem problema. Tá tudo bem? Você quase nunca liga. ─ falou Rafael, coçando os olhos numa tentativa ainda de despertar do sono.
Gostando ou não daquelas duras palavras ditas pelo filho, Roberto não poderia negar que de fato aquilo era verídico. Raramente conseguia ligar pro mais novo, ou até mesmo ter um contato cem por cento ativo.
Infelizmente era culpa de suas ações. Limpando a garganta ao se desprender dos pensamentos, Beto se ajeitou na cadeira antes de retomar a linha correta de raciocínio.
─ eu sei, Rafael. Sei que vacilei nesse final de semana, mas quero te recompensar, filho. Topa ir comprar aquele vídeo game que você tanto queria? Podemos fazer mais algumas coisas.
Sugeriu Roberto. Por outro lado, a ideia chamará bastante a atenção do mais novo, mas a insegurança ainda era palpável.
─ pô, pai. Tu vai mesmo cumprir tua palavra nesse 'bagulho? ─ seu sotaque carioca era extremamente marcante enquanto fazia uso de gírias, sempre tentando diminuir pelo pai não ser um dos fãs desse uso da linguagem.
─ tipo, se o bagulho for 'moia eu nem vou, tá ligado? ─ tentou explicar ao pai, mas mantendo um timbre suave. O capitão concordou mentalmente, fechando os olhos antes de massagear mais uma vez a têmpora.
─ Sim, Rafael. Eu vou manter a minha palavra nisso! Basta você me dizer sim ou não, simples.
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uma parte nossa.
RandomApós perder seu ex namorado, pai de sua filha, em um acidente trágico de moto durante uma das noites mais badalas do Rio de Janeiro, Anaju se viu fechando as portas pro amor sem previsão de retorno. Toda sua vida começou a ser voltada em manter a vi...