Conhecer o mundo, era o que eu queria, isso até meus 18 anos. A vida fora de casa parecia assustadora, e ficar sem meu melhor amigo, ainda mais. E eu cresci. Aprendi que sonhos podem ser realizados, mas com restrições. Meu desejo de encontrar um príncipe encantado morreu junto às minhas esperanças de um amor verdadeiro. Então, parti para a fase jovem-adulto; pegar geral. Como eu disse, conheci corpos e bocas, mas nunca estava satisfeito. Claro, tive um relacionamento ou dois, mas não duraram muito. Eu era o problema, não eles. A decepção vinha de mim comigo mesmo. Eu não era mais o Yoongi puritano e ingênuo. Agora, sou o Yoongi crescido e feliz em estar solteiro.
Ótimo. Está tudo ótimo. País novo, cidade nova, casa nova, uma bem bonita, por sinal. Meus pais finalmente me deixaram sair de casa depois de completar 23 anos há alguns meses atrás. Pelo menos deu tempo para eu juntar o dinheiro do salário medíocre que ganhava como recepcionista em uma clínica odontológica de segunda categoria. Se você acha o barulho dos aparelhos que os dentistas usam quando estão te atendendo, imagine eu, que os escutava todos os dias, a toda a hora.
Recebo uma ligação no instante em que encosto na maçaneta do meu novo apartamento. É Taehyung. Largo as malas na frente da porta e atendo ao telefone.
- Oi, Yoon! Como você tá, cara? - ele pergunta logo de cara e eu ouço uns barulhos estranhos ao fundo, como gemidos e rosnados.
- Taehyung... você não me ligou enquanto está furunfando com o Hoseok, não, né? - torço meu rosto em uma expressão de nojo. Se eu estiver certo, vou ficar traumatizado para sempre.
- O quê? Claro que não, seu doido! - ri do outro lado da linha, mas ainda ouço os gemidos. - É que o Hobi está treinando ioga e o Tannie aproveitou para rosnar pra TV. - Ele explica e eu me sinto mais aliviado.
- Acabei de chegar no apartamento - digo.
- E como é? As fotos são parecidas?
- É ainda melhor - analisei bem o hall de entrada, vendo a beleza da minha nova casa. É impressionantemente luxuoso. Algo que nunca pude imaginar que conseguiria, devido à situação financeira dos meus pais, que mal podem pagar minha faculdade. Então, juntei dinheiro e me mudei para Nova York, viver uma nova realidade. Meu inglês não era ruim, e nem minha geografia, pesquisei muito antes de vir para cá. Sei praticamente cada canto que há pelo meu bairro e os mais próximos.
- Eu preciso te contar uma coisa...
- Ih... lá vem. O que é?
- Sua mãe veio bater aqui em casa e...
- Para de fazer mistério, Taehyung!
- Ai, tá bom! - Eu não o via, mas podia imaginar que ele tinha um bico nos lábios. - Ela disse que vai cancelar seu cartão.
- O quê?!
- Não grita no meu ouvido! - ele reclamou, mas eu estava em choque.
- Eu não tenho dinheiro se não for por conta desse cartão, Taehyung! - o desespero começou a tomar conta do meu corpo. - Por que ela fez isso?
- Sabe aquele dia em que você beijou o Jungkook? - A contragosto, concordei, eu lembrava muito bem. - De algum jeito, um vídeo desse dia chegou nela.
Puta merda. Minha mãe nunca soube sobre a minha orientação sexual, apenas meu pai e minha irmã. Ela é a pessoa mais homofóbica que conheço. Minha mãe é evangélica praticante, mas isso não tem nada a ver com seu preconceito, ela apenas acha que Deus fez o homem para a mulher e vice-versa. Sim, um pensamento arcaico que eu, infelizmente, não posso mudar. E nem meu pai, coitado. O pouco dinheiro que eles têm vem diretamente da aposentadoria da minha mãe, já que meu pai nunca teve a oportunidade de trabalhar com carteira assinada. Bom, é isso, fodeu.
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Foi só um beijo | YOONKOOK
Fanfiction》EM ANDAMENTO《 O primeiro beijo sempre é marcado na vida de um adolescente. Yoongi não chamaria seu primeiro beijo de "perder o bv", porque ele não perdeu nada, apenas ganhou, ganhou os lábios doces de Jungkook, o cara mais popular da escola. Eles...