Dia Difícil | Agnes Timberk

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Como devo iniciar uma história nova se meus pensamentos não saem do último livro que li? Penso cabisbaixa, pego meu pequeno caderninho que escondo embaixo da cama, ele tem capa branca com flores roxas e o nome "diário" escrito em dourado, folheio as páginas e paro em uma em branco.

Oi... Pai (Deus),

Hoje sinto que não será como os outros dias, minha mente continua travada e preciso entregar este resumo pronto até o final do mês, se quero que um de meus livros seja publicado, e finalmente conseguir sair da faculdade de medicina. Às vezes, penso que nunca serei capaz, talvez mamãe e papai estejam certos, talvez eu tenha mesmo o dom na medicina, mesmo odiando, fazer isso só pela alegria deles tem me magoado muito, mas confio em ti, Deus, porque sei que os teus planos são maiores que os meus.

- Agnes? Está pronta? - Ouço passos e consigo facilmente perceber que é minha mãe. Ela costuma usar sua scarpin salto baixo, mesmo em casa, fazendo o mesmo movimento pelo piso de madeira. Corro depressa para esconder meu diário e me posicionar na mesa de estudos cheia de livros de anatomia.
- Estou pronta, mãe.
- Agnes, pensei que estivesse pronta para ir à faculdade. - Ela entra no quarto e, em um tom de voz rude, expressa sua preocupação ao entrelaçar as mãos.
- Estou indo, estava apenas terminando de analisar algumas páginas do livro de anatomia. - Digo olhando para o livro.

Ela sai.

No entanto, sinto que ela não está satisfeita com a resposta dada. Para evitar que ela se irrite, pego alguns livros da escrivaninha e os coloco em minha mochila. Levantei-me rapidamente e fui em direção à porta.

- Vou te levar para a faculdade.
- Sério, Margot? - Digo entusiasmada, normalmente Margot sempre busca um jeito de me defender, ela é uma das únicas pessoas que de fato enxergam que eu não nasci para mexer com sangue.
Dia difícil, uma aula de anatomia e uma primeira vez que veríamos um cadáver, o que, só de pensar, me causava repulsa total. Podia pedir a Margot para me deixar na livraria, pensei. Enquanto seguíamos para o carro, olhei em volta e senti uma leve brisa soprar meus longos cabelos cacheados. Aquilo me trouxe um alívio, obrigado, Pai.
- Mamãe continua furiosa com você. - Disse Margot enquanto ligava o carro, seu belo carro, uma BMW 2016 preto fosco.
- Por quê?
- Acho que ela encontrou seu diário ou viu uma carta que você escreveu para alguém. - Eu não conseguia acreditar no que ela acabara de dizer. - Vai ficar me olhando desse jeito? Ou vai me contar quem é o rapaz misterioso?
- Margot, ela não parecia brava comigo quando me chamou hoje. - Digo colocando as mãos em meu rosto. Margot tira um pequeno pedaço de papel de sua jaqueta e me entrega, enquanto saímos da garagem.

Escrevo para você...

Esta noite orei para que Deus o protegesse e o guiasse para mim, sabemos que um dia estaremos juntos. Sinto-me grata por esperar por você, e saber que Deus está no controle de tudo... Aguardo-lhe ansiosamente...

A Espera PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora