Ocultismo e Desespero

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Em uma dimensão distante e desconhecida, muito longe do Mundo dos Homens, há um deserto interminável escuro, num clima semelhante a um entardecer, mas sempre está assim aqui. É um verdadeiro oceano de areia, com subidas e descidas formando semelhanças com as ondas do mar. No entanto, esse lugar não está inabitado, pois a uma trilha gigantesca de pegadas, deixadas por uma mulher vestida de preto, que está caminhando por esse deserto por alguma razão.

Ela tem lindos olhos verdes, e cabelos cacheados num tom preto nas raízes, mas se tornando cinza enquanto vai para as pontas. Seu cabelo também está bastante bagunçado, não pelo vento do deserto, mas por puro desleixo dela; cuidar do cabelo não é um dos pontos fortes dela, e o vento do deserto só está contribuindo pra que fique ainda mais bagunçado.

Esta, é Beltazar, uma das filhas de Tenebras com Abyssus, também é uma Entidade Bruxa Primordial que representa o Desespero.

O caminhar de Beltazar pelo deserto é interrompido quando ela sente uma presença chegando atrás dela por um flash de luz vermelho; alguém que Beltazar já conhece está aqui.

"O que você está fazendo aqui, Kaguya?" – Beltazar diz, enquanto se vira para olhar para sua irmã, que também é uma presença indesejada por Beltazar nesse momento.

"Você achou que poderia simplesmente ir sem que eu soubesse? Eu sou o Ocultismo, nada pode se esconder de mim." – Kaguya diz, enquanto encara a sua irmã com um olhar indignado e até um pouco hostil – "O que você pensa que está fazendo, Bel?" – Kaguya pergunta, chamando sua irmã por um apelido fofo entre elas, numa tentativa profundamente desesperada em alcançar sua compaixão.

"Acho que você sabe muito bem para onde estou indo, irmãzinha." – Beltazar responde, também se dirigindo a ela, porém num tom mais irônico e sarcástico.

"Como...? Como tem coragem de se aliar a ele...? A-!" – Kaguya fala, lutando para não se deixar levar pelos seus sentimentos e acabar chorando ali mesmo, enquanto seu coração está sendo tomado por indignação e um sentimento de traição.

"Ele quem? Diga... Diga o nome..." – Beltazar provoca.

"Abyssus! O Maldito Abyssus!" – Kaguya grita com raiva e desprezo pelo Mal Supremo de toda a Existência.

Um vento um tanto forte, embora não o bastante pra tirar qualquer uma delas do lugar, surge de repente. Este é o poder que o simples ato de citar o nome de Abyssus possui, um vento que trás um ar de morte, medo e tudo o que há de ruim. Kaguya sente uma presença esmagadoramente terrível olhando o confronto das duas e não pode deixar de ficar intimidada, enquanto Beltazar sorri, sentindo-se verdadeiramente abençoada por sentir a presença maligna do Destruidor.

"Como pode fazer isso?" – Kaguya volta a perguntar, tentando manter sua concentração em salvar sua irmã de ir para o caminho das Trevas.

"É o mínimo que posso fazer depois dele ter me dado a vida." – Beltazar responde; ela realmente adora e idolatra Abyssus como um Deus da Aniquilação.

"Ele estuprou nosso pai Tenebras!!!" – Kaguya exclama indignada e revoltada.

"Você fala isso como se não tivesse nascido disso também." – Beltazar diz com indiferença.

"É diferente. Tenebras nos ama." – Kaguya diz.

"Abyssus me ama!" – Beltazar responde, mais uma vez mostrando sua idolatria.

Kaguya não consegue responder a isso; apenas olhar para sua irmã com pena e nojo, principalmente por Abyssus. Um breve silêncio se forma entre as duas.

"Por favor, não vá com ele..." – Kaguya suplica; a idéia de perder sua irmã dói tanto quanto qualquer ataque físico jamais poderia feri-la, ainda mais perde-la para o Mal que pretende destruir tudo o que existe.

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