A paixão do professor

Professor Lambert

- Olá... É um prazer estar aqui

Foi o que eu disse olhando nos olhos da garota cuja beleza me chamara a atenção. Sou Bernardo Lambert, professor formado em psicologia. Leciono há 10 anos em faculdade e também atendo em consultório. Tenho 37 anos e confesso que nunca nenhuma garota mexeu comigo assim. 

Ela me olha séria, seus traços são delicados, o cabelo castanho na altura do ombro e seus olhos claros combinam perfeitamente com seus lábios rosados. Ela não é muito alta, mas, seu corpo e suas curvas são bem distribuídas.

- Olá... - Sou interrompido pela classe que diz animada com minha presença. A garota dos olhos castanho claro continua a me olhar.

- Gostaria de chamar aqui a frente nossa melhor aluna - Ouço o diretor Paschoal falar - Ela se destaca por onde passa e já ganhou vários prêmios com seus textos bem escritos e corretos. Por favor Mya, venha dar boas vindas ao professor Bernardo em nome de toda classe.

Então seu nome era Mya...

Ela veio caminhando pela sala até que parou na minha frente. Seu olhar sério encontrou o meu enquanto estendeu a mão e apertou a minha.

- Em nome de toda a classe, seja bem vindo Sr. Lambert.

A intensidade em seu olhar me desperta curiosidade e desejo. 

- Obrigado Srta Mya.

Olho para baixo sentindo sua mão soltar a minha. Ela vira as costas e sai andando em direção a sua carteira. 

- Sinta-se em casa professor, espero que goste de lecionar aqui, com licença

- Obrigado Diretor

Estava indo em direção a minha mesa quando outra aluna se levanta. Ela é muito bonita também. Cabelo preto ondulado, pele branca, típica novaiorquina.

- Com licença professor, acho que minha colega não deu as boas vindas que o senhor merece.

- Olá senhorita...

- Paulline

- Obrigado Srta Paulline mas acredito que não será necessário, sua colega...

Antes que eu terminasse de falar ela veio e me deu um beijo no rosto. Não sabia onde enfiar a cara e Mya continuava me olhando séria.

- Eu insisto 

- Bem, eu...

- Seja bem vindo professor - Ela disse se virando e andando rebolando até sua cadeira me deixando sem graça olhando para a sala.

-Bem... - Começo a falar - Creio que todos aqui já ouviram falar em psicologia ou sabem o que é o trabalho de um psicólogo.

- Sim - todos disseram...

- Meu intuito aqui não é tratar vocês e sim abrir as suas mentes para que possam lecionar ou escrever de forma que toquem o coração das pessoas. Bem... Vamos começar então falando sobre comportamento do indivíduo.

*

A aula passa rapidamente. Mya me olha mas ao mesmo tempo ela parece longe. O sinal toca e dispenso a sala. Vejo ela conversando com sua amiga e ouço a outra dizendo algo sobre ela não precisar ter medo, não entendo muito bem. 

Elas se despedem e Mya vem apressada em direção a porta. Ela passa por minha mesa e acaba derrubando um livro.

- Ahh! - Ela se assusta 

- Deixa que eu te ajudo Srta.

Ao mesmo tempo pegamos o livro e nossas mãos se tocam

- Obrigada - Ela fala enquanto suas bochechas estão coradas

- Um amor de liberdade - Digo olhando em seu caderno, enquanto ela cobre o mesmo com o livro - Está escrevendo Srta Mya?

- Não é nada de mais, só um rascunho. Com licença - Ela sai apressada pela porta

Por que ela se esquiva tanto, pensei. Seja o que for vou descobrir. 

*

- Então professor... - Sou interrompido pelo diretor enquanto corrijo as atividades dos alunos

- Diretor Pascoal... Estava corrigindo as atividades e olha, são excelentes!

- Realmente eles são bons. Que tal dar uma volta pelo campus? Assim te apresento tudo.

- Claro. - Arrumo minhas coisas e saio junto do diretor

Já no estacionamento, ele me mostra onde ficam os dormitórios dos alunos que moram aqui, depois, me mostra o refeitório, os banheiros, as quadras de esportes e por último me leva até sua sala, onde tomamos um café.

Cerca de meia hora depois, estava eu caminhando em direção ao carro quando começo ouvir gritos vindo de um dos dormitórios. O que é isso? Penso... Me aproximo de uma das janelas e vejo Mya na cama se debatendo. Assustado corro até a porta e por sorte está destrancada.

- Mya!

- Não, me larga... Me larga! - Ela se debatia e gritava, estava sonhando - Me deixa em paz, por favor, não, nãoooo...

Eu me aproximo da cama e sento. Coloco minhas mãos em seus braços, segurando.

- Calma Mya, me escuta... To aqui... Shiiii

Eu aliso seu rosto e admiro cada traço de sua pele. Seus lábios rosados e seu corpo pequeno naquela camisola de renda. Tão delicada... O corpo de Mya se acalma e ela abre os olhos

- O que... Hummmm...

Ela olha ao redor do quarto se sentindo aliviada. Então ela me olha, praticamente em cima dela, segurando seus braços.

- Ahh! - Ela grita

- Calma Mya

- O que você tá fazendo aqui, quem deixou você entrar?

- Eu estava no estacionamento e ouvi gritos, a porta estava destrancada então...

- Esqueci aberta 

Vejo ela se acalmar e seu rosto corar. Ela se cobre com lençol, sentindo vergonha. Me sento na cama e fico em silêncio, observando suas reações e quando ela fica em silêncio resolvo explicar

- Eu só queria ajudar

- Por favor vai embora - Ela diz com o olhar triste

- Mya você precisa de ajuda - Estico a mão para tocar seu rosto e ela se encolhe mais nos lençóis

- Não, eu não preciso... Vai embora