Porque eu te amo?

Capítulo 02

Clara Sanchéz

Uma semana se passou desde que a professora nos designou como dupla para o trabalho de Geografia. Finalmente, chegou o dia de ir à casa de Henrique. Meu coração está acelerado, e a ansiedade é palpável enquanto sigo pelo endereço que ele me forneceu.

Ao tocar a campainha, espero alguns momentos até que Henrique abre a porta. Seu olhar é frio e distante, o que aumenta ainda mais meu nervosismo.

— Oi, Clara. — Henrique diz, com uma expressão neutra.

— Oi, Henrique. — Respondo, tentando manter a compostura.

Ele me convida a entrar e eu sigo para dentro da casa, tentando ignorar o nervosismo que sinto. A decoração é simples e acolhedora, o que me faz sentir um pouco mais à vontade. Coloco minha mochila na mesa da sala de estar e me preparo para começar o trabalho.

Enquanto nos acomodamos, ouço passos e vozes vindos do corredor. Henrique me avisa que seus irmãos estão em casa, mas eu ainda não os conheço. Logo, aparecem na sala dois jovens, um rapaz e uma garota, com expressões curiosas.

— Olha quem está aqui! — O rapaz diz com um sorriso travesso. — Henrique, você trouxe uma amiga para casa. Isso é algo novo.

— E parece que ela não é de por aqui, hein? — A garota acrescenta, com um tom brincalhão.

Henrique tenta manter a calma e me apresenta rapidamente.

— Clara, esses são meus irmãos. — Henrique diz, tentando parecer formal. — Miguel e Sofia, esta é Clara, minha parceira de trabalho.

Miguel e Sofia me olham com curiosidade, mas não sabem o meu nome. Eu também não conheço os nomes deles, apenas ouço a apresentação rápida de Henrique.

— Prazer em conhecê-los. — Digo, um pouco desconfortável com a situação. — Eu não conhecia os irmãos do Henrique.

— O prazer é nosso, — Miguel diz com um sorriso malicioso. — Henrique nunca trouxe ninguém para cá antes.

— Parece que ele está tentando manter uma boa impressão. — Sofia completa, piscando para Henrique.

Henrique tenta ignorar as provocações dos irmãos e se concentra no trabalho, enquanto eles continuam a fazer piadas sutis. A tensão inicial é palpável, mas aos poucos o ambiente vai se tornando mais descontraído.

Henrique, apesar de tentar manter a seriedade, começa a relaxar um pouco. As provocações de Miguel e Sofia acabam quebrando o gelo, e a interação se torna mais agradável.

A dinâmica entre nós vai se ajustando e, apesar das dificuldades iniciais, o trabalho começa a fluir. A presença dos irmãos, embora um pouco desconfortável no início, acaba ajudando a criar um ambiente mais leve e mais colaborativo.

[...]

À medida que a tarde avança, o trabalho de Geografia continua e a tensão inicial entre Henrique e eu começa a se dissipar. Miguel e Sofia estão animados, fazendo piadas e brincadeiras, o que ajuda a quebrar o gelo. Aos poucos, Henrique começa a se abrir, mostrando um lado mais descontraído e menos reservado.

— Então, Clara, o que você acha do nosso trabalho até agora? — Henrique pergunta enquanto organizamos alguns papéis e livros na mesa, seu tom mais amigável do que antes.