CAPÍTULO 01

140 6 0
                                    

Meus irmãos são os que mais me dão trabalho. Nunca foi-me fácil desempenhar o papel da mais velha, perante este bando de insolentes, porém sei como deixá-los na linha com minha prepotência. Admito isso! Considero como virtude de uma Stewart.
Sempre tomei as rédeas de minha vida, e sou a sucessora do meu pai nos negócios. Nathan mal sabe cuidar de sua própria vida, passa a maioria das noites em farras, esquecendo-se do que é cuidar do Império Stewart. Tive que obrigá-lo a trabalhar comigo sob ameaça de cortar sua mesada.Como um mimado que é, cedeu. Tenho meus métodos para domá-lo. Infelizmente, partilho a cobertura com esses dois.
Após um longo processo de preparo, visto-me com classe e glamour que tenho. Acham-me prepotente, megera, um monte de predicados que ao invés de baixar, levantam o meu Ego. Confio nos meus atributos.
- Nathan, preciso que acertes o negócio com o Sanz. Se não quiser que corte sua cabeça, acerte esse negócio.- acabo meu prato.
- Bom dia maninha, sempre bem disposta.- dá seu sorriso irritante.
- Onde está Erik? Não desceu para tomar o pequeno-almoço. Sabe que gosto da família reunida.
- Ninguém aguenta seu mau humor, Antonella Stewart.
- Irmão querido, eu... - Sorrio sem humor.
- Bom dia família!
Erik desce pelas escadas. Ele é o mais novo, mas o mais trabalhador, esforçado, cavalheiro, além de bonito e ter os olhos verdes claros e as madeixas morenas. O único que presta nessa família.
- Pensei que não fosse descer mais.
- Na verdade, vou nem comer. Estou atrasadíssimo.
Beija minha bochecha e sai alta velocidade em direcção à porta.
- Onde ta indo?
- Marquei com Carla.
- Erik, ela não é suficientemente boa.
- Até mais, Annie e Nate.
Fechou a porta.
Nathan levanta-se com intenção de ir embora.
- Vem comigo, docinho?
- Deixe de ser vulgar. Vou com você.
- Óptimo.
- Não tente me matar novamente.

***
- Meus senhores, a exploração foi levada à cabo há muito tempo. É importante que produzamos as melhores colecções de diamantes da América. - movo-me com presteza.
- E já tem as pessoas encarregadas do processo?
- Como sabem, fizemos uma renovação de pessoal, mas mantivemos alguns.
Assentiram.
- A reunião está encerrada.
Saio da sala de reuniões com confiança. Olho para todos com superioridade, sabem que devem prestar contas à mim. Entro em minha sala.
Patrícia, minha assistente pessoal e amiga, entra. É uma das poucas pessoas que já me viu vulnerável.
- O Nathan conseguiu com contrato com o Sanz.- sentou-se.
- Pelo menos, ele presta para alguma coisa, não é?
- Seja razoável com seu irmão. Ele está tentando.
- Você bem que gosta dele. Não o defenda.
- O Nathan vai mudar.
- Patrícia, pelo amor de Deus, pare com isso. Meu irmão sempre será um playboy que nunca te vai levar a sério.
- Eu me divirto com ele.- cruza os braços.
- E ele te usa, meu bem.
Fecha-se para mim.
- Certo, desculpa. Eu só não quero que o idiota do meu irmão te magoe.
- Ele não pode magoar mais do que já magoou. E o Sr.Sanz, marcou um almoço consigo.
- Não me avisou nada.
- A secretária dele ligou agora.
- Certo.
Sai de cena, e concentro-me novamente no trabalho.
Meio dia, antes de sair do escritório, arrumo-me. Um pouco de blush, batom vermelho que combina perfeitamente com meu tom de pele, aliso meu cabelo moreno, arranjo o vestido preto que trago hoje. Não preciso muito para impressionar um velho endinheirado. Já deve conhecer o meu tipo, sou capaz de ir até ao limite para conseguir o que quero. O meu passado que o diga... Não tenciono pensar nisso, então apresso-me em sair do escritório.

••••
Estou sentada num dos restaurantes mais caros da cidade. Nunca vira o tal de Sanz, sempre manteve contacto com Nate, mas tudo o que sabia naquele momento é que ele é o salvador da Pátria. Mantenho minha pose de mulher frívola. Este é o meu negócio! Se for um velho, mais fácil de seduzir. Patrícia saberia melhor como reagir nestas situações. Por que quer almoçar comigo se quem trata de tudo é Nathan? Bom, essa é uma das perguntas que serão respondidas no bendito almoço.
Meia hora após o combinado, e o velho não me aparece. Sou uma mulher de negócios. Não tenho tempo a perder. Quando levanto para ir-me embora, aparece um jovem apressado, mas muito bonito e atraente, do qual não tirava os olhos.
- Senhora Stewart.
- O senhor quem é?
- Maximiliano Sanz. Prazer.- estende sua mão.
Paralisei, sem perder a compostura. O Sanz é ele? Porque Nathan não avisara-me antes? Talvez o transformaria em mais uma das minhas diversões e fecharia mais cedo o negócio. Sua tez é perfeita, a boca, os olhos castanho-claro intensos, o cabelo escuro, estatura alta, sua presença é intensa.
- Prazer, Antonella Stewart.- é inevitável que minha presença o seduza.
- O Nathan, digo, Sr. Stewart, não alertara-me que tinha uma irmã bonita.- aprecia-me atenciosamente.
- Suponho que esteja aqui a negócios, não, Sr. Sanz?
- Por favor, trate-me por Maximiliano ou Max.
- Não é um almoço informal, não acho imperioso chamá-lo assim.
Ele é tão quente, mas parece perigoso.
- Eu quis conhecê-la, afinal, seremos sócios.
- Marcaria comigo na empresa, e eu receberia-o com maior prazer.
- A senhora é realmente linda. Fico atônito até certo ponto.
Céus! Não vai dizer que veio para falar da minha beleza, pelo amor de Deus. Não vim para aturar cantadas de um playboy à esta hora. Pensei que quisesse jogar comigo.
- Antonella Stewart. Julguei que fosse descontraída. - toma um gole de vinho.
- Não tenho tempo para descontrair.
- A vida é urgente. Tem que aproveitá-la ao máximo.
- Cada um aproveita como pode.
- Tem namorado?
- Que pergunta é essa?
Irritou-me profundamente. Não admito que ninguém se meta na minha vida pessoal, tanto quanto amorosa.
- Não quis ser indiscreto.
- Conseguiu ser. Por quê me trouxe aqui? Não vejo que negócios possa querer resolver se tudo foi acertado por Nathan.
Aproxima-se um pouco de mim. Olha-me como se me conhecesse
- Eu quis conhecê-la pessoalmente. Apenas isso, e confirmar o que disseram-me.
- E o que lhe disseram?
- Isso só lhe posso dizer, se me deixar entrar em sua vida.- sorriu pela primeira vez, o sorriso é agradável, mas não muito convincente. Mentira Antonella, Mentira!
- Por que está me fazendo perder tempo?
- Estar com você não é perda de tempo.
Suspiro.
- Eu estou prestes a perder a pouca paciência que me resta.
- Deixe-me que a leve para o evento da Stewart.
- Não.
- Obrigado por aceitar.
Pego minha bolsa e saio do restaurante. Ele segue-me. Este homem é louco!
- Antonella, desculpe. - pega meu braço. Olho para ele e vejo a força que aplicara. Tecnicamente sedutor, mas não o suficiente!
- Tem certeza que realmente é o Sanz?
- Na verdade, o Sanz é meu pai. Mas eu assumi seus negócios recentemente.
- Está explicada a falta de profissionalismo.- solto-me.
- Por que é assim tão fria?
- O que isso lhe importa?
- Eu quero saber quem você realmente é.
- Cuidado que eu mordo.
- Adoraria que me mordesse.

DESEJO INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora