03 [O Primeiro Sussurro: Peças e Cartas.]

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NOVA IORQUE, 02 de Março, às 23:35

A tensão entre os vampiros pairava densa e imutável, como uma tempestade prestes a eclodir. Sentados ao redor da mesa, os quatro permaneciam em um silêncio carregado, seus olhos profundos e sombrios refletindo o brilho incerto das velas que iluminavam o ambiente.

O tempo parecia se arrastar, cada tic-tac do antigo relógio de parede ecoando como uma contagem regressiva para um confronto iminente. A morte misteriosa, que havia lançado uma sombra sobre o grupo, ainda retumbava em suas mentes.

Antonius rompeu o silêncio com um rosnado baixo, sua voz grave e firme.

— Precisamos entender o que realmente aconteceu. — Disse ele, a determinação em suas palavras quase palpável. Seus companheiros o observavam com um misto de respeito e desconfiança, cada um ponderando o peso da morte que ainda os assombrava.

As sombras dançavam nas paredes, lançadas pelo contorno dos corpos inquietos e pelos pensamentos tumultuados.

Monique inclinou-se para a frente, seus dedos finos e adornados com anéis brancos refletindo a luz das velas.

— A boate estava lotada na hora em que ocorreu a morte, alguém deve ter visto algo. — Ela falou, sua voz suave, mas firme, como o som de uma lâmina sendo desembainhada.

Jeon Jungkook roçou a mandíbula com o dedo enquanto examinava a mesa com um olhar crítico.

— E se alguém realmente viu algo? — Ele questionou, com um tom cético. — Será que essa pessoa estaria disposta a falar, ou estaria mais interessada em proteger a si mesma ou a outros interesses?

Min Yoongi, que estava em um canto da sala, suas feições ainda marcadas pela tensão dos momentos anteriores, observava tudo com uma expressão contemplativa. Finalmente, ele falou, sua voz carregada com um leve tom de desdém.

— O problema é que, mesmo que encontremos alguém que tenha visto algo, a informação que eles forneçam pode ser incompleta ou distorcida. — Ele levantou um olhar sombrio para os outros. — Precisamos de algo mais concreto, algo que vá além das testemunhas.

A sala ficou em silêncio novamente. Cada um estava perdido em seus próprios pensamentos, ponderando como resolver o enigma da morte misteriosa que pairava sobre eles como uma sombra indesejada.

Park olhou para o quadro que ficava ao canto da sala e começou a refletir. Quem poderia ser capaz de executar uma morte tão silenciosa e precisa? E o mais inquietante: por que não houve nenhum grito, nenhum sinal de luta antes da morte do vampiro?

Ele se perguntava se todo aquele caos não teria sido organizado por alguém que conhecia bem a boate, alguém que conhecesse as pessoas que sempre frequentavam o local. Alguém que soubesse cada detalhe, cada sombra e cada ponto cego, alguém que soubesse exatamente que ele e Antonius estariam lá naquela noite.

A ideia de que o assassinato pudesse ser uma peça de um plano maior, uma armadilha meticulosamente elaborada, fazia com que um frio percorresse sua espinha. Park lutava contra a crescente sensação de desamparo e a inquietação de estar em um jogo onde as regras ainda eram um mistério.

Antonius bateu com o punho na mesa, impedindo que o silêncio se estendesse por mais tempo.

— Não temos muitas opções senão investigar e ir atrás de pistas e respostas, ficarmos sentados aqui como vampiros medrosos não vai nos levar a lugar algum. — Disse sério.

— Certo. Começaremos pela boate. — Jungkook se preparou para levantar.

Park Jimin estava tão imerso em seus pensamentos que quase não percebeu o som sutil que quebrou o silêncio da sala. Um leve barulho seguido de um flap de asas trouxe sua atenção de volta à realidade. Seus olhos se fixaram na entrada da sala, onde um corvo caiu, abruptamente e sem vida, sobre o chão polido.

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⏰ Última atualização: Sep 07 ⏰

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