Carta aberta aos meus leitores e leitora

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Olá, se você está aqui, provavelmente veio pelo meu post no Instagram.

Pois bem, quanto tempo, não? Acredito que já faz mais de um ano que eu não apareço por aqui de forma regular, sem dar explicações, sem dar uma satisfação.

E a verdade é que eu não me sentia pronta, nem mesmo sei se estou. Mas, após tanto tempo em silêncio, resolvi explicar, de uma vez por todas, os motivos que me fizeram sumir.

Nos últimos anos eu passei por uma inconstante montanha russa de sentimentos e sensações. Meu humor, meus sentimentos, minha forma de lidar com as pessoas foi oscilando entre "eu consigo lidar" e "eu não suporto mais". Durante essa sazonalidade confusa, acho que por medo e ceticismo, fui deixando passar, sem querer buscar uma ajuda profissional que pudesse me diagnosticar. Eu me sentia horrorizada só de pensar em buscar uma ajuda profissional, acreditando que chegar a esse ponto era decretar o fundo do poço psicológico; tipo o fim pra mim.

Foram anos vivendo assim, nessa instabilidade emocional e psicológica. Mas é como eu a história: " De gota em gota o copo transborda."

E transbordou! Muito!

Em desespero, à beira de um colapso mental, onde eu mesma me cobrava em todos os sentidos da minha vida, fosse pessoal, fosse profissional. Eu estava desgastada, pressionando meu corpo e minha mente até o último, espremendo minha energia igual se espreme laranja para fazer suco, até o bagaço. Mas o resultado não foi positivo, porque eu dormia pouco, vivia estressada, não produzia o suficiente no trabalho, não produzia o suficiente como escritório, nem como dona de casa. Tudo isso culminou em uma pessoa sem paciência, frustrada, imediatista, paranóica.

Eu pirei mesmo.

Ansiedade à mil, cada vez mais me cobrando e cobrando. Não queria dormir porque acreditava que dormir significava menos tempo produzindo, principalmente porque eu já não estava produzindo da forma que que queria... não conseguia fazer tudo que eu planejava, pois obviamente eu sou uma só e o dia só tem vinte e quatro horas.

Eu não queria admitir, sabe? No fundo, bem no fundo, a gente sabe o que é. Sabe, principalmente, o cerne do problema e mesmo assim evita. Mas o problema ele não desaparece, porque dentro de você, naquele momento que tudo ao redor se silencia, sua cabeça continua funcionado à mil por hora e te lembrando que o problema tá ali corroendo igual ferrugem. Essa negligência, essa falta de cuidado, cobrou um preço alto que eu já estava pagando e nem percebia.

Bom, o resultado de tudo isso foi um diagnóstico preciso de depressão, ansiedade e fobia social. Clonazepam, fluoxetina, consulta com psiquiatra, com psicólogo, todos falando para eu não me cobrar tanto, para eu desacelerar... cobrança, conselhos...

Eu tirei o pé do acelerador sem nem ter a intenção. Essa é que é a grande verdade.

Tirei o pé do acelerador obrigatoriamente por simplesmente viver em um absoluto surto de bloqueio criativo por conta do meu bloqueio emocional. Então, me aprofundando ao que me trouxe até o presente momento, são os milhares de traumas que fui acumulando no decorrer da vida e que fui varrendo para debaixo do tapete.

Eu passei a me cobrar também pela frustração de não conseguir escrever, de não conseguir entregar nada para vocês. Eu me sinto frustrada por não conseguir terminar meus projetos, por começar e não conseguir seguir adiante. Me sinto frustrada por não conseguir escreve um capítulo inteiro sem que leve pelo menos umas três semanas ou mais.

Escrever me faz feliz, me motiva, é como uma roldana no meu moinho. Mas eu simplesmente não consigo.

Fico constantemente pensando em vocês, no quanto eu falhei com vocês também, porque eu sou grandemente grata por vocês terem me impulsionado a chegar onde cheguei. A sair do Wattpad e chegar na Amazon, por receber o carinho de todos aqui. Eu jamais imaginei publicar um livro. Mas foram vocês quem me possibilitaram realizar esse sonho. Foram vocês.

Então, por mais que eu tenha demorado a aparecer aqui, eu quero deixar bem claro que posso ter decepcionado muitos de vocês por ter parado minhas histórias no meio, mas eu prometo que vou voltar. Eu  estou tentando, todo santo dia.

O psicológico é complicado de lidar, mas aos poucos estou me tomando de volta.

Então, sem mimimi, sem me vitimizar, quero dizer que eu estou bem, porque eu não posso cair, eu mesma não me permito. Posso parar um pouco no meio do caminho, esse pouco pode demorar mais do que o esperado, do que o pretendido, mas eu vou voltar. Vou voltar com as histórias. Pra vocês e por vocês. Mais cuidadosa, mais perfeccionista e rigorosa.

Por nós!

Obrigada pelo enorme apoio de sempre. Vocês são muito especiais e não duvidem disso.

Um beijo dessa autora low profile.

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@brunas.autora

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⏰ Última atualização: Aug 30 ⏰

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