Vossa Graça - Miraculous

três; uma garota como você

Marinette estava sentada diante da lareira de uma maneira que fez Adrien contrair os músculos. O cabelo dela já estava completamente seco e a franja lhe caía sobre os olhos. Ela estava sobre os joelhos. O vestido estava formando um pequeno bolo ali, deixando parte de suas pernas deacobertas. Seu traseiro estava levemente empinado e suas mãos estavam descansando nos joelhos. Por um instante, Marinette se esquecera de que estava na presença de um homem, ficando mais à vontade para descansar.

Adrien desejou puni-la por fazê-lo desejá-la tanto naquele momento - ainda que ela não tivesse a noção do que estava fazendo -, mas decidiu se conter. Era o melhor a se fazer. Jamais pensaria em desonrá-la, ainda mais ali naquele local, ainda que o chalé fosse aconchegante.

Bem...na biblioteca ela parecia disposta a se deixar levar por ele... Mas também, ele não havia jogado limpo, deveria admitir.

Ainda assim, Marinette não merecia ser tratada como uma cortesã!

Por um momento, se sentiu o pior dos homens por fazer aquilo com ela e também por mais cedo na sala de música, onde ele a encurralou e depois fugiu pela janela para que não fossem pegos e tirassem conclusões precipitadas.

Sabia da má fama que tinha por toda a França. Todos sabiam que desde adolescentes os homens podiam sair para beber e frequentar bordéis para satisfazer os desejos carnais. Entretanto, mulheres viviam em uma bolha onde não faziam ideia de lugares assim, viviam apenas para aprender como ser uma boa futura esposa (ao menos as moças de família).

Era o caso de Marinette. Porém, ele percebera que ela tinha um certo receio sobre ele. Talvez ela soubesse. Talvez houvesse ouvido em algum lugar.

Nem todas as damas eram cabeça de vento. E isso dava um certo gás para Adrien.

O loiro se levantou e Marinette o acompanhou com o olhar. Ele olhou através da janela. Ainda chovia.

- Para onde o senhor vai? - ela piscou os olhos.

- Minhas costas estão doendo - se espreguiçou. - Tem alguma cama por aqui?

Marinette gesticulou para o local ao lado. Não havia uma porta, então era só ir para o outro lado.

- Obrigado, senhorita - sorriu sutilmente e caminhou até a cama de casal que havia ali.

Marinette o acompanhou por todo o caminho, nem sequer percebeu que o seguia com os olhos.

O loiro se deitou e ficou de costas para ela.

Marinette voltou a olhar para a chama creptando da fogueira e suspirou em silêncio. Estava cansada. Apesar de ter caído na grama alta, suas costas também doíam um pouco e aquele chão duro não ajudava muito também.

Se ajeitou no carpete e se deitou sob a saia ampla de seu vestido.

Estava quase dormindo quando sentiu seu corpo sendo levantado do chão.

- Mas o que... - abriu os olhos, sentindo o calor da pele de Adrien. - Senhor! O que pensa que está fazendo?

- Eu penso que sou alguém que está tentando fazer você não ter uma dor de coluna. - sussurrou, sem soltá-la.

- Oh! - arqueou quando ele a apertou um pouco. - Ponha-me no chão, agora!

- Perdoe-me, senhorita, mas não irei obedecê-la.

- Eu não estava dormindo - tentou argumentar.

- Pode tentar enganar a si mesma - deu de ombros, a levando até a cama de casal.

Tentou desferir alguns socos no peito nú do Agreste, mas estava cansada demais, então acabou fechando os olhos, desistindo da batalha.

Adrien a olhou com carinho. Ela estava com o rosto quente, mas suas roupas ainda estavam um pouco frias. Com cuidado, ele a colocou na cama e a cobriu com um lençol para que não sentisse frio. Deitou-se do outro lado com cautela para que não a acordasse. Ela respirava fundo.