Resolvidos (parte 1)

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Pov: Thomas

Puta merda! Eu não consigo parar quieto, estou andando de um lado para o outro dentro deste quarto, eu não devia ter me envolvido em briga, não deveria ter o desrespeitado, não devia TER SAIDO PARA AQUELA DROGA DE FLIPERAMA!

Achei que papai viria direto ao meu quarto e me descer a cinta, mas ele está demorando muito, na verdade não sei se é meu nervoso, acho que perdi meu celular na briga ou foi roubado, sei lá!
Eu gostaria de ter um relógio nesses momentos.

Ok, ok, eu presciso respirar, ficar surtando dentro do quarto não vai ajudar de nada, acho que eu vou--

- Tom? - MEU DEUS QUE SUSTO!! Papai entra no quarto do nada, sobressalto e meu coração quase para, ponho as mão no rosto com vergonha da minha própria reação. - Está tudo bem? - Ele pergunta ao me ver.

- S-sim, eu só me assustei com a entrada repentinna. - Tento disfarçar meu nervosismo. Não consigo o olhar nos olhos, por isso não sei qual foi a reação dele.

Ele fecha a porta atrás de si, ouço seus passos até minha cama. Estou em pé, parado, congelado no meio do quarto. Faz tempo, MUITO tempo que eu não levo um tapa sequer, os que eu recebi anteriormente do mesmo ainda doem em minha carne, eu não quero levar mais, principalmente dessa forma tão injusta.

- Filho, você sabe que quando lhe mando para o quarto deves ir direto para o canto, não sabe? - Oh céus, é mesmo... Faz tanto tempo que isso aconteceu que eu havia esquecido deste detalhe, droga droga...

- É que faz tempo que... O senhor não me manda pro quarto, aí eu nem pensei nisso. - Sou sincero. Mas de qualquer forma eu estava muito nervoso para ficar parado no canto da parede.

- É, faz muito tempo... - Ele se senta em minha cama e cruza as mão em sua frente. Ele suspira não parecendo tão irritado quanto estava antes. - Tom, venha aqu...-

- NÃO! - Não era para ter saído como um grito, mas eu estou nervoso demais, ele não vai me bater, eu não vou deixar.

- Tom, se acalme. - Ele adverte.

- Eu estou calmo!

- Não é o que parece. - Ficamos em silêncio alguns segundos, eu realmente não estou calmo, mas como posso ficar!? - Quer conversar ou prefere ficar mais um tempo aí para se acalmar enquanto eu cuido de seu irmão? - Ele sugere. Eu fico roendo a cutícula enquanto ele espera uma resposta minha, eu não queria nenhuma das opções, eu não quero ser punido.

- Eu... Eu não quero... - Começo pensativo. Meu rosto dói um pouco, eu começo a me lembrar no lugar, do que me fez ficar nervoso daquele jeito, o que eu fiz com o garoto...

- Não quer o que, filho? - ele pergunta. - Quer começar me falado o porquê daquela confusão ter começado?

- Eu vou apanhar? - Sou direto, não aguento mais essa ansiedade me corroendo, Ele olha para mim como se eu fosse um enigma a ser resolvido.

- É isso que está te deixando assim? - Ele pergunta com as sobrancelhas franzidas.

- Uhum... - Resmungo ainda olhando para baixo.

- Você por um acaso, você refletiu sobre o que aconteceu lá no tal "fliperama"? - Oh merda! É claro que ele ia querer uma explicação sobre isso.

- Eu refleti! - Digo desesperado, novamente, num tom mais alto do que eu gostaria.

- Fale baixo, eu não sou surdo. - Papai repreende.

- Eu refleti sim... - Afirmo mais baixo.

- E você se arrepende?

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